Guita Charifker
![Viva México, 1981 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/001070001013.jpg)
Viva México, 1981
Guita Charifker
Aquarela, c.i.d.
57,00 cm x 76,00 cm
Coleção Gilberto Chateaubriand - Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ)
Texto
Biografia
Guita Charifker (Recife, Pernambuco, 1936 - idem, 2017). Pintora, desenhista, gravadora e escultora. Em 1953, estuda desenho e escultura no Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna (SAMR), no Recife, ao lado do gravador Gilvan Samico (1928-2013) e do pintor José Cláudio (1932), entre outros, sob orientação de Abelardo da Hora (1924-2014). Colabora, em 1964, na fundação do Atelier da Ribeira, em Olinda, Pernambuco, do qual participa também o pintor João Câmara (1944). Em 1966, cria e dirige a Galeria do Teatro Popular do Nordeste. Desde a década de 1970, realiza pesquisas em gravura em metal na Oficina do Ingá, Niterói, sob orientação da gravadora Anna Letycia (1929). Em 1974, recebe o prêmio de viagem ao México no Salão Global de Pernambuco. Depois, trabalha no ateliê de João Câmara e frequenta por algum tempo o ateliê do escultor Frans Krajcberg (1921). Organiza o Ateliê Coletivo, em Olinda, com pintor Gil Vicente (1958), José Cláudio e Gilvan Samico, entre outros, em 1985. Em 2001, é publicado o livro Viva a Vida! Guita Charifker: aquarelas, desenhos, pinturas, pela Secretaria de Educação e Cultura do Recife, e em 2003 são apresentadas exposições retrospectivas no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), Rio de Janeiro, e na Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_).
Análise
Desde o fim da década de 1960, Guita Charifker produz desenhos de inspiração surrealista, associando formas humanas a animais e vegetais, realizados com precisão de detalhes, em obras de forte erotismo. Trabalha de forma quase monocrômica, com traços tênues e manchas a bico-de-pena e aguada, revelando um universo onírico de formas simbólicas.
Passando por técnicas como a gravura em metal, encontra seu principal meio de expressão na aquarela. Realiza naturezas-mortas com plantas e frutos regionais, explorando padrões decorativos obtidos a partir de folhagens e ramos de árvores, ou de objetos presentes na cena, como tapetes ou tecidos. Em sua obra, revela o interesse pela produção de Matisse (1869-1954).
Nas aquarelas são frequentes também as paisagens, inspiradas muitas vezes na exuberante vegetação do quintal de sua residência em Olinda ou nas localidades do litoral pernambucano. São constantes as cenas com naturezas-mortas, em que a paisagem está presente, vista através de uma janela ou em uma pintura na parede. O artista, utiliza uma gama cromática surpreendente e luminosa.
Como nota o crítico Casimiro Xavier de Mendonça (1947-1992), a partir de uma viagem realizada ao México na década de 1980, e de uma estada no atelier de Frans Krajcberg, a produção de Guita Charifker se transforma. As aquarelas tornam-se ampliações de detalhes da natureza, e folhas e troncos, pretexto para áreas de cor. Entre as pinturas a óleo destacam-se também as paisagens nordestinas, realizadas com grande simplificação formal, com pinceladas amplas e uma paleta que busca a luminosidade da aquarela, como em Rio Capiberibe (1984), ou em Taíba, Ceará (1986).
Obras 1
Viva México
Exposições 61
Fontes de pesquisa 10
- 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
- Artista plástica Guita Charifker morre aos 80 anos no Recife. Disponível em: < http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/artista-plastica-guita-charifker-morre-aos-80-anos-no-recife.ghtml >. Acesso em: 03 de feverereiro de 2017.
- BRASIL: arte do Nordeste. Rio de Janeiro: Spala, 1986.
- CHARIFKER, Guita. Viva a Vida! Guita Charifker: aquarelas, desenhos, pinturas. Ensaio Olívio Tavares de Araújo; apresentação Raul Henry, J. Ângelo Castelo Branco; texto Edyla Mangabeira Unger, Joaquim de Arruda Falcão Neto, Roberto Pontual, Hugo Auler, Frederico Morais, José Cláudio, Giuseppe Baccaro, Casimiro Xavier de Mendonça, Olívio Tavares de Araújo; prefácio Ronaldo Correia de Brito; edição Ronaldo Correia de Brito, Mário Hélio Gomes de Lima. Recife: Secretaria de Educação e Cultura, 2001. 144 p., il. p&b color.
- O DESENHO em Pernambuco. Apresentação de Renato Magalhães Gouvêa. Texto de Adão Pinheiro. Recife: Gatsby Arte, 1976.
- PERMANÊNCIA da pintura. Texto José Cláudio; curadoria Maria Tereza Dourado. Olinda: Atelier Coletivo, 1990. [10] p., il. color.
- PERNAMBUCANOS em Brasília. Brasília: Galeria de Arte da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, 1986.
- PERNAMBUCANOS em Brasília. Brasília: Galeria de Arte da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, 1986.
- PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
- SALÃO BAIANO DE ARTES PLÁSTICAS, 1. , 1988, Salvador, BA. Primeiro Salão Baiano de Artes Plásticas. Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1988.
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
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GUITA Charifker.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa23493/guita-charifker. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7