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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Estêvão Silva

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 15.05.2024
26.12.1845 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
09.11.1891 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

Natureza-Morta
Estêvão Silva
Óleo sobre madeira, c.i.e.
21,00 cm x 29,50 cm
Coleção Fernando Soares SP

Estêvão Roberto da Silva (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1845 – Idem, 1891). Pintor, professor. Primeiro pintor negro de destaque formado pela Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), destaca-se pelas naturezas-mortas e é considerado por vários estudiosos como um dos maiores expoentes desse tipo de pintura no século XIX.

Texto

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Estêvão Roberto da Silva (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1845 – Idem, 1891). Pintor, professor. Primeiro pintor negro de destaque formado pela Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), destaca-se pelas naturezas-mortas e é considerado por vários estudiosos como um dos maiores expoentes desse tipo de pintura no século XIX.

Matricula-se na Aiba em 1864 e estuda com Victor Meirelles (1832-1903), Jules Le Chevrel (ca.1810-1872) e Agostinho da Motta (1824-1878), destacado pintor de naturezas-mortas. Uma vez despertado o interesse pelo tema, possivelmente a partir dos estudos com Da Motta, Silva realiza predominantemente pinturas de frutos, como Grumixamas e jaboticabas (s.d.), Araçás (1870) e Natureza-morta (1884).

Um episódio se torna particularmente conhecido: em uma sessão da Aiba, em 1880, o artista protesta, na presença do imperador dom Pedro II (1825-1891), por discordar da premiação destinada ao monarca na 25ª Exposição Geral de Belas Artes. Uma comissão avalia sua atitude como insubordinação e o suspende das aulas por um ano1.

Na década de 1880, leciona no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e convive com os integrantes do Grupo Grimm, especialmente Antônio Parreiras (1860-1937) e Castagneto (1851-1900), de quem pinta um retrato. O grupo é formado por sete jovens artistas que se encontram regularmente para pintar nas praias e nos arredores da cidade fluminense de Niterói, sob orientação do artista alemão Georg Grimm (1846-1887). Nesse período, pinta também composições de temas históricos e religiosos, como S. Pedro (s.d.), A caridade (s.d.) e um esboço para o quadro A Lei de 28 de Setembro (s.d.).

O crítico Gonzaga Duque (1863-1911) ressalta a qualidade das composições do artista, realizadas com abundância de vermelhos, amarelos e verdes, nas quais ele consegue passar para a tela tudo o que vê e sente na natureza, retratando a realidade de forma fiel. “Os seus pêssegos são na forma, na cor, na penugem macia e alourada que os reveste, verdadeiros pêssegos", escreve o crítico2.

Estêvão Roberto da Silva é um artista que, embora tenha pintado retratos e composições de temas históricos e religiosos, entra para a história das artes visuais brasileiras pelo alto nível de suas naturezas-mortas, com o pioneirismo de ter sido o primeiro pintor negro de destaque formado pela Aiba.

 

Notas

1. O fato é relatado de forma detalhada pelo crítico de arte Laudelino Freire (1873-1937) e também na autobiografia de Antônio Parreiras. Ver: FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil: de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983; PARREIRAS, Antônio. História de um pintor contada por ele mesmo: Brasil – França: 1881-1936. Apresentação Athayde Parreiras. Niterói: Diário Oficial, 1943.

2. DUQUE, Gonzaga. A arte brasileira. Campinas: Mercado de Letras, 1995. p. 219.

Obras 18

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Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

Araçás

Óleo sobre madeira
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

Goiabas

Óleo sobre madeira
Reprodução fotográfica autoria desconhecida/Pinacoteca do Estado de São Paulo

Natureza-Morta

Óleo sobre tela

Exposições 27

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Fontes de pesquisa 13

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  • ARAUJO, Emanoel. A mão afro-brasileira. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1988.
  • CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • DUQUE, Gonzaga. A Arte brasileira: pintura e esculptura. Rio de Janeiro: H. Lombaerts & C., 1888. 254 p.
  • DUQUE, Gonzaga. Contemporâneos: pintores e esculptores. Rio de Janeiro: Tipografia Benedicto de Souza, 1929.
  • FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Pintores negros do oitocentos. São Paulo: MWM Motores Diesel Ltda. : Indústria Freios KNORR Ltda., 1988. [246 p.]. (Coleção MWM-IFK).
  • LEVY, Carlos Roberto Maciel. Exposições gerais da Academia Imperial e da Escola Nacional de Belas Artes: período monárquico, catálogo de artistas e obras entre 1840 e 1884. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1990. v.1.
  • MARQUES, Luiz. O século XIX, o advento da Academia de Belas Artes e o novo estatuto do artista negro. In: ARAÚJO, Emanoel (org.). A Mão afro-brasileira: significado da contribuição artística e histórica. São Paulo: Tenenge, 1988.
  • PARREIRAS, Antônio. História de um pintor contada por ele mesmo: Brasil - França: 1881-1936. Niterói: Diário Oficial, 1943.
  • PESSÔA, Alexandre Neiva. Estevão Silva e a Pintura de Naturezas Mortas no Brasil do Século XIX. 142f. 2002. Dissertação (Mestrado em História e Teoria da Arte), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Centro de Letras e Artes, Escola de Belas Artes, 2022. Disponível em: https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/5161/1/612585.pdf. Acesso em: 27 dez. 2023.
  • PINACOTECA do Estado de São Paulo. A arte e seus processos: o papel como suporte. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1978.
  • RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1941. (Brasiliana. Série 5ª: biblioteca pedagógica brasileira, 198).

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