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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Abelardo da Hora

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 27.07.2023
31.07.1924 Brasil / Pernambuco / São Lourenço da Mata
23.09.2014 Brasil / Pernambuco / Recife
Reprodução fotográfica Thomas Baccaro

Danças Brasileiras de Carnaval, 1962
Abelardo da Hora
Bico de pena, c.i.d.
acervo: informação não encontrada

Abelardo Germano da Hora (São Lourenço da Mata, Pernambuco, 1924 – Recife, Pernambuco, 2014). Escultor, desenhista, gravador, ceramista, professor. Figura entre os mais importantes nomes das artes plásticas em Pernambuco. Além da produção como escultor, marcada pelo diálogo com a cultura popular e pelo engajamento político, tem um papel fundamen...

Texto

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Abelardo Germano da Hora (São Lourenço da Mata, Pernambuco, 1924 – Recife, Pernambuco, 2014). Escultor, desenhista, gravador, ceramista, professor. Figura entre os mais importantes nomes das artes plásticas em Pernambuco. Além da produção como escultor, marcada pelo diálogo com a cultura popular e pelo engajamento político, tem um papel fundamental na renovação e articulação do cenário cultural pernambucano.

Em 1928, seu pai é contratado para trabalhar na usina de São João da Várzea, propriedade do industrial e colecionador de arte Ricardo Brennand (1927-2020) no subúrbio do Recife. Com seu irmão, ingressa no curso profissionalizante de artes decorativas na Escola Técnico-Profissional Masculina (atualmente Colégio Industrial Prof. Agamenon Magalhães). Emprega-se na empresa de estuque de seu professor de escultura, Casimiro Correia. Com o apoio do professor Álvaro Amorim, recebe bolsa para estudar na Escola de Belas Artes de Pernambuco. Em 1942, emprega-se na fábrica de cerâmica da usina de São João da Várzea. Filho do antigo funcionário, Abelardo é recebido pela família Brennand, com a qual vive por alguns anos. É na fábrica que ele inicia sua cerâmica artística e elabora suas primeiras obras autorais, com motivos de frutas e regionais.

Também na década de 1940, produz diversas gravuras com temática social, em que é visível a influência da obra de Candido Portinari (1903-1962). Na xilogravura Meninos do Recife (1962), denuncia a miséria por meio da representação de crianças esquálidas, apresentando afinidade com o realismo e o expressionismo. A mesma temática social é revelada em suas esculturas, realizadas em bronze, mármore e principalmente em cimento, material escolhido por seu caráter duro e áspero, que acrescenta um grau de sofrimento às figuras.

A relação com a cerâmica artesanal aparece em várias esculturas, como as feitas para praças do Recife nos anos de 1950, nas quais Abelardo revela o interesse pelos tipos populares, de formas arredondadas. Tal produção reitera a admiração pela obra de Portinari, bem como o apreço pelos temas sociais, que se mantêm em trabalhos posteriores, como em Desamparados e Água Para o Morro (ambos de 1974).

Em 1946, participa da criação da Sociedade de Arte Moderna de Recife (SAMR), que dirige por quase dez anos e que tem papel fundamental na renovação do panorama artístico e cultural pernambucano. Com Gilvan Samico (1928-2013), Wilton de Souza (1933-2020), Wellington Virgolino (1929-1988), Ionaldo (1933-2002), Ivan Carneiro (1929-2009) e Marius Lauritzen Bern (1930-2006), funda e dirige, entre 1952 e 1957, o Ateliê Coletivo, uma oficina que ministra cursos de desenho e da qual participam nomes representativos como José Cláudio (1932) e Aloísio Magalhães (1927-1982).

Durante a década de 1960, exerce várias atividades, entre as quais: diretor da Divisão de Parques e Jardins, secretário de educação e diretor da Divisão de Artes Plásticas e Artesanato, em Recife. É o fundador do Movimento de Cultura Popular (MCP), na mesma cidade, que abrange, além das artes plásticas, música, dança e teatro. Publica, em 1962, o álbum de gravuras Meninos do Recife. Em 1986, é criado o Espaço de Esculturas Abelardo da Hora, pertencente à prefeitura de Recife.

Abelardo da Hora constrói uma carreira representativa nas artes plásticas ao transitar entre diferentes técnicas, sempre com um olhar atento às questões sociais de seu tempo em diálogo com as manifestações populares.

Obras 22

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Reprodução fotográfica Thomas Baccaro

Autorretrato

Aguada de nanquim sobre papel
Reprodução fotográfica Fábio Praça

Camponeses

Gravura em estêncil
Reprodução fotográfica Thomas Baccaro

Cavalos

Bico de pena

Exposições 30

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Fontes de pesquisa 7

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  • AMARAL, Aracy. Arte para quê?: a preocupação social na Arte brasileira 1930-1970: subsídio para uma história social da Arte no Brasil. São Paulo: Nobel, 1984.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • BRUSCKY, Paulo (org.); LEITE, Ronildo Maia (org.). Abelardo de todas as horas. Recife: Fundarpe, 1988. 80 p., il.
  • CATÁLOGO pernambucano de arte. Recife: Grupo X, 1987. [84] p., il. color.
  • CLÁUDIO, José. Memória do Atelier Coletivo: Recife 1952-1957. Recife: Artespaço Galeria de Arte, [1982?]. 88 p., il. p&b.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

Como citar

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