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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Antônio de Pádua Dutra

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 30.01.2024
30.05.1906 Brasil / São Paulo / Piracicaba
11.01.1939 Itália / Campânia / Nápoles
Reprodução fotográfica Rômulo Fialdini

Pintura do Modelo Vivo, 1936
Antônio de Pádua Dutra
Óleo sobre tela, c.s.e.
65,50 cm x 54,00 cm
Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo (SP)

Em 1929, leciona desenho na Escola Normal de Casa Branca e, em 1933, na Escola Normal de Piracicaba. No ano seguinte, integra mostra de pintores brasileiros no museu Nicholas Roerich, em Nova York, Estados Unidos. Em 1931, integra o Salão Revolucionário, na Enba. Desenha, com seu irmão Archimedes, a capa do Manual de Campanha do Voluntário Const...

Texto

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Antônio de Pádua Dutra (Piracicaba, São Paulo, 1905 - Nápoles, Itália, 1939). Pintor, professor e escritor. É bisneto do pintor Miguelzinho Dutra (1812-1875), filho do pintor, escultor e musicista Joaquim Miguel Dutra (1864-1930) e irmão dos artistas João Dutra (1893-1983)Alípio Dutra (1892-1964) e Archimedes Dutra (1908-1983). Em 1923, forma-se professor pela Escola Normal de Piracicaba. É premiado na Exposição Geral de Belas Artes, precursora do Salão Nacional de Belas Artes, na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), em 1926, 1928 e 1933, no Rio de Janeiro.

Em 1929, leciona desenho na Escola Normal de Casa Branca e, em 1933, na Escola Normal de Piracicaba. No ano seguinte, integra mostra de pintores brasileiros no museu Nicholas Roerich, em Nova York, Estados Unidos. Em 1931, integra o Salão Revolucionário, na Enba. Desenha, com seu irmão Archimedes, a capa do Manual de Campanha do Voluntário Constitucionalista em 1932. Participa do Salão Paulista de Belas Artes entre 1934 e 1940, recebendo prêmios em 1935 e 1940, sendo este último póstumo. Em 1937, ganha o prêmio de viagem do Conselho de Orientação Artística de São Paulo e vai a Florença, Itália. Freqüenta a Real Academia dessa cidade até 1938, como aluno de Felice Carena (1879-1966).

Seus trabalhos integram mostras com os irmãos em 1935 e 1937 no Palácio das Arcadas, em São Paulo, e, postumamente, em 1945 na galeria Itapetininga. Sua obra é mostrada ainda na exposição 50 Anos de Paisagem Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), em 1956.

Antônio de Pádua Dutra obtém êxito nos salões nacionais de belas artes e, ao ser premiado em 1937 com uma viagem de estudos à Europa, muda-se para Florença. Nessa cidade, ingressa na Academia de Belas Artes, formalizando o aprendizado em pintura. Devido a essa transferência, a maior parte de suas obras conhecidas no Brasil é aquela produzida antes que deixasse o país.

Deve-se notar ainda que a obra de Felice Carena, professor de Dutra na academia florentina, absorve lições do pós-impressionismo, com especial atenção para Cézanne. Esse dado traz complexidade aos estudos "acadêmicos" de Dutra, indicando uma sintonia entre sua pintura antes da partida para a Itália, que demonstra um olhar atento para vertentes não-acadêmicas, e o trabalho do próprio Carena, que congregava procedimentos de referências artísticas diversas.

As paisagens de Dutra demonstram certa liberdade da pincelada, observável em momentos de Paisagem com Flamboyant (s.d.), Rua Ensolarada (1929) e Quintal com Bananeiras (1937), entre outras, indicando um flerte com o impressionismo que, entretanto, não domina a composição como um todo. Em outras ocasiões, influenciado pelo pós-impressionismo, como em Margem do Rio Piracicaba (1925). Um exemplo interessante dessa articulação entre diferentes concepções pictóricas é Barcos Ancorados (1927), no qual soluciona a representação dos objetos por meio de uma linguagem naturalista, atenta aos detalhes, que se contrapõe às soluções da grama e da terra, representada por manchas de cor de contorno mais indefinido.

Dando banho no cachorro (1929) radicaliza a indefinição das figuras ao promover uma quase fusão entre homem e animal, resolvidos por meio de pinceladas semelhantes. Porém, a descrição da tina e do chapéu impedem que a fusão se complete.

Segundo comentadores, o artista nutria grande admiração pelo pintor Almeida Júnior (1850-1899), produzindo ainda obras que visavam o registro de tipos paulistas, como em Depois da Missa, Indecisão, Desconfiada e Pronta para o Passeio1.

Notas

1. VELLOSO, Augusto Carlos Ferreira. Os Artistas Dutra: oito gerações: presença de mais de dois séculos na arte do Brasil. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado/ Sociarte, 2000, p. 84.

 

Obras 2

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Exposições 27

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Fontes de pesquisa 8

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  • 50 Anos de Paisagem Brasileira. São Paulo : MAM/SP, 1956.
  • BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo Editora, 1942.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • PINACOTECA do Estado de São Paulo: catálogo geral de obras. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 1988.
  • REIS JÚNIOR, José Maria dos. História da pintura no Brasil. Prefácio Oswaldo Teixeira. São Paulo: Leia, 1944.
  • RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1941. (Brasiliana. Série 5ª: biblioteca pedagógica brasileira, 198).
  • VELLOSO, Augusto Carlos Ferreira. Os Artistas Dutra: oito gerações. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo : Sociarte, 2000.
  • Venice Opens Major Exhibition by Felice Carena at Palazzo Franchetti. Artdaily.org. Disponível em: http://www.artdaily.com/index.asp?int_sec=2&int_new=37253. Acesso em: 22 ago. 2010

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