Sadi Cabral
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Retrato de Sadi Cabral, s.d.
Sadi Cabral
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo
Texto
Sadi Souza Leite Cabral (Maceió, Alagoas, 1906 - São Paulo, São Paulo, 1986). Ator e diretor. Participa de grandes companhias do teatro brasileiro - Teatro do Estudante do Brasil, Os Comediantes, Teatro Brasileiro de Comédia, Teatro Oficina e Teatro de Arena.
Sem concluir o curso na Escola Dramática Municipal, tem ali suas primeiras experiências em papéis secundários de peças como Maria Antonieta, de Giacometti, e O Badejo, de Artur Azevedo, ambas em 1923. Estréia profissionalmente em 1924, na Companhia de Abigail Maia, atuando em Secretário de Sua Excelência, de Armando Gonzaga, e em seguida atua em Manhãs de Sol, de Oduvaldo Vianna, na companhia do autor. Em 1927 faz o curso de dança e coreografia de Maria Ollenewa e Richard Nemanoff e atua em alguns espetáculos do Teatro Municipal como bailarino. Em 1929, afasta-se do teatro - dedica-se neste período ao rádio, sendo um dos introdutores das novelas radiofônicas no Brasil. Dedica-se, também, a estudar os escritos de Stanislavski.
Retorna no final da década de 30, em Ia-Iá Boneca, de Ernani Fornari, direção de Oduvaldo Vianna. Em 1939, dirige As Guerras do Alecrim e da Manjerona, de Antônio José da Silva, o Judeu, e atua em Carlota Joaquina, de Raimundo Magalhães Junior. Adapta para o rádio romances clássicos brasileiros.
Em 1942, dirige Como Quiseres, de Shakespeare, para o Teatro do Estudante do Brasil, TEB; e Prometo Ser Infiel, de Dario Nicodemi; A Grã Duquesa e o Garçom, de A. Savoir; e Trio em Lá Menor, de Raymundo Magalhães Junior, todos para a companhia de Raul Roulien. Em meados de 40, trabalha como ator em César e Cleópatra e, na sequência, em Santa Joana, ambos de Bernard Shaw, pela Companhia Dulcina - Odilon, 1944; no mesmo ano em A Ré Misteriosa, de Bisson, da Companhia Itália Fausta; atua em Carreira da Zuzu (L'École des Cocottes), de Armont e Gerbidon, direção de Henriette Morineau, para a Companhia Bibi Ferreira, também em 1944; nesta mesma companhia, está em O Barbeiro de Sevilha, de Beaumarchais, 1945; com Os Artistas Unidos, integra o elenco em Elizabeth da Inglaterra, de André Josset, novamente dirigido por Mme. Morineau, 1947; e sob a direção de Adacto Filho, é ator em Vestir os Nus, de Luigi Pirandello, pelo Teatro das Segundas-Feiras, 1948; e em Estrada do Tabaco, de Erskine Caldwell e Jack Kirland, direção de Ruggero Jacobbi, pelo Teatro Popular de Arte, TPA.
Na década de 50, ingressa no Teatro Brasileiro de Comédia, TBC, onde permanece por dois anos, e recebe o Prêmio Saci do jornal O Estado de S. Paulo pela atuação em Eurydice, de Jean Anouilh, direção Gianni Ratto, 1956. Em 1957, trabalha no Teatro de Arena, atuando em Juno e Pavão, de Sean O'Casey; A Mulher do Outro, de Sidney Howard; e Só o Faraó Tem Alma, de Silveira Sampaio, todos com direção de Augusto Boal. Em 1958, vai para o Teatro Maria Della Costa, TMDC, e permanece até 1960, quando viaja com a companhia para Lisboa, na remontagem de Mirandolina, de Carlo Goldoni. Nessa companhia, recebe o Prêmio Governador do Estado de São Paulo e a medalha de ouro da Associação Paulista de Críticos Teatrais, APCT, pelo desempenho em A Alma Boa de Set-Suan, de Bertolt Brecht, sob a direção de Flaminio Bollini, e também por A Cantora Careca, de Eugène Ionesco, com direção de Luís de Lima, ambos em 1958.
Na década de 60, faz uma rápida passagem pela Companhia Tônia-Celi-Autran, CTCA, atuando em Lisbela e o Prisioneiro, de Osman Lins, direção Adolfo Celi e Carlos Kroeber, em 1961 e, no ano seguinte, no Teatro Oficina, em Todo Anjo É Terrível, de Ketti Frings, direção de José Celso Martinez Corrêa. Atua na montagem de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, com direção de Sergio Cardoso, 1965, e em Júlio César, de William Shakespeare, com direção de Antunes Filho, 1966.
Na década de 70, trabalha com os novos diretores em espetáculos de linguagem pessoal, entre eles: Oh! Que Belos Dias, de Samuel Beckett, com direção de Ivan de Albuquerque, 1970, Tango, de Slawomir Mrozek, com direção de Amir Haddad, 1972, Lulu, de Frank Wedekind, com direção de Ademar Guerra, 1974, Viva o Cordão Encarnado, de Luiz Marinho, com direção de Luiz Mendonça, e Salva, de Edward Bond, direção de Ademar Guerra, ambos em 1975, O Diário de Anne Frank, de Frances Goodrich e Albert Hackett, direção de Antônio Mercado, 1977.
A partir da década de 80, passa a dedicar-se exclusivamente à televisão. Seu último trabalho em teatro é uma remontagem de O Homem do Princípio ao Fim, de Millôr Fernandes, 1981. No cinema, atua, entre outros, em Bonequinha de Seda, Escrava Isaura e Chuvas de Verão, que lhe vale uma comovente interpretação ao lado de Miriam Pires.
Obras 1
Espetáculos 101
Fontes de pesquisa 13
- CABRAL, Sadi. (Dossiê Personalidade Artes Cênicas) Rio de Janeiro: CEDOC/Funarte.
- DÓRIA, Gustavo: Moderno Teatro Brasileiro, Rio de Janeiro: SNT, 1975.
- ESPETÁCULOS Teatrais. [Pesquisa realizada por Edélcio Mostaço]. Itaú Cultural, São Paulo, [20--]. 1 planilha de fichas técnicas de espetáculos. Não Catalogado
- FEIRA do adultério. Rio de Janeiro: [s.n.], 1975. 1 ficha técnica do espetáculo. Disponível em: http://bjks-opac.museus.gov.br/cgi-bin/koha/opac-detail.pl?biblionumber=113265. Não catalogado
- FONTA, Sérgio. [Currículo]. Enviado pelo artista em 2011. Não Catalogado
- LULU. São Paulo: Teatro Sesc Anchieta, 1974. 1 programa do espetáculo. Não catalogado
- O Diário de Anne Frank. São Paulo: s.l., 1977. 1 programa de espetáculo. Não catalogado
- PRADO, Décio de Almeida. Apresentação de teatro brasileiro moderno. Crítica teatral (1947-1955). São Paulo, Liv. Martins, 1956.
- PRADO, Décio de Almeida. Exercício findo: crítica teatral (1964-1968). São Paulo: Perspectiva, 1993. (Coleção debates; 199).
- PRADO, Décio de Almeida. Teatro em progresso: crítica teatral, 1955-1964. São Paulo: Martins, 1964.
- Programa do Espetáculo - A Alma Boa de Set-Tsuan - 1966. Não catalogado
- Programa do Espetáculo - O Homem do Principio ao Fim - 1981. Não catalogado
- TODO Anjo É Terrível. São Paulo: Teatro Oficina Uzyna Uzona, [1962]. 1 programa do espetáculo realizado no Teatro Oficina.
Como citar
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SADI Cabral.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa349509/sadi-cabral. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7