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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Celso Frateschi

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 12.07.2024
09.02.1952 Brasil / São Paulo / São Paulo
Registro fotográfico Djalma Limongi Batista

Celso Frateschi (Vitor Bari) em cena de Os Imigrantes, 1977
Djalma Limongi Batista, Celso Frateschi
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo

Celso Frateschi (São Paulo, São Paulo, 1952). Ator, diretor e autor. É um dos fundadores do Teatro Núcleo Independente, grupo representativo dos anos 70. Sua carreira norteia-se, desde o início, por uma assumida opção ideológica que o leva, com freqüência, a priorizar um trabalho de forte conteúdo crítico, voltado preferencialmente para um públi...

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Celso Frateschi (São Paulo, São Paulo, 1952). Ator, diretor e autor. É um dos fundadores do Teatro Núcleo Independente, grupo representativo dos anos 70. Sua carreira norteia-se, desde o início, por uma assumida opção ideológica que o leva, com freqüência, a priorizar um trabalho de forte conteúdo crítico, voltado preferencialmente para um público popular. Desenvolve, paralelamente, uma carreira no mercado da televisão e do teatro empresarial.

Estréia, em 1970, no Núcleo 2 do Teatro de Arena de São Paulo, em Teatro Jornal 1ª Edição, direção de Augusto Boal (1931-2009). Participa da criação de dezenas de grupos centrados nas técnicas de teatro jornal. Em 1972, integra os elencos do Teatro Studio São Pedro, então orientado por Maurício Segall e Beatriz Segall (1933), em Tambores da Noite, de Bertolt Brecht (1898-1956), direção de Fernando Peixoto (1937-2012), e da criação coletiva A Queda da Bastilha??, 1973.

A partir de 1975 torna-se figura central da criação e do funcionamento do Teatro Núcleo Independente, localizado na Zona Leste de São Paulo, disseminando um teatro de forte característica social na região. Lança ali, como autor, A Epidemia, escrita em parceria com Paulo Maurício, que em 1975/1976 percorre a periferia de São Paulo, e Os Imigrantes, de sua autoria, 1978, com o qual faz sua primeira experiência como diretor, e recebe o Prêmio Mambembe de melhor ator.

Participa intensamente da formação e dinamização de vários outros grupos que surgem na Zona Leste sob a égide do Teatro Núcleo, importante alternativa em defesa de um teatro popular. Com a dissolução do grupo, prossegue a formação de conjuntos de atores não profissionais na Casa de Cultura Mazaroppi, também na Zona Leste de São Paulo. Ao mesmo tempo, dá ênfase à sua carreira de ator, na área do teatro empresarial, interpretando Hamlet, de William Shakespeare (1564-1616), em 1984, com direção de Marcio Aurelio (1948); e o papel de Diaghilev em Nijinski, de Naum Alves de Souza (1942-2016), direção do autor, em 1987.

Dirige O Acordo, de Bertolt Brecht, 1986. Funda um novo grupo com a atriz Mônica Guimarães, o Teatro Pequeno, realizando Eras, de Heiner Müller (1929-1995), direção de Márcio de Souza, que lhe rende o Prêmio Shell de melhor ator de 1988. No mesmo ano atua em Diálogo Noturno com um Homem Vil, de Dürrenmatt, direção de Roberto Lage (1947) que, na seqüência, encena Diana, texto de Celso Frateschi, em 1989.

No mesmo ano, assume o cargo de secretário de Cultura e, entre 1997 e 1998, o de Esportes e Turismo, junto à Prefeitura Municipal de Santo André. Celso é também, desde 1980, professor da Escola de Arte Dramática (EAD). Está em Tamara, de J. Krizank, nova colaboração com o diretor Roberto Lage, espetáculo itinerante dentro de uma casa em Higienópolis, em 1992. No ano seguinte, atua e dirige, em parceria com Elias Andreato, Áulis, de Eurípides e, em 1994, dirige As Guerreiras do Amor, adaptação de Domingos Oliveira (1936), baseada em Lisístrata, de Aristófanes, ambos ao lado de Edith Siqueira, para quem realiza uma homenagem póstuma com o espetáculo Do Amor de Dante por Beatriz, texto e direção de Elias Andreato (1955), cuja interpretação ganha o Prêmio Apetesp de 1996. Nesse mesmo ano funda, juntamente com o diretor Roberto Lage, o Teatro Ágora Livre, destinado a pesquisa e formação, hoje rebatizado como Ágora, Centro para o Desenvolvimento Teatral. Em 1998, integra o elenco de Da Gaivota, adaptação da obra de Anton Tchekhov (1860-1904),, empreendida e encenada por Daniela Thomas (1959), ao lado de Fernanda Montenegro (1929) e Fernanda Torres (1966), entre outros. Em 1999, está ao lado de Maria Padilha (1960), em As Três Irmãs, de Anton Tchekhov, direção de Enrique Diaz. Em 2000, dirige Tio Vânia, de Anton Tchekhov, uma produção do Núcleo de Investigação do Teatro Ágora. Em 2002, está em Evangelho Segundo Jesus Cristo, de Maria Adelaide Amaral, baseado no romance homônimo de José Saramago (1922-2010), com direção de José Possi Neto (1947).

Em 2001 assume a Direção do Departamento de Teatros da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, pelo Partido dos Trabalhadores, PT, implantando alguns projetos como o Formação de Público e o Projeto Vocacional, voltados à difusão de espetáculos e oficinas de formação para comunidades carentes.

Comentando suas impressões sobre Áulis, registra Marcelo Coelho (1959): "Coisa rara num ator, é que tudo - de um gesto a um fio de barba - contribua para dar dramaticidade ao personagem. Celso Frateschi consegue este milagre. Não precisamos prestar atenção em nada: seu olhar já nos diz tudo. (...) O olhar de Frateschi, em certas cenas de Áulis, é também dessas coisas estranhíssimas. Furtivo, porque Agamêmnon se sente culpado; raivoso, porque Clitmnestra se opõe ao sacrifício; orgulhoso, porque ele é o comandante dos gregos; humilhado, porque o comandante dos gregos mente e disfarça"1.

Nota

1. COELHO, Marcelo. "Aulis traz de volta o vigor da tragédia", in Folha de São Paulo, Ilustradaa, 28 de janeiro de 1984, p. 5-10.

Obras 1

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Espetáculos 75

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Fontes de pesquisa 13

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  • "Eras, de Heiner Muller, estréia no SESC-Pompéia", reportagem da Folha de S.Paulo, Ilustrada, 1º de julho de 1988, p. A44.
  • "Frateschi é o homem que amava a estátua", reportagem da Folha de S.Paulo, Acontece, 13 de abril de 2000, p. Especial 3.
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  • COELHO, Marcelo. "Aulis traz de volta o vigor da tragédia", in Folha de S.Paulo, Ilustradaa, 28 de janeiro de 1984, p. 5-10.
  • EICHBAUER, Hélio. [Currículo]. Enviado pelo artista em: 24 abr. 2011. Não catalogado
  • FILHO, Antônio Gonçalves. "Tamara é a mansão do fascismo", in Folha de S.Paulo, Ilustrada, 12 de janeiro de 1993, p. 4-5.
  • GUERINI, Elaine. Nicette Bruno & Paulo Goulart: tudo em família. São Paulo: Cultura - Fundação Padre Anchieta: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. 256 p. (Aplauso Perfil). 792.092 G932n
  • MACHADO, Álvaro. "Filme vivo canadense estréia em SP", reportagem in Folha de S.Paulo, Ilustrada, recorte sem data.
  • O Prodígio do Mundo Ocidental. São Paulo: s.l., 1973. 1 programa de espetáculo. Não catalogado
  • Programa do Espetáculo - A Grande Imprecação Diante dos Muros da Cidade - 2007. Não catalogado
  • Programa do Espetáculo - Do Amor de Dante por Beatriz - 1996. Não Catalogado
  • Programa do Espetáculo - O Evangelho Segundo Jesus Cristo - 2001. Não Catalogado
  • Programa do espetáculo - Don Juan - de Molière - 2007. Não catalogado

Como citar

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