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Enciclopédia Itaú Cultural
Cinema

Flávio Tambellini

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 19.07.2024
01.10.1927 Brasil / São Paulo / Batatais
24.02.1976 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Flávio Tambellini (Batatais, São Paulo, 1925 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1976). Cineasta, roteirista, produtor, crítico de cinema. Seu cinema narrativo de estilo clássico tem influência do expressionismo alemão e dos filmes de detetive americanos das décadas de 1940 e 1950. Constitui-se de adaptações de obras literárias, que têm em comum a...

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Flávio Tambellini (Batatais, São Paulo, 1925 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1976). Cineasta, roteirista, produtor, crítico de cinema. Seu cinema narrativo de estilo clássico tem influência do expressionismo alemão e dos filmes de detetive americanos das décadas de 1940 e 1950. Constitui-se de adaptações de obras literárias, que têm em comum a exposição intimista das relações humanas em conflitos morais e/ou amorosos.

Trabalha como crítico de cinema nos Diários Associados entre 1951 e 1960. De 1955 a 1960, é membro das comissões estadual e municipal de cinema de São Paulo. Produz e roteiriza Ravina (1959), de Rubem Biáfora (1922-1996), e roteiriza Mulheres e milhões (1961), de Jorge Ileli (1925-2003).

Em 1961, muda-se para o Rio de Janeiro para administrar o Grupo Executivo de Apoio à Indústria Cinematográfica (Geicine), posição que ocupa até 1966. Dirige e roteiriza O beijo (1965), adaptação da peça O beijo no asfalto (1961) de Nelson Rodrigues (1912-1980). Segundo o professor Ismail Xavier (1947), a fotografia, o jogo de luz e sombra e a gestualidade derivadas do cinema mudo alemão em O beijo acentuam o caráter expressionista da peça de Nelson Rodrigues. Faz “do ambiente uma projeção do lado sinistro da alma”1, procurando levar o drama interior do protagonista Arandir para a tela. Para abordar a subjetividade das personagens, Tambellini também compõe a trilha sonora com o maestro Moacir Santos (1926-2006).

De 1966 a 1975, preside o Instituto Nacional de Cinema (INC) , quando cria a revista Filme Cultura. É diretor, produtor e roteirista de Até que o casamento nos separe (1968), adaptação da peça Os pais abstratos (1966), de Pedro Bloch (1914-2004), e Um uísque antes… um cigarro depois (1970), adaptação de contos de Dalton Trevisan (1925) e Orígenes Lessa (1903-1986), na qual também assina a trilha sonora junto de Luiz Eça (1936-1992).

Dirige e roteiriza, em parceria do escritor Rubem Fonseca (1925-2020), o longa-metragem Relatório de um homem casado (1974), adaptação do conto Relatório de Carlos. Fiel à obra do escritor mineiro, a narrativa se delineia sob a ótica do advogado Carlos, expondo seu drama no estilo de um relatório jurídico. A voz em over do protagonista pontua sua perspectiva sobre as personagens, como a femme fatale, amante de Carlos, que, em alguns momentos, adquire aspectos vampirescos. O filme recebe os prêmios de melhor filme e melhor atriz coadjuvante, no Festival de Lages (1975).

Mais uma vez, com roteiro coproduzido por Rubem Fonseca, lança A extorsão (1975), agraciado com o prêmio de melhor roteiro pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

Apesar da filmografia enxuta, Flávio Tambellini colaborou direta e indiretamente para a realização de inúmeras produções. Sua atuação para a criação de políticas públicas de incentivo ao cinema contribui de modo inestimável para o desenvolvimento do mercado cinematográfico no Brasil.

Notas

1. XAVIER, Ismail. O olhar e a cena: melodrama, Hollywood, cinema novo, Nelson Rodrigues. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. p.177.

Obras 1

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Fontes de pesquisa 9

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  • AZEREDO, Ely. Significação do Beijo. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 18 jun. 1965.
  • BIAFORA, Rubem. Relatório de Um Homem Casado. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 12 ago. 1975.
  • DIDONET, H. O Beijo. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 26 out. 1965.
  • FASSONI, Orlando L. A Última lição de Flávio Tambellini. Folha de São Paulo, São Paulo, 6 Mai. 1976.
  • GOMES, Paulo Emilio Salles. Risco de injustiça. Revista Movimento. 8 set. 1975.
  • MIRANDA, Luiz F. A. Dicionário de cineastas. São Paulo: Art Editora, 1990. p. 331/332
  • PRODUÇÃO brasileira em novo ritmo. Filme Cultura, Rio de Janeiro, n. 6, p. 36-41, set. 1967. Disponível em: http://www.bcc.org.br/textos/224731. Acesso em: 23 out. 2022.
  • RAMOS, Luciano. Um relatório jurídico de emoções contidas. Jornal da Tarde, São Paulo, 20 ago. 1975.
  • XAVIER, Ismail. O olhar e a cena: melodrama, Hollywood, cinema novo, Nelson Rodrigues. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

Como citar

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