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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Museu do Estado de Pernambuco (Mepe)

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 15.07.2022
1929 Brasil / Pernambuco / Recife
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Casa Grande do Engenho Noruega, 1930
Cicero Dias
Óleo sobre tela
105,00 cm x 105,00 cm

A criação do Museu do Estado de Pernambuco - Mepe está ligada à iniciativa, pioneira no Nordeste do Brasil, de estabelecer um serviço de preservação do patrimônio artístico, histórico e cultural. Em sintonia com a Inspetoria dos Monumentos Históricos dos Estados Unidos do Brasil, formalizada pelo governo federal em 1923, o Estado de Pernambuco i...

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A criação do Museu do Estado de Pernambuco - Mepe está ligada à iniciativa, pioneira no Nordeste do Brasil, de estabelecer um serviço de preservação do patrimônio artístico, histórico e cultural. Em sintonia com a Inspetoria dos Monumentos Históricos dos Estados Unidos do Brasil, formalizada pelo governo federal em 1923, o Estado de Pernambuco institui, por meio de lei estadual de 1928, a Inspetoria Estadual de Monumentos e, de forma articulada, determina a criação de um museu histórico e de arte.

Em 1930, o museu é instalado na cúpula do Palácio da Justiça, na praça da República, em Recife, expondo um conjunto de obras que inclui algumas telas do pintor pernambucano Telles Júnior (1851 - 1914). Em 1933, é extinto e seu acervo permanece sob a guarda da Biblioteca Pública do Estado até 1940, quando um outro decreto recria a instituição. O Museu do Estado de Pernambuco é inaugurado em novas instalações, em um casarão em Ponte D'Uchoa, onde funciona até hoje como unidade da Secretaria de Cultura de Pernambuco.

Desde 1942, realiza periodicamente um salão de artes plásticas, inicialmente denominado Salão Anual de Pintura, de 1942 a 1969, depois Salão Oficial de Arte, de 1976 a 1979, Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, de 1980 a 1986, e, desde 1986, Salão de Arte Contemporânea de Pernambuco. No período de 1970 a 1975 e de 1993 a 1998 não houve salão.

O edifício que abriga o museu, um palacete do século XIX, passa por sucessivas adaptações: no começo do século XX, é acrescentado ao prédio um segundo pavimento e, em dezembro de 1951, é incorporado um pavilhão, com cerca de 1.000 metros quadrados, com áreas destinadas a eventos, reserva técnica e dependências administrativas. Em 1988, os porões do casarão são reformados e o museu passa a oferecer ao público duas galerias de exposições temporárias.

Na década de 1990, são promovidos estudos sobre o acervo, que resultam numa revisão das obras expostas segundo o que é julgado mais representativo, e é editado um catálogo parcial da instituição. Em meados de 2003, o edifício principal é fechado para uma reforma destinada a aprimorar as condições técnicas das salas expositivas, e reaberto no fim de 2006.

O Mepe ocupa uma área de mais de 9.000 metros quadrados, com estacionamento e amplos jardins onde estão expostas esculturas e vasos de cerâmica portuguesa. Pela escadaria da entrada principal chega-se ao terraço frontal, onde se encontram estátuas de mármore representando as musas que presidem as artes. No terraço lateral e na área aos fundos, espalham-se canhões das artilharias holandesa e portuguesa.

Um dos primeiros conjuntos que formam o acervo, incorporado em 1932, é constituído por 28 peças pré-incaicas. Na década de 1940 passa integrar o acervo a coleção que leva o nome do arqueólogo e antropólogo brasileiro Carlos Estevão de Oliveira (1916 - 1946), com mais de 3 mil objetos arqueológicos e etnológicos. Fazem parte do acervo peças arqueológicas de cerâmica marajoara, de Maracá e Santarém, material lítico da região do Pará, Pernambuco e Ceará, e peças etnográficas de plumária, cestaria, cerâmica e armaria indígena coletadas no século XX.

O conjunto de peças religiosas afro-brasileiras apresenta mais de 300 itens. O museu conserva uma importante coleção de porcelana chinesa e inglesa, objetos decorados de marfim, talhas e cofres de madeira dourada, além de diversos itens do mobiliário pernambucano dos séculos XVIII e XIX, objetos de porcelana francesa, opalinas, cristais, ourivesaria e instrumentos musicais, peças de imaginária, oratórios, painéis votivos do século XVIII e ex-votos do século XX.

Um importante segmento do acervo refere-se ao período da ocupação holandesa do Brasil, entre  1624 e 1654. São pinturas e gravuras entre as quais se destacam dois grandes painéis a óleo de 1709, oriundos da Câmara de Olinda, que representam cenas das batalhas travadas entre luso-brasileiros e holandeses. Há também diversos retratos da família imperial brasileira, como o imperador dom Pedro I, a imperatriz Leopoldina, dom Pedro II (1825 - 1891) e Thereza Christina.

Um precioso conjunto de cromolitografias do século XIX, uma vista panorâmica da capital do Estado, de autoria de Hagedorn (1814 - 1889), e diversas litografias de artistas europeus integram o acervo e são valiosas referências para o conhecimento do Recife antigo.

Entre os destaques da pinacoteca do Mepe estão artistas pernambucanos do século XIX, como Telles Júnior e Mário Nunes (1889 - 1982), assim como outros desse período, atuantes no Brasil, como os cariocas Maximiano Mafra (1823 - 1908) e Bérard (1846 - 1910), o português Augusto Rodrigues Duarte (1848 - 1888) e o espanhol Modesto Brocos (1852 - 1936). Duas paisagens de Pernambuco de Frans Post (1612 - 1680) estão entre as obras mais relevantes. Do século XX, o museu mantém obras de Cicero Dias (1907 - 2003), Vicente do Rego Monteiro (1899 - 1970) e Francisco Brennand (1927).

O Mepe conta com uma biblioteca especializada em arte, história, antropologia e ciências correlatas, com um acervo de cerca de 4 mil títulos e 2 mil catálogos de salões e de exposições individuais e coletivas, além de recortes de jornais, vídeos, documentos administrativos e impressos publicados pelo museu.

Obras 7

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Diana

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Flor Brasileira

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Moça no Barco

Óleo sobre tela

Espetáculos 1

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Exposições 93

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Fontes de pesquisa 2

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  • AMARAL, Neusa. Museu do Estado de Pernambuco. Patrimônio Cultural de Pernambuco. Recife, ano 3, nº 32, ago. 1985.
  • LOURENÇO, Maria Cecília França. Museus acolhem moderno. São Paulo: Edusp, 1999. 293 p., il. p&b. (Acadêmica, 26).

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