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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

CAL - Casa das Artes de Laranjeiras

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 03.05.2019
1982 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
A CAL - Casa das Artes de Laranjeiras, fundada em 1982, no Rio de Janeiro, é uma escola particular que oferece curso profissionalizante de interpretação, cursos livres, e produz espetáculos com alunos sob a direção de profissionais convidados.

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A CAL - Casa das Artes de Laranjeiras, fundada em 1982, no Rio de Janeiro, é uma escola particular que oferece curso profissionalizante de interpretação, cursos livres, e produz espetáculos com alunos sob a direção de profissionais convidados.

A CAL é a primeira escola particular do Rio de Janeiro a usar a regulamentação da profissão de ator, de 1978, para criar um curso profissionalizante. Fundada por Eric Nielsen e Gustavo Ariani, com a colaboração de um grupo de artistas de teatro - entre eles, Sergio Britto (1923-2011)Glorinha Beuttenmüller (1925), Aderbal Freire-Filho (1941) - sob a coordenação de Yan Michalski (1932-1990). A escola busca tanto oferecer uma formação técnica de qualidade quanto colocar o aluno em contato com artistas que possam propor renovações ao panorama teatral carioca, por meio das montagens de formatura.

Dirigida desde a sua fundação por Eric Nielsen e Gustavo Ariani, a escola conta, desde 1992, com a coordenação de Hermes Frederico. A coordenação do Núcleo de Teatro e TV para Adolescentes e Crianças está a cargo de Alice Reis. A CAL constitui-se como escola de formação e treinamento de mão-de-obra artística. Inicialmente aceitando seis turmas por ano, amplia suas dependências e seu quadro de professores para comportar três turnos e realiza de seis a oito montagens anuais com as turmas de formandos.

Para os diretores convidados, a montagem com uma das turmas representa muitas vezes a possibilidade de trabalhar com um grande elenco e, por isso, desengavetar um projeto longamente acalentado, difícil de realizar em uma produção profissional, quando o mercado reduz cada vez mais os elencos. Por ocasião da montagem do texto Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, 1989, de Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974),  o diretor Amir Haddad (1937) concede uma entrevista ao jornal O Globo, em que define o processo de ensaios dizendo "tudo é muito ágil, passamos de um espaço para o outro com muita liberdade. São 36 atores fazendo 120 personagens".1

Além de textos da dramaturgia brasileira e universal, os espetáculos de formatura também comportam eventualmente experiências cênicas originadas da criação coletiva ou da literatura, como Idéias e Repetições - um Musical de Gestos, 1986, roteiro e direção de Bia Lessa (1958),  a partir da obra de Lygia Bojunga (1932). O crítico Macksen Luiz (1945) escreve sobre o espetáculo: "Na montagem, Bia aproveita os diversos alçapões do palco do Teatro do Sesc da Tijuca para transformá-los em entradas e saídas do jovem elenco, sempre perseguindo uma chegada ou partida. A intensa movimentação é o tom sob o qual a montagem está impostada. [...] As concepções da diretora servem aos propósitos da montagem, já que foi criada para a turma de alunos formandos da Casa das Artes de Laranjeiras. O elenco é trabalhado como se fosse um coro e, desta forma, as eventuais deficiências se diluem, mas é possível detectar valores individuais, com material potencialmente rico. [...] Para quem procura no teatro uma linguagem não linear, que gosta de ver num palco formas cênicas tratadas como categorias estéticas, mas que nem por isso abdica do prazer e da emoção, Idéias e Repetições - um Musical de Gestos propõe um mergulho revigorante na magia do confronto teatral".2

Entre os espetáculos montados pela escola, destacam-se A Mãe, 1985, de Bertolt Brecht (1898-1956), direção de João das Neves (1934-2018), com Lélia Abramo (1911-2004) como atriz convidada; Ataca, Felipe!, 1986, de Artur Azevedo (1855-1908), direção de Luis Antônio Martinez Corrêa (1950-1987); Heliogábalo, o Anarquista Coroado, 1987, de Antonin Artaud (1896-1948), direção de Maurício Abud; Viva o Cordão Encarnado, 1992, de Luiz Marinho (1926-2002), direção de Luiz Mendonça (1926-2002); Graal: Retrato de um Fausto Quando Jovem, 1997, de Haroldo de Campos (1929-2003), encenação de Gerald Thomas (1954), e Um Ensaio Sobre Homem e Super-Homem, 2005, de Bernard Shaw (1856-1950), adaptação de Amir Harif, direção de Gilberto Gawronski (1962).

Notas

1. LARANJEIRA, Artur. Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come. O Globo, Rio de Janeiro, 16 de março de 1989.
2. LUIZ, Macksen. Chegadas e Partidas. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 25 de março de 1986.

Espetáculos 115

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Fontes de pesquisa 4

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  • CASA das Artes de Laranjeiras. Disponível em: [http://www.cal.com.br]. Acesso em: 02/05/2007.
  • FREDERICO, Hermes (coord.). Casa das Artes de Laranjeiras. Coordenação editorial Arnaldo Marques; texto Patricia Boueri, Marisa Bastos, Lília Coelho, Alice Reis; fotografia da capa Silvio Pozatto; apresentação Eric Nielsen, Gustavo Ariani. Laranjeiras: Ao Livro Técnico, [199-]. 96 p., il. p&b.
  • LARANJEIRA, Artur. Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come. O Globo, Rio de Janeiro, 16 mar. 1989.
  • LUIZ, Macksen. Chegadas e Partidas. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 25 mar. 1986.

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