Oduvaldo Vianna
Texto
Biografia
Oduvaldo Vianna (São Paulo SP 1892 - Rio de Janeiro RJ 1972). Autor, diretor e produtor. Um dos autores de maiores prestígios dos anos 1920 e 1930, dirige espetáculos e companhias.
De 1916 a 1919, Oduvaldo Vianna é redator de diversos jornais - Diário da Noite, Gazeta de Notícias e A Noite. No mesmo período, já encena suas primeiras peças. Em 1919, a Companhia Nacional de Comédias e Vaudevilles encena, no Teatro Carlos Gomes, o vaudeville O Almofadinha; a companhia de Paschoal Segreto estreia a opereta O Clube dos Pierrôs; e são montados a revista Viva a República e Flor da Noite. Em 1920, dois textos seus são encenados no Teatro Trianon, o maior e mais frequentado da cidade, que se torna símbolo da geração dos anos 1920/1930. Em 1921, Vianna organiza, com o também autor Viriato Corrêa e o empresário Nicolino Viggiani uma companhia de comédias, que realiza apenas um ano de atividades no Trianon, montando três textos seus e desfazendo-se em seguida. Em 1922, Vianna funda, com a atriz Abigail Maia, que se tornaria sua esposa, a Companhia Brasileira de Comédias Abigail Maia. No ano seguinte, é diretor da Companhia Brasileira de Comédias.
Na década de 1930, Oduvaldo Vianna começa a dirigir espetáculos. Nesse trabalho, imprime um rigor e uma concepção de teatro bem diferente daquela que imperava com a figura pragmática do ensaiador. Em 1931, Vianna dirige dois textos de sua autoria: Um Tostãozinho de Felicidade e Sorrisos de Mulher, ambos na Companhia Brasileira de Espetáculos Modernos. No mesmo ano, começa a escrever para Procópio Ferreira, que protagoniza diversos textos seus, entre eles: O Vendedor de Ilusões e Feitiço, 1931, Segredo e Mas que Mulher!, 1932, Fruto Proibido, 1933.
Um de seus maiores êxitos artísticos é Amor, 1933, que ele mesmo dirige com a Companhia Dulcina-Durães-Odilon. A peça, com temática ousada para seu tempo, defendia o divórcio para libertar o amor, mas não chega a provocar polêmica pela comicidade que reveste todas as cenas. Seu maior mérito é o jogo que cria entre espaço e tempo, livrando-os das restrições habituais. Dividindo o palco em cinco áreas de representação, o autor decupa a ação, expondo, por exemplo, as diversas fases de uma ligação telefônica: discagem, telefonista, recepção da chamada. Os três atos habituais são fundidos em um ato único e a ação é dividida em 38 quadros, usando para fracioná-los as luzes (que na época não tinham uso dramático, sendo acesas quando anoitecia e apagadas quando todos iam embora).
De 1935 a 1940, Oduvaldo Vianna dirige a Escola de Teatro Martins Pena. Em 1963, recebe, da Associação Brasileira de Críticos Teatrais - ABCT, a medalha de Honra ao Mérito por mais de 30 anos de serviços prestados ao teatro brasileiro. É pai de Oduvaldo Vianna Filho, que por ser seu filho, passa a ser chamado de Vianinha pela classe artística.
Espetáculos 72
Fontes de pesquisa 4
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- COSTA, Jeanette Ferreira da. Da Comédia Caipira à Comédia-Filme: Oduvaldo Vianna - um Renovador do Teatro Brasileiro. Dissertação de Mestrado. Centro de Letras e Artes, UNI-RIO, Rio de Janeiro, 1999.
- PRADO, Décio de Almeida. O teatro brasileiro moderno: 1930-1988. São Paulo: Perspectiva, 1988. (Debates, 211).
- VIANNA, Oduvaldo. (Dossiê Personalidade Artes Cênicas) Rio de Janeiro: CEDOC/Funarte.
Como citar
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ODUVALDO Vianna.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa359283/oduvaldo-vianna. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7