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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Garcia y Vasquez

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 31.01.2024
1859 Espanha / Galícia / Vigo
18.01.1912 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Paisagem com Cascata (Teresópolis RJ), 1884
Garcia y Vasquez
Óleo sobre tela, c.i.d.

Domingo Garcia y Vasquez (Vigo, Espanha ca. 1859 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1912). Pintor. Chega ao Brasil por volta de 18711. É admitido na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba) em 1879 e frequenta a aula de paisagem. Torna-se aluno do paisagista Georg Grimm (1846 - 1887) a partir de 1882, quando este entra na Aiba. Em 1883, participa ...

Texto

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Domingo Garcia y Vasquez (Vigo, Espanha ca. 1859 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1912). Pintor. Chega ao Brasil por volta de 18711. É admitido na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba) em 1879 e frequenta a aula de paisagem. Torna-se aluno do paisagista Georg Grimm (1846 - 1887) a partir de 1882, quando este entra na Aiba. Em 1883, participa de mostra na Casa de Wilde2. Recebe a segunda medalha de ouro na Exposição Geral de Belas Artes de 1884, com o quadro A Pesca. No mesmo ano, abandona a Aiba e muda-se para Niterói, seguindo seu professor. Descontente com os métodos de ensino da academia, passa a integrar o Grupo Grimm.

No ano seguinte, viaja para a França, onde estuda com Hector Charles Hanoteau (1823 - 1890) e tem contato com Henri Harpignies (1819 - 1916). Volta a Niterói em 1888 e expõe no Ateliê Moderno, no Rio de Janeiro, em 1889, recebendo críticas negativas que o levam a isolar-se. Passa os anos 1890 afastado da capital, em Icaraí, Niterói, pescando e pintando apenas pequenos formatos em madeira. Em 1901, participa da Exposição Geral da Escola Nacional de Belas Artes (Enba) e nota-se uma retomada das características anteriores da sua pintura. Em 1905, faz excursão a Serra da Estrela, no Rio de Janeiro. Apresenta as telas na Exposição Geral de 1906 e, embora seja elogiado pela crítica, não torna a expor. Apresenta conduta instável e sofre de problemas emocionais. Termina por suicidar-se em 1912, no Cinema Soberano, na rua da Carioca, Rio de Janeiro.

Análise

Aluno do paisagista alemão Georg Grimm entre 1882 e 1885, Garcia y Vasquez adota o partido da pintura ao ar livre, em lugar dos métodos acadêmicos de pintura em ateliê. Em Niterói, com o Grupo Grimm, procura captar a natureza tal como se lhe apresenta. Nesse período, Garcia y Vasquez é considerado por Grimm e pelos colegas Antônio Parreiras (1860 - 1937) e Thomas Driendl (1849 - 1916) como o melhor paisagista em atividade. 

Entretanto, faz uma viagem à França que não o põe em contato com as vertentes mais modernas da pintura, antes o faz desenvolver maneirismos acadêmicos que resultam em críticas negativas em 1889, já de volta ao Brasil. Parreiras acha que as telas desse período francês são monótonas e que lhes falta perspectiva linear e aérea3.  Garcia y Vasquez passa aproximadamente uma década afastado, sem mostrar trabalhos, mas volta a ser admirado por seus contemporâneos quando participa das Exposições Gerais de 1901 e 1906.

Ao comentar a última delas, o crítico Gonzaga Duque (1863 - 1911) coloca o pintor entre os melhores de sua geração, destacando sua visão sintética, o colorido quente, mas sóbrio, e a maneira original4. Hoje, sua obra é tida como próxima de Hipólito Caron (1862 - 1892) e, mais especificamente, de Giovanni Castagneto (1851 - 1900)5. O quadro A Pesca (1883), do acervo do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), mostra que sua pincelada é mais livre e sua pintura menos detalhista que a de Grimm, mas ainda não tão livre quanto a de Castagneto.

Notas

1. O pintor Quirino Campofiorito dá datas diferentes para a chegada de Garcia y Vazquez no Brasil e para seu ingresso na Aiba. Respectivamente, 1876 e 1877.

2. Segundo Carlos Levy, a exposição na Loja de Wilde de que participa Garcia y Vazquez é em 1883. Pela Enciclopédia, a mostra acontece em 1885.

3. LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988, p. 519.

4. Em LEVY, Carlos Roberto Maciel. O grupo Grimm. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1980, p. 41.

5. LEITE, José Roberto Teixeira. Ibid.

Obras 4

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Reprodução fotográfica Rômulo Fialdini

A Pesca

Óleo sobre tela

Exposições 15

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Fontes de pesquisa 12

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997.
  • CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983.
  • FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LEVY, Carlos Roberto Maciel. Exposições gerais da Academia Imperial e da Escola Nacional de Belas Artes: período monárquico, catálogo de artistas e obras entre 1840 e 1884. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1990. v.1.
  • LEVY, Carlos Roberto Maciel. O Grupo Grimm: paisagismo brasileiro no século XIX. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1980.
  • LONGUIÑO, Jorge. Aurelio D´Alincourt. Heloisa Maria Brito Machado. Rio de Janeiro, RBM, 1991. Biografia do artista.
  • LOUZADA, Júlio. Artes plásticas Brasil 1985: seu mercado, seus leilões. São Paulo: J. Louzada, 1984. v. 1.
  • MORAIS, Frederico. Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: da Missão Artística Francesa à Geração 90: 1816-1994. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995.
  • SOUZA, Wladimir Alves de. Aspectos da arte brasileira. Rio de Janeiro: Funarte, 1981.
  • TRADIÇÃO e ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1984.

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