Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Antônio de Souza Lobo

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 25.10.2023
26.02.1840 Brasil / Rio de Janeiro / Campos dos Goytacazes
01.02.1909 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Retrato do Visconde do Rio Branco, 1875
Antônio de Souza Lobo, Carlos Luiz do Nascimento
115,00 cm x 89,00 cm
Acervo do Museu Imperial/IPHAN/MinC (Petrópolis, RJ)

Antônio Araújo de Souza Lobo1 (Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, 1840 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1909). Pintor, professor, restaurador, fotógrafo e cenógrafo. Em 1854, ingressa na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba). Recebe menção honrosa nas Exposições Gerais de 1865 e 1866. Na mostra de 1868 – já fora da Aiba –, apresenta, junt...

Texto

Abrir módulo

Biografia

Antônio Araújo de Souza Lobo1 (Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, 1840 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1909). Pintor, professor, restaurador, fotógrafo e cenógrafo. Em 1854, ingressa na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba). Recebe menção honrosa nas Exposições Gerais de 1865 e 1866. Na mostra de 1868 – já fora da Aiba –, apresenta, junto com Antônio José Barbosa de Oliveira, fotografias no concurso de 1866, mostrando os trabalhos e a montagem. 

É auxiliar de Carlos Luís do Nascimento (1812-1876), restaurador da Pinacoteca Pública. Em 1867, abre um ateliê de paisagens, retratos e restaurações com o irmão Carlos Alberico de Sousa Lobo, mantido até 1890. A partir de 1868, leciona no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, onde tem como aluno o pintor José Maria de Medeiros (1849-1925), e no Colégio Pedro II. Ganha uma segunda medalha de ouro na Exposição Geral de 1870 e duas primeiras nas ocorridas em 1876 e 1879 (a nomenclatura “segunda” e “primeira” refere-se à colocação do artista na premiação). Até 1874, é cenógrafo do Teatro Provisório, no Rio de Janeiro. No mesmo ano, publica o texto Belas Artes: Considerações sobre a Reforma da Academia, preocupado com os rumos do ensino no país.

A partir de 1876, ministra aulas no Asilo de Menores Desvalidos, no Rio de Janeiro, onde é professor do pintor Baptista da Costa (1865-1926). Ainda nos anos 1870, funda, com o escultor Almeida Reis (1838-1889) e o arquiteto Rodrigues Monteiro, a associação Acrópolis, que defende a modernização do ensino da arte. No fim da vida, dedica-se à fotografia e à litografia.

Análise

Antônio Araújo de Souza Lobo exerce atividades variadas: é professor, cenógrafo, restaurador e fotógrafo. Em algumas delas, sua atuação é pioneira. Por exemplo, quando registra e mostra em fotografia a montagem da Exposição Geral de 1866. Quando critica os métodos acadêmicos de ensino, preconiza a pintura ao ar livre e o modelo vivo, pouco depois adotados pelo pintor Georg Grimm (1846-1887) fora da academia.

Essas atividades são pouco documentadas e, como pintor, Souza Lobo não deixa marcas importantes. O crítico Gonzaga Duque (1863-1911) diz que ele tem amor pela arte e que, por isso, capricha, conseguindo por vezes fazer bem, sem, contudo, alcançar grande progresso2. Boa parte dos comentadores que o mencionam ressalta que ele se destaca nos retratos, mas não se mostra pintor de grande qualidade3.

Seu quadro mais famoso pertence à coleção do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), presente na exposição Retrospectiva da Pintura no Brasil, de 1948. Trata-se de um retrato de dom Pedro II (1825-1891) adulto. O imperador posa com olhar fixo no horizonte. Detalhes como o brilho dos tecidos e as dobras nas meias são bem cuidados e a cor é quente e viva.

Notas

1 Há divergências quanto às datas dos eventos da vida de Souza Lobo. Este verbete baseia-se nas informações dos livros de Alfredo Galvão e Carlos Roberto Maciel Levy, presentes nas fontes de pesquisa.

2 DUQUE, Gonzaga. A arte brasileira. Rio de Janeiro: H. Lombaerts & Cia, 1888. p. 93.

3 ZANINI, Walter. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. V. 1, p. 408; CAMPOFIORITO, Quirino. A proteção do imperador e os pintores do Segundo Reinado: 1850 – 1890. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983, p. 22.

Obras 1

Abrir módulo

Exposições 13

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 17

Abrir módulo
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • ACQUARONE, Francisco. História das artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Americana, 1980.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo Editora, 1942.
  • CAMPOFIORITO, Quirino. A Proteção do Imperador e os pintores do Segundo Reinado: 1850 - 1890. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983. 80 p., il. color. (História da pintura brasileira no século XIX, 4).
  • CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • DUQUE, Gonzaga. A Arte brasileira: pintura e esculptura. Rio de Janeiro: H. Lombaerts & C., 1888. 254 p.
  • FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
  • GALVÃO, Alfredo. Subsídios para a história da Academia Imperial e da Escola Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro: Universidade do Brasil, 1954.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LEVY, Carlos Roberto Maciel. 150 anos de pintura de marinha na história da arte brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional de Belas Artes, 1982.
  • LEVY, Carlos Roberto Maciel. Exposições gerais da Academia Imperial e da Escola Nacional de Belas Artes: período monárquico, catálogo de artistas e obras entre 1840 e 1884. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1990. v.1.
  • MORAIS, Frederico. Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: da Missão Artística Francesa à Geração 90: 1816-1994. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995.
  • REIS JÚNIOR, José Maria dos. História da pintura no Brasil. Prefácio Oswaldo Teixeira. São Paulo: Leia, 1944.
  • VIANA, Ernesto da Cunha de Araújo. As artes plásticas no Brasil. Revista do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, tomo LXXVIII, p. 505, 1915. Disponível em: < http://www.ihgb.org.br/rihgb.php?s=20 >. Acesso em: 2 abr. 2011.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: