Joaquim da Rocha Fragoso
![Retrato do Duque de Caxias, 1875 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/000888001013.jpg)
Retrato do Duque de Caxias, 1875
Joaquim da Rocha Fragoso
Óleo sobre tela, c.i.d.
60,00 cm x 65,00 cm
Acervo do Museu Imperial/IPHAN/MinC (Petrópolis, RJ)
Texto
Joaquim da Rocha Fragoso (primeira metade do século XIX, Rio de Janeiro – 1893, Roma, Itália). Pintor. Frequenta a Academia Imperial de Belas Artes (Aiba) entre as décadas de 1840 e 1850. É colega de Victor Meirelles (1832-1903) e Antônio Cândido de Menezes (1828-1908). Participa das Exposições Gerais de Belas Artes de 1860 (menção honrosa), 1864, 1866 (medalha de ouro), 1867, 1868, 1870 (título de Cavaleiro da Ordem de Cristo) e 1872.
Em 1851, disputa concurso para professor de pintura histórica com Maximiano Mafra (1823-1908) (vencedor), Victor Meirelles, Francisco Nery (1828-1866), Francisco Souza Lobo (1800-1855), Poluceno Pereira da Silva Manuel e Antonio Pereira de Aguiar. Em 1852, disputa o prêmio de viagem ao exterior com Victor Meirelles e Antônio Cândido de Menezes. Fica em terceiro lugar.
Entre as décadas de 1850 e 1860, em data não aferida, requer ao diretor da Academia solicitação para ser nomeado professor de desenho figurado. Visita a Europa entre as décadas de 1850 e 1866, conforme trabalhos realizados no exterior e apresentados na Exposição de 1866. A partir de 1867, torna-se retratista do Conde d'Eu (1842-1922). Em 1883, muda-se para Petrópolis. Entre esse ano e início dos anos 1890, muda-se para a Europa. Morre em 1893, em Roma.
Análise
Rocha Fragoso é um pintor de retratos bem-sucedido no Rio de Janeiro entre as décadas de 1860 e 1870. Embora tenha se tornado um dos retratistas oficiais do Conde d’Eu, genro de D. Pedro II, e de outras personalidades famosas do seu tempo, seu nome é pouco citado na história da arte brasileira do século XIX. Isso não se deve à má qualidade de seus trabalhos, mas ao fato de dedicar-se exclusivamente ao gênero retrato.
Como ele, grande parte dos pintores do período ganham o sustento diário com a venda de retratos. Contudo, entre as décadas de 1860 e 1880, durante o Segundo Império, é a pintura histórica que lhe traz certo reconhecimento. Até pouco tempo, este gênero garante relativo interesse pelo resgate de suas obras, assim como pelo das obras de Victor Meirelles, famoso colega de geração.
Fragoso trabalha pouco tempo com a pintura histórica. Permanece ativo no país, todavia, à sombra de artistas mais famosos. Merecem destaque os retratos que realiza de heróis da Guerra do Paraguai (1864-1870), e episódios da Proclamação da República, em 1889.
O crítico Gonzaga Duque (1863-1911) acredita que a produção de Fragoso cai tanto em qualidade que afirma ser preferível ele largar a pintura. Talvez em decorrência de críticas severas como essa, no fim da vida, Fragoso muda-se para a Europa, lá falecendo.
Obras 1
Retrato do Duque de Caxias
Exposições 8
Fontes de pesquisa 22
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Como citar
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JOAQUIM da Rocha Fragoso.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa23127/joaquim-da-rocha-fragoso. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
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