Sérgio Ferro
![Aman, 1981 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/002333004013.jpg)
Aman, 1981
Sérgio Ferro
Óleo e acrílica sobre tela, c.i.e.
160,00 cm x 120,00 cm
Texto
Biografia
Sérgio Ferro Pereira (Curitiba, Paraná, 1938). Pintor, desenhista, arquiteto e professor. Forma-se arquiteto pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU/USP, em 1962. Três anos depois, faz pós-graduação em museologia e evolução urbana, na mesma faculdade. Em 1965, participa da organização da mostra Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, onde também expõe. Cursa semiologia na Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, em 1966. Na década de 1960, integra com Flávio Império (1935 - 1985) e Rodrigo Lèfevre (1938 - 1984) o Grupo Arquitetura Nova. É professor da Escola de Formação Superior de Desenho, entre 1962 e 1968; do curso de história da arte e de estética da FAU/USP, de 1962 a 1970; e do curso de arquitetura da Universidade de Brasília - UnB, entre 1969 e 1970. Por causa da ditadura militar no Brasil, muda-se para a França, em 1972. De 1972 a 2003, leciona na École Nationale Supérieure d'Architecture de Grenoble [Escola Nacional Superior de Arquitetura de Grenoble], na Suíça, e, na mesma universidade, funda o laboratório Dessin/Chantier [desenho/canteiro] e o dirige de 1982 a 1997. Realiza pinturas figurativas, inspirando-se principalmente em figuras presentes nos desenhos e pinturas de Michelangelo Buonarroti (1475 - 1564). Recebe o prêmio de melhor pintor da Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA, em 1987. Publica, entre outros, os livros O Canteiro e o Desenho, 1979, Michelangelo: Notas por Sérgio Ferro, 1981, e Michel-Angel, Architecte et Sculpteur, 1998. Realiza murais para várias instituições na França e no Brasil, como o Memorial da América Latina, em 1990, e o Memorial de Curitiba, em 1996 e em 2002.
Análise
Na década de 1960, Sérgio Ferro participa do Grupo Arquitetura Nova, com Flávio Império e Rodrigo Lefèvre voltado para uma compreensão do exercício da profissão de arquiteto, simultaneamente como ação cultural, política e produtiva. O grupo realiza propostas de políticas públicas urbanas, ligadas a projetos de habitações populares. Os projetos de residências realizados por Sérgio Ferro no período mantêm diálogo com a produção de Vilanova Artigas (1915 - 1985).
Devido à ditadura militar no Brasil, o artista é obrigado a mudar-se para a França em 1972. Passa a dedicar-se à pintura e à carreira docente, lecionando na Escola de Belas Artes e na École Nationale Supérieure d'Architecture de Grenoble [Escola Nacional Superior de Arquitetura de Grenoble], Suíça. Na pintura, realiza obras de caráter figurativo, em que tem como referência grandes pintores da história da arte, retrabalhando principalmente figuras presentes nos desenhos e pinturas de Michelangelo Buonarroti. Para o artista, ao mesmo tempo em que as figuras remetem a Michelangelo, elas se inserem numa outra realidade, porque a luz é cinematográfica e a musculatura, pouco fiel à anatomia e à tradição renascentista. Como aponta o crítico Wilson Coutinho (1947-2003), Ferro se apropria de Michelangelo para dotá-lo de uma apreensão contemporânea. Assim, fragmenta a obra do mestre, deixando ausências, colocando no plano da tela um conjunto de procedimentos modernos para trazê-la como memória de uma imagem dispersa.
Nos quadros de Sérgio Ferro, o espaço é construído a partir de elementos gráficos e suas relações na tela. Como nota o crítico Fábio Magalhães, em muitos trabalhos, entretanto, a cor e a colagem intervêm de maneira definitiva, impondo uma nova organização espacial, sobrepondo-se à densidade do grafismo.
Obras 13
Aman
Estudo Nº 1
Gêmeos II
Ícaro II
L'ivresse de Noé
Espetáculos 1
Exposições 121
Mídias (2)
Fontes de pesquisa 12
- 5 PINTORES de vanguarda. Apresentação Carlos Scarinci. Porto Alegre: Museu de Arte do Rio Grande do Sul, 1965. [8] p., s. il.
- DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
- DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5). IC R703.0981 C376d v.2 pt. 1
- FERRO, Sérgio. Futuro/anterior. trad. M. Lúcia Montes; William Shelton; Regina Marganti. Pietro Maria Bardi. São Paulo, Nobel, 1989.
- FERRO, Sérgio. Sergio Ferro. Barbizon: Editions l'Entrée des Artistes, 1990. 48 p., il. color.
- FERRO, Sérgio. Sérgio Ferro, um artista brasileiro: na Capela dos Fundadores do Memorial de Curitiba. Texto Margarita Pericás Sansone. Curitiba: Prefeitura Municipal, 2000. 38 p., il. color.
- FERRO, Sérgio. Sérgio Ferro. São Paulo: Galeria de Arte São Paulo, 1991. il. color.
- FERRO, Sérgio. Sérgio Ferro. Texto Fábio Magalhães. Curitiba: Simões de Assis Galeria de Arte, 2002. [36] p., il. p&b color.
- LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
- SÉRGIO Ferro. Texto de Fábio Magalhães. São Paulo: Galeria de Arte São Paulo, 1987.
- SÉRGIO Ferro: o verso e o reverso da pintura. Texto de Gilles Lipovetsky. São Paulo: Galeria de Arte São Paulo, 1991.
- ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.
Como citar
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SÉRGIO Ferro.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa9336/sergio-ferro. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7