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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Deolindo Checcucci

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 04.05.2023
Brasil / Bahia / Salvador
Deolindo Checcucci Neto (Salvador, Bahia, s.d.). Diretor, dramaturgo e professor. Em 1968, conclui o Curso de Formação do Ator na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ano em que realiza os primeiros trabalhos como diretor na cidade de Feira de Santana, Bahia. A partir de 1970, torna-se professor na UFBA, inicialmente no Curs...

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Deolindo Checcucci Neto (Salvador, Bahia, s.d.). Diretor, dramaturgo e professor. Em 1968, conclui o Curso de Formação do Ator na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ano em que realiza os primeiros trabalhos como diretor na cidade de Feira de Santana, Bahia. A partir de 1970, torna-se professor na UFBA, inicialmente no Curso de Teatro e Expressão Corporal. Na mesma década, encena textos de nomes relevantes, como do dramaturgo romeno Eugène Ionesco (1909-1994), do poeta português Fernando Pessoa (1888-1935) e da dramaturga Maria Clara Machado (1921-2001). Realiza também montagens das obras de alguns colegas baianos, importantes representantes da sua geração, como Haydil Linhares (1935-2010), autora de O Pique dos Índios, 1973; e Cleise Mendes (1948), O Bom Cabrito Berra, 1977. Assina colunas sobre teatro e música no jornal A Tarde, de Salvador, em 1975 e 1976. Completa o Bacharelado em Direção Teatral (UFBA), em 1978, e trabalha como assistente de direção de Maurice Vaneau (1926-2007), em sua encenação do Auto da Compadecida, do escritor Ariano Suassuna (1927-2014), feita no Teatro Castro Alves. Volta a colaborar para o jornal A Tarde, em colunas sobre teatro. Na década de 1980, seu trabalho é mais amplamente reconhecido no panorama cultural baiano, inclusive por meio de vários prêmios. Adapta e dirige, juntamente com Cleise Mendes e Armindo Bião (1950-2013), Cândido ou O Otimismo, da obra do filósofo francês Voltaire (1694-1778). Continua dirigindo espetáculos para a infância e juventude, como Quem Conta Um Conto Aumenta Um Ponto e A Lenda do Piuí. Escreve e dirige Abre Mais e Curra. Traduz o texto do dramaturgo americano James Larson, Dadadadá, em parceria com Armindo Bião. Recebe o titulo de Mestre em Direção Teatral na Universidade do Kansas, Estados Unidos, em 1983. Como parte do projeto de conclusão do mestrado, apresenta em Salvador sua encenação para O Assalto, do dramaturgo José Vicente (1945-2007). De 1988 a 1992, é Chefe de Departamento de Técnicas do Espetáculo da Escola de Teatro da UFBA. De 1992 a 1996, faz a gestão do Colegiado de Cursos. De 1996 a 2000, assume a direção da Escola de Teatro, último cargo administrativo na universidade. Ainda durante a década de 1990, é premiado pela encenação dos textos infanto-juvenis Um Dia, Um Sol e Na Lua, na Rua, na Tua, respectivamente em 1996 e 1999. Destaca-se também pela direção do premiado espetáculo Na Selva da Cidade (1996) de Bertolt Brecht (1898-1956). Em 1998, colabora novamente como assistente de direção em Um Homem É Um Homem, de Bertolt Brecht, direção do carioca João das Neves (1934-2018), e em A Companhia das Índias, do pesquisador sergipano Nelson Araújo (1926-1993), direção do cineasta Orlando Senna (1940). Nos anos 1990, realiza espetáculos que demonstram amadurecimento como diretor e dramaturgo. Entre 1999 e 2000, escreve sobre o teatro de Salvador para a Revista Neon. No período de 2000 a 2009, encena textos de sua autoria como Ciúme de Você e O Voo da Asa Branca. O Voo da Asa Branca, que conta e recria a história do músico, cantor e compositor brasileiro Luiz Gonzaga (1912-1989), transforma-se em grande sucesso de público, com temporadas repetidas e diversas viagens por todo o país. 

Comentário crítico
Deolindo Checcucci é um dos diretores mais influentes da geração de artistas que surgem na década de 1960, vinculados à Escola de Teatro da UFBA. Sua participação no movimento teatral baiano é registrada em várias modalidades, seja como produtor de espetáculos para o público adulto e o infanto-juvenil, como encenador, dramaturgo ou mesmo como educador e agente cultural, ao realizar seminários e palestras sobre dramaturgia e teatro para a infância e juventude.

Seu trabalho como diretor caracteriza-se, desde o início, por um diálogo contínuo, expresso no palco - em cada uma de suas encenações -, com a contemporaneidade, tanto do ponto de vista das estéticas, quanto da perspectiva social. Absorve e discute assim as tendências e aspectos culturais de cada década, bem como incorpora temas de interesse que circulam pela cidade, como comentários sobre o espaço urbano e suas mazelas prioritariamente relacionados à vida em Salvador, cumprindo a função de provocar e fazer refletir os espectadores.
Um dos seus trabalhos mais bem sucedidos é a montagem de Bocas do Inferno, a partir da obra do poeta maldito Gregório de Mattos, que escreve em parceria com Cleise Mendes e Carlos Sarno em 1979.

Suas encenações caracterizam-se por duas frentes: uma dedicada ao público infanto-juvenil e a outra direcionada aos adultos. E, apesar de trabalhar com diversos autores, a direção, particularmente, de sua própria produção como dramaturgo lhe permite grande liberdade na condução de suas peças, imprimindo-lhes muita personalidade. Outro ponto comum em sua produção é a recorrente temática da transgressão. O indivíduo (representado em seus espetáculos) está sempre em confronto com o entorno, compondo uma atmosfera de tensão na qual individualidade e coletividade estão sempre choque. Ora pela comédia, ora pelo drama, assume posicionamentos provocativos, alimentando uma visão da cena como lugar de análise e discussão da sociedade. É crítico à função entretenimento pelo entretenimento, que vê como um empecilho à realização plena das artes cênicas. O teatro deve estar conectado à reflexão, ao debate, o que não impede Deolindo de estar atento às possibilidades de divertimento, mas sempre buscando imprimir um marca de questionamento em suas produções.

O desejo pelo diálogo e pelo debate de questões identificadas à cultura e vida em Salvador, decorrem numa predileção pela encenação regular de autores brasileiros, principalmente baianos.
Contribui também com o desenvolvimento de algumas técnicas e recursos cênicos utilizados nas produções soteropolitanas, sobretudo na década de 80, quando introduz inovações nos procedimentos de cenografia, por conta dos estudos realizados nos Estados Unidos, como planos diferenciados de ação, estruturas verticais, tablados que invadem a platéia e cenas entre os espectadores.

Na área acadêmica e como agitador e ativista cultural, destacam-se suas contribuições ao Núcleo de Pesquisa sobre Teatro para Infância e Juventude da Escola de Teatro. Os espetáculos que dirige para a Companhia de Teatro da UFBA. Professor no Bacharelado em Direção Teatral, influencia muitos alunos da instituição, principalmente em disciplinas como Cenografia, Prática de Ensaio e Direção e Montagem.

Espetáculos 4

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Fontes de pesquisa 2

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  • CHECCUCCI, Deolindo. [Currículo virtual]. Enviado pelo artista em: 26 set. 2011.
  • ESPETÁCULOS Teatrais. [Pesquisa realizada por Márcio Freitas]. Itaú Cultural, São Paulo, [20--]. 1 planilha de fichas técnicas de espetáculos.

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