Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Miguelzinho Dutra

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 15.05.2024
15.08.1812 Brasil / São Paulo / Itu
22.09.1875 Brasil / São Paulo / Piracicaba
Reprodução fotográfica Rômulo Fialdini

Pedreira
Miguelzinho Dutra
Aquarela sobre papel
23,50 cm x 35,00 cm
Museu Republicano "Convenção de Itu"/Museu Paulista da Universidade de São Paulo

Miguel Arcanjo Benício de Assumpção Dutra (Itu, São Paulo, 1812 - Piracicaba, São Paulo, 1875). Pintor, escultor, ourives, arquiteto, poeta, entalhador, decorador de igreja e musicista. É filho do ourives Tomás da Silva Dutra (s.d.-1835), avô do pintor, escultor e musicista Joaquim Miguel Dutra (1864-1930) e bisavô dos pintores Antônio de Pádua ...

Texto

Abrir módulo

Miguel Arcanjo Benício de Assumpção Dutra (Itu, São Paulo, 1812 - Piracicaba, São Paulo, 1875). Pintor, escultor, ourives, arquiteto, poeta, entalhador, decorador de igreja e musicista. É filho do ourives Tomás da Silva Dutra (s.d.-1835), avô do pintor, escultor e musicista Joaquim Miguel Dutra (1864-1930) e bisavô dos pintores Antônio de Pádua Dutra (1905-1939), Alípio Dutra (1892-1964), Archimedes Dutra (1908-1983) e João Dutra (1893-1983). Em 1841, Miguelzinho executa os desenhos que circundam o primeiro mapa da cidade de São Paulo. Desenha, em 1847, o pavilhão do Ipiranga, mais antigo documento iconográfico do local. Entre 1853 e 1855 dedica-se à construção da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, em Piracicaba, São Paulo. Realiza, em 1854, o projeto para a Igreja Matriz de Rio Claro, São Paulo. Em 1873 inaugura a Capela do Paço do Senhor do Horto, em Piracicaba, na qual trabalha como projetista e entalhador das portas, das imagens e do altar. Em 1981 é organizado o catálogo Miguel Dutra Poliédrico Artista Paulista, com 52 aquarelas que fazem parte da coleção do Museu Paulista da Universidade de São Paulo (MP/USP).

Análise

A produção de Miguelzinho Dutra pode ser considerada, como a dos pintores Hercule Florence (1804-1879), Debret (1768-1848) e Adrien Taunay (1803-1828), uma das mais importantes fontes de documentação iconográfica do estado de São Paulo do século XIX.

Dutra é um artista autodidata em pintura, mas, enquanto observador meticuloso, realiza paisagens muito realistas, compostas com enquadramento preciso, como em Salto de Piracicaba (s.d.). Suas aquarelas têm um caráter documental, por apresentarem um registro das primeiras casas da cidade de Itu, São Paulo e ainda a arquitetura das igrejas e cenas da vida cotidiana, como festas e procissões. Enfoca especialmente a ornamentação da cidade para receber a visita do imperador dom Pedro II (1825-1891) em 1848, sendo responsável pelo desenho e execução dos arcos e das figuras decorativas.

Dutra apresenta vistas de vilas e de fazendas, em que procura apresentar a paisagem de maneira panorâmica, como em Fazenda Corumbataí (s.d.), em Piracicaba, São Paulo. Representa ainda algumas edificações da cidade de São Paulo na época, como o Convento da Luz, a Igreja do Carmo, o Largo do Palácio do Governo e Igreja do Colégio dos Jesuítas. Em alguns trabalhos, o artista procura enfocar principalmente a fachada e os detalhes arquitetônicos dos edifícios. Já em outras obras, oferece uma visão grandiosa da natureza como em Queimada (1847), que por vezes contrasta com as pequenas figuras humanas em primeiro plano, como em Salto de Itu no Tietê (1845) ou em Pedreira (s.d.)

O artista é considerado um bom retratista, tornando-se conhecido pelos retrato de populares nos quais revela, como apontam diversos estudiosos, o perfil psicológico do representado. Pinta também algumas personalidades de destaque na época, como o capitão-mor de Itu, Vicente de Costa Taques Goes e Aranha (s.d.). Miguelzinho Dutra destaca-se também como escultor, realizando a talha e diversas imagens religiosas em cedro para as igrejas da região.

Obras 3

Abrir módulo
Reprodução fotográfica Rômulo Fialdini

Pedreira

Aquarela sobre papel

Exposições 13

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 10

Abrir módulo
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. R703.0981 P818d
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo Editora, 1942.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • MIGUEL Dutra: o poliédrico artista paulista. São Paulo: MASP, 1981.
  • O MUSEU Paulista da Universidade de São Paulo. Texto Sílvia Maranca. São Paulo: Banco Safra, 1984. 319 p., il. color. (Banco Safra).
  • REIS JÚNIOR, José Maria dos. História da pintura no Brasil. Prefácio Oswaldo Teixeira. São Paulo: Leia, 1944.
  • TRADIÇÃO e ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1984. 709.81 M339t
  • VELLOSO, Augusto Carlos Ferreira. Os Artistas Dutra: oito gerações. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo : Sociarte, 2000.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: