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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Dom Pedro II

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 31.01.2024
02.12.1825 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
05.12.1891 França / Ile de France / Paris

Retrato de D. Pedro II, 1875
Delfim da Câmara, Dom Pedro II
Óleo sobre tela, c.i.d.

Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Habsburgo (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1825 - Paris, França, 1891). Mecenas e fotógrafo. Filho de dom Pedro I (1798-1834), é aclamado imperador do Brasil com apenas 5 anos, quando seu pai abdica do trono, em...

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Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Habsburgo (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1825 - Paris, França, 1891). Mecenas e fotógrafo. Filho de dom Pedro I (1798-1834), é aclamado imperador do Brasil com apenas 5 anos, quando seu pai abdica do trono, em 1831. Em 1841, por meio de um decreto do ano anterior, que antecipa sua maioridade, é coroado imperador. Casa-se por procuração, em 1842, com a princesa Teresa Cristina Maria de Bourbon (1822-1889), em Nápoles, Itália. A partir de 1840, frequenta assiduamente as reuniões do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), criado em 1838, chegando a presidir diversas sessões. Graças a seus incentivos, na década de 1850, o IHGB se consolida como um centro de estudos históricos e literários bastante ativo. Dom Pedro II conduz diretamente as ações do instituto e impulsiona a produção romântica de autores como Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) e Gonçalves Dias (1823-1864).

Adquire, em 1840, um aparelho daguerreótipo, e introduz essa técnica de reprodução no país. Grande entusiasta e incentivador de novas técnicas fotográficas, produz diversos daguerreótipos e fotografias. Desse prazer resulta a formação de um relevante acervo, que reúne imagens de vários pioneiros da fotografia, como Marc Ferrez (1843-1923)Insley Pacheco (ca.1830-1912) e Revert Henrique Klumb (ca.1825-ca.1886). O imperador envolve-se na condução e realização dos projetos da Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), parte de um projeto político de fortalecimento da monarquia e de unificação nacional. Durante o Segundo Reinado (1841-1889), ele implementa uma política clara e efetiva em relação à Aiba. Como patrono e maior financiador, fornece auxílio público e privado, distribui bolsas, prêmios, medalhas e insígnias da Ordem da Rosa aos artistas mais destacados. Controla diretamente parte das verbas da dotação da casa imperial destinadas a pensões e premia seus artistas prediletos com esses recursos, conhecidos como "o bolsinho do imperador".

Por meio de encomendas oficiais, fomenta a produção da Aiba, amparado por figuras como Félix-Émile Taunay (1795-1881) e Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879), diretores-gerais da instituição. Victor Meirelles (1832-1903) e Pedro Américo (1843-1905), artistas de grande prestígio, são os mais solicitados. As telas Batalha de Guararapes, de Américo, e Primeira Missa no Brasil, de Meirelles, estão entre as mais célebres pinturas históricas do período. Dom Pedro solicita a diversos artistas da Aiba, como Félix Taunay e Porto-Alegre, que pintem seu retrato para difundir e perenizar sua imagem como monarca em variadas situações. Além de fotógrafo, dom Pedro considera-se um retratista amador, e realiza ilustrações a lápis em seus diários.

Interessado em ciências, estuda línguas, astronomia e geologia, é autor da famosa frase "A ciência sou eu", proferida nos recintos do IHGB. Concede apoio imperial a projetos de pesquisa, financia cientistas como Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), Emílio Augusto Goeldi (1859-1917) e Auguste François Marie Glaziou (1828-1906). Admirador de ópera, cria a Imperial Academia de Música e a Ópera Nacional, em 1857. Nesse ano, com o intuito de auxiliar o compositor alemão Richard Wagner (1813-1883), que atravessa um período de dificuldades econômicas, encomenda-lhe uma obra lírica a ser representada no Rio de Janeiro, mas essa obra não chega a ser composta.

Dom Pedro II solicita a Carlos Gomes (1836-1896) a criação de uma ópera nacional, baseada no romance O Guarani, de José de Alencar (1829-1877), que a finaliza em 1870. Em 1862, viabiliza a representação brasileira na Exposição Universal de Londres. Com recursos do governo, financia com exclusividade a participação do país nas exposições universais de Viena (1867), Filadélfia (1876) e Paris (1889).

Com a instauração da República, em 1889, é deposto e banido do país, e parte para a Europa em novembro desse ano. Após passar um período em Lisboa, vai para a França e reside em Cannes e Paris, onde falece, em 1891. Impedido de ser enterrado no Brasil, apenas em 1921 seu corpo retorna ao país. Em 1939, em solenidade com a presença do presidente Getúlio Vargas (1883-1954), é sepultado no mausoléu da catedral de Petrópolis, Rio de Janeiro. A coleção de fotografias e livros que constitui em seu reinado hoje integra o acervo da Biblioteca Nacional (BN), no Rio de Janeiro. Diversas pinturas encomendadas oficialmente aos pintores da Aiba atualmente fazem parte de acervos públicos como o do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro, e do Museu Imperial, em Petrópolis.

Obras 19

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Exposições 1

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Fontes de pesquisa 12

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  • CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem - a elite política imperial. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1980.
  • DURAND, José Carlos Garcia. Arte, privilégio e distinção: artes plásticas, arquitetura e classe dirigente no Brasil, 1855/1985. São Paulo: Edusp: Perspectiva, 1989. 307 p., il. p&b. (Estudos, 108).
  • FABRIS, Annateresa (org.). Fotografia: usos e funções no século XIX. São Paulo: Edusp, 1991. (Coleção texto & arte, 3).
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  • GESUALDO, Vicente, Historia de la fotografía en América. Desde Alaska hasta Tierra del Fuego en el siglo XIX. Buenos Aires: Editorial Sui Generis, 1990.
  • HOFFENBERG, H. L. Nineteenth-century South America in photographs. New York: Dover Publications, 1982.
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  • SCHWARCZ, Lilia M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. 287 p., il. p&b.
  • SCHWARCZ, Lilia Moritz. As Barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. 630 p., il. p&b color.
  • VASQUEZ, Pedro Karp. Dom Pedro II e a fotografia no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho: Companhia Internacional de Seguros: Ed. Index, 1985.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

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