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Enciclopédia Itaú Cultural
Música

Jerry Adriani

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 23.04.2017
29.01.1947 Brasil / São Paulo / São Paulo
23.04.2017 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Jair Alves de Souza (São Paulo, São Paulo, 1947 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017). Cantor e compositor. Adolescente, inicia carreira em São Caetano do Sul, São Paulo, participando de concursos e interpretando vários gêneros musicais. No final dos anos 1950, é influenciado pelo rock’n’roll e pela música italiana, por meio do cinema e dos pr...

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Biografia

Jair Alves de Souza (São Paulo, São Paulo, 1947 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017). Cantor e compositor. Adolescente, inicia carreira em São Caetano do Sul, São Paulo, participando de concursos e interpretando vários gêneros musicais. No final dos anos 1950, é influenciado pelo rock’n’roll e pela música italiana, por meio do cinema e dos programas de TV. Entre eles, Crush em Hi-Fi, apresentado por Celly Campello (1942-2003) e Tony Campello (1936), na TV Record. Nesse programa conhece as bandas The Jordans, Jet Blacks e Rebels, conjuntos pioneiros do rock feito no Brasil. Integra, como vocalista a banda Jerry e os Rebeldes.

Em 1964, assina contrato com a gravadora CBS para interpretar canções em italiano e adota o nome artístico Jerry Adriani, lançando o LP Italianíssimo. Em 1965, grava Um Grande Amor, seu primeiro disco em português. Em 1966, Adriani apresenta programas de televisão, como o Excelsior a Go Go pela TV Excelsior de São Paulo, em parceria com Luiz Aguiar, dedicado ao público jovem. Entre 1967 e 1968 apresenta, ao lado de Neyde Aparecida (1937), Zélia Hoffmann (1928), Betty Faria (1941) e Marília Pêra (1943-2015), o programa A Grande Parada, pela TV Tupi. Ainda em 1967, participa dos filmes Essa Gatinha é Minha, e como protagonista em Jerry, a Grande Parada e Em Busca do Tesouro, ambos dirigidos por Carlos Alberto de Souza Barros (1927-2002). Em 1969, é acompanhado pela banda baiana Raulzito e os Panteras, do cantor Raul Seixas (1945-1989), que também produz seus discos. Em 1972, lança o LP Pensa em Mim, com destaque para “Doce, Doce Amor”, de Raulzito e Mauro Motta (1951), que alcança grande sucesso, tornando-se uma das mais importantes de sua carreira. Ainda na década de 1970, inicia sua carreira internacional, com turnês por diversos países da América Latina. Em 1990, volta às origens do rock, cantando em português versões de canções gravadas pelo cantor norte-americano Elvis Presley (1935-1977), no disco  Elvis Vive. Em 1995, participa de um projeto de cinco CD’s pela Polygram, Os Maiores Sucessos dos 30 Anos da Jovem Guarda, com regravações das músicas mais conhecidas do movimento. No ano seguinte, lança o CD Io, com produção de Roberto Menescal (1937), em que Jerry regrava sucessos da música italiana. Em 1997, grava duas canções para novelas da Rede Globo: “Engenho”, de Aldir Blanc (1946) e Ricardo Feghali (1955), trilha de Indomada, e “Con Te Partiró”, trilha de Zazá. Em 1999, com o CD Forza Sempre, interpreta em italiano, as canções da banda de rock brasiliense Legião Urbana. No ano de 2005, participa do CD de 40 anos de carreira de Wanderley Cardoso (1945) e, no ano seguinte, do CD e DVD de duetos de Roberto Carlos (1941). No ano de 2011, lança o CD Pop, Jerry & Rock e em 2012, Família, seu trabalho mais recente, com canções gospel. 

Análise

Jerry Adriani dedica sua carreira a interpretar canções românticas italianas e de rock, em meados da década de 1960. Nessa época, os boleros em espanhol estão em declínio e artistas italianos como Rita Pavone (1945) e Pepino di Capri (1939) começam a se destacar na indústria musical brasileira. Os dois primeiros discos, lançados entre 1964 e 1965, são gravados com acompanhamento e arranjos da orquestra de Alexandre Gnattali (1918) e trazem repertório de singles como “Abbronzatissima”, de Carlo Rossi (1958-2015) e Edoardo Vianello (1938), “Sapore di Sale”, de Gino Paoli (1934) e “Annamaria”, de Sergio Endrigo (1933-2005).

Seus primeiros sucessos em português são de versões de Rossini Pinto (1937-1985) de rocks internacionais, como “Não Tenho Ninguém” [“As tears go by”, dos ingleses Mick Jagger (1943) e Keith Richards (1943)] e “Não Quero Mais Amar” [“I've Got Sand In My Shoes”, de Arthur Resnick (1937) e Kenny Young], esta última sucesso da banda The Drifters. O trabalho como intérprete de rock leva-o à televisão para apresentar o programa musical A Grande Parada, ao lado de Neyde Aparecida, Zélia Hoffmann, Betty Faria e Marília Pêra, nos mesmos moldes do programa Jovem Guarda, liderados por Roberto Carlos, Erasmo Carlos (1941) e Wanderléa (1946). Esses programas televisivos ajudam a criar um conceito de “música para jovens” no Brasil da década de 1960. Possuem temática e expressões adolescentes, influenciadas pelo rock norte-americano dançante dos anos 1950, de nomes como Jerry Lee Lewis, Chuck Berry, Elvis Presley, Gene Vincent (1935-1971) e pela primeira fase dos Beatles, misturados com a música brasileira.

Jerry Adriani é um cantor que surge com a popularização de duas matrizes diferentes da indústria fonográfica brasileira, o rock, no final da década de 1950 e início da de 1960 e as canções românticas italianas. Depois de gravar sem destaque alguns álbuns em italiano, a gravadora CBS, redireciona sua carreira para cantar rock’n’roll, devido ao sucesso da jovem guarda. Adriani torna-se um dos expoentes do movimento ao apresentar um programa concorrente ao de Roberto Carlos. Alcança notoriedade por interpretar, de maneira sentimental, canções de temática adolescente, sua marca musical após a década de 1970. Nesta época, passa a mesclar o repertório de rock com baladas românticas, a exemplo de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Adriani mantém, ao longo da carreira, gravações de sucessos da música italiana, presença constante em seus shows, principalmente os mais intimistas.

Nos anos 1990, seu trabalho divide-se entre o rock em português e a música italiana. Grava um disco com versões em português de músicas de Elvis Presley e grava um CD com versões em italiano de músicas da banda Legião Urbana. Neste caso, o que o motiva é semelhança de sua  voz anasalada com a do líder do grupo, Renato Russo (1960-1996).

Jerry Adriani é essencialmente um intérprete. Compositor bissexto, apenas com mais de quarenta anos de carreira (2010), realiza um disco totalmente autoral, lançado de forma independente e intitulado Pop, Jerry e rock, com 13 canções de sua autoria.

Fontes de pesquisa 7

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  • ARAUJO, Paulo César. Eu não sou cachorro não. Música popular cafona e a ditadura militar. Rio de Janeiro: Editora Record, 2002.
  • FRÓES, Marcelo. Jovem guarda em ritmo de aventura. São Paulo: Editora 34, 2000.
  • JERRY ADRIANI. In: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro: Instituto Cultural Cravo Albin. Disponível em: < http://www.dicionariompb.com.br/jerryadriani.htm >. Acesso em: 01 set. 2014.
  • JERRY ADRIANI. Site oficial do artista. Disponível em: < http:www.jerryadriani.com.br >. Acesso em: 01 set. 2014.
  • Jerry Adriani morre aos 70 anos no Rio. G1. Disponível em: < http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/musica/noticia/jerry-adriani-morre-aos-70-anos-no-rio.ghtml >. Acesso em: 23 abr. 2017.
  • PUGLIALI, Ricardo. Almanaque da Jovem Guarda: nos embalos de uma década cheia de brasa, mora? Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.
  • SANCHEZ, Pedro Alexandre. Como Dois e Dois São Cinco. Editoria Boitempo, 2004.

Como citar

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