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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Oswaldo Louzada

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.01.2016
12.04.1912 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
22.02.2008 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Registro fotográfico Arquivo Eugênio Kusnet Da esquerda para a direita: Joaquim Guimarães (Segundo Deus), Eugênio Kusnet (Primeiro Deus), Benjamin Cattan (Terceiro Deus) e Oswaldo Louzada (Wang, o aguadeiro)

A Alma Boa de Set-Suan, 03.1960
Eugênio Kusnet, Oswaldo Louzada, Benjamin Cattan, Joaquim Guimarães
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo

Oswaldo Louzada (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1912 - idem 2008). Ator. Consagrado por longeva carreira dedicada ao teatro, cinema e televisão, Louzadinha destaca-se por transformar em ouro os pequenos personagens, por sua interpretação dedicada, rigorosa e de particular delicadeza.

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Biografia
Oswaldo Louzada (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1912 - idem 2008). Ator. Consagrado por longeva carreira dedicada ao teatro, cinema e televisão, Louzadinha destaca-se por transformar em ouro os pequenos personagens, por sua interpretação dedicada, rigorosa e de particular delicadeza.

Filho do engenheiro responsável pela estrutura elétrica do Teatro Recreio e do Teatro Carlos Gomes, nasce e cresce no meio do agito teatral da Praça Tiradentes, assistindo aos espetáculos de revista. Até a idade adulta, mora com a família em casa adjacente ao Teatro Recreio. A convivência faz com que Louzadinha, aos 11 anos, tenha uma pequena participação na revista Meia Noite e Trinta, de Luiz Peixoto, no Teatro São José. Trabalha como office-boy para o Teatro de Brinquedo, de Álvaro e Eugênia Moreyra, e ali empreende seus primeiros estudos sobre o teatro. Em 1931, junto do irmão, o ator Armando Louzada, viaja ao Nordeste com a companhia de Odilon Azevedo e Belmira de Almeida. Atua num esquete da peça Cortesão e Companhia, ao lado de Dulcina de Moraes. É então que surge o apelido de Louzadinha, para diferenciá-lo do irmão Louzada.

Interpreta pequenos papéis na companhia de Oduvaldo Vianna no início da década de 1930. Forma-se iluminador pela Escola Politécnica de São Francisco, e passa a trabalhar também como eletricista. É convidado a ingressar na companhia da atriz italiana Fátima Miris, como iluminador e assistente técnico, e com o tempo começa a atuar como intérprete. Com o grupo, excursiona pela América Latina e Europa. Em seguida, viaja para a Argentina, para trabalhar com a companhia de Henrique Discépolo. De volta ao Brasil, participa de uma série de revistas, entre elas Há uma Forte Corrente, de Luís Iglesias e Freire Junior, e Flores à Cunha, de Álvaro Pinto e Mário Lago, ambas em 1934. Nesse mesmo ano, é chamado a integrar a companhia de Dulcina de Moraes e estreia em O Último Lord, de Hugo Falena.

Convidado por Vianna a substituir Sadi Cabral, em 1938, em Iaiá Boneca, peça de Ernani Fornari, conquista seu primeiro grande êxito profissional como ator. Posteriormente, atua nas companhias de Delorges Caminha, de Joracy Camargo e de Raul Roulien, e a partir de 1943, na companhia Artistas do Povo, dirigida por Mário Brasini, formada por ex-integrantes do Teatro Universitário de Jerusa Camões. Em 1949, trabalha como apresentador dos espetáculos de Charles Trenet no Brasil e embarca para Portugal com a companhia de Alma Flora, permanecendo em turnê por mais de um ano.

No início da década de 1950, no Brasil, trabalha em revistas de Zaquia Jorge e dirige uma pequena companhia de revistas no Teatro Jardel. Na companhia de Dulcina de Moraes atua em O Imperador Galante, de Raimundo Magalhães Jr., e é dirigido por Jean Villaret em Está Lá Fora um Inspetor, de J. B. Priestley. Permanece em Portugal durante o ano de 1955, contratado pela companhia de Irene Isidro e Antônio Silva para a revista O Zé Aperta o Laço.

Com o Teatro Maria Della Costa (TMDC), em São Paulo, em 1958, atua no espetáculo A Alma Boa de Set-Suan, primeira montagem profissional de Bertolt Brecht no Brasil, encenada por Flaminio Bollini. Por sua interpretação, recebe a medalha de ouro da Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCT). Ainda na companhia, atua em Gimba, grande êxito em 1959, montagem do texto de Gianfrancesco Guarnieri, dirigida por Flávio Rangel. Viaja pela Europa com o repertório da TMDC.

A partir de 1961, integra o Teatro Nacional de Comédia (TNC). Atua em Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues; O Pagador de Promessas, de Dias Gomes; e O Círculo de Giz Caucasiano, de Bertolt Brecht, todas dirigidas por José Renato. Em 1965, interpreta Padre Cícero em Chão dos Penitentes, montagem do Teatro Jovem para o texto de Francisco Pereira da Silva, com direção de Kléber Santos. Em 1966, novamente pelo TNC, atua em Rasto Atrás, premiado texto de Jorge Andrade, com direção e cenário de Gianni Ratto.

Em 1971, participa da peça A Mãe, de Stanislaw Witkiewicz, encenação do francês Claude Régy, trazido ao Brasil pela Companhia Tereza Rachel. Atua na peça Botequim, de Guarnieri, dirigida por Antônio Pedro, em 1973, e pela interpretação do personagem Carrapato, recebe o Prêmio Molière de melhor ator do ano. Integra, em 1975, o elenco de Mumu, a Vaca Metafísica, peça de Marcílio Moraes dirigida por Flávio Rangel.

Sua carreira é igualmente rica tanto no cinema quanto na televisão. Estréia no cinema em 1943, em Moleque Tião, filme de José Carlos Burle estrelado por Grande Otelo, e em É Proibido Sonhar, de Moacyr Fenelon, dois dos primeiros filmes produzidos pela Atlântida. Até o início dos anos 1970, atua em uma série de filmes nacionais. Em 1954, recebe prêmio da Associação de Críticos Cinematográficos por seu trabalho em Mãos Sangrentas, de Carlos Hugo Christensen. Dirige o filme Mujeres de Fuego, em parceria com o mexicano Tito Davison, em 1959, e participa de O Assalto ao Trem Pagador, dirigido por Roberto Farias, em 1962.

Estréia na TV Tupi na década de 1950, no programa Câmera Um, apresentado por Jacy Campos. Atua em diversos programas, entre eles o Grande Teatro Tupi. Passa a integrar o núcleo de telenovelas da TV Globo em 1971, desde o seu desempenho em Bandeira Dois, de Dias Gomes; atua regularmente na emissora até seu último papel, em 2003, na novela Mulheres Apaixonadas.

À época da celebração pelos 50 anos de carreira de Oswaldo Louzada, em 1981, Yan Michalski comenta: "Não se fazem mais, hoje em dia, atores como ele. Um pequeno grupo de sobreviventes da sua estirpe ainda está aqui, para mostrar-nos vestígios de um know-how interpretativo bem diferente do que caracteriza os expoentes das gerações mais recentes. Uma interpretação mais intuitiva, sem dúvida, mas nem por isso menos exata, menos lúcida, menos capaz de chegar ao cerne do personagem. Em todo caso, nesse pequeno grupo Oswaldo Louzada ocupa um lugar à parte, naturalmente decorrente do seu temperamento como ser humano. Em tudo que ele faz está presente uma noção de fragilidade, de delicadeza de sentimentos, de pudor de incomodar e, em última análise, de uma visão lírica do mundo, que não faz parte, pelo menos não com esta nitidez, das personalidades interpretativas de comediantes não menos admiráveis, como Henriqueta Brieba, André Villon, Elza Gomes, por exemplo. Dentro destas características tão pessoais, Louzadinha tem mostrado uma bela versatilidade, adaptando-se às exigências de propostas muito variadas, desde as mais tradicionais até as mais inovadoras".¹

Notas
¹ MICHALSKI, Yan. Não se fazem mais atores como ele. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 18 out. 1981. Caderno B, p. 1.

Obras 1

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Registro fotográfico Arquivo Eugênio Kusnet Da esquerda para a direita: Joaquim Guimarães (Segundo Deus), Eugênio Kusnet (Primeiro Deus), Benjamin Cattan (Terceiro Deus) e Oswaldo Louzada (Wang, o aguadeiro)

Espetáculos 44

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Fontes de pesquisa 7

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  • CARVALHO, Tania. Ney Latorraca: uma celebração. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. (Aplauso Especial). 792.092 L358c
  • LOUZADA, Rodolfo. Dossiê personalidades artes cênicas. Rio de Janeiro: Cedoc/Funarte.
  • MICHALSKI, Yan. Não se fazem mais atores como ele. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 18 out. 1981. Caderno B, p. 1.
  • Morre o ator Oswaldo Louzada aos 95 anos. Disponível em: [http://exclusivo.terra.com.br/interna/0,,OI2512869-EI1118,00.html]. Acesso em: 22 fev. 2008. Não catalogado
  • Programa do Espetáculo - A Alma Boa de Set-Tsuan - 1966. Não catalogado
  • Programa do Espetáculo - Homens de Papel - 1967. Não catalogado
  • TEATRO ALIANÇA FRANCESA. Belas Figuras: São Paulo, SP, [1983]. Programa do Espetáculo. Não catalogado

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