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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Paulo Laurentiz

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 27.12.2016
1953
1991
Paulo Tadeu Laurentiz (São Paulo, São Paulo, 1953 - São Paulo, São Paulo, 1991). Artista, publicitário e professor universitário. Gradua-se em artes plásticas pela Fundação Álvares Penteado (Faap/SP) e, em seguida, em publicidade e propaganda pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM/SP). Faz mestrado e doutorado na Pontifícia Univers...

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Biografia
Paulo Tadeu Laurentiz (São Paulo, São Paulo, 1953 - São Paulo, São Paulo, 1991). Artista, publicitário e professor universitário. Gradua-se em artes plásticas pela Fundação Álvares Penteado (Faap/SP) e, em seguida, em publicidade e propaganda pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM/SP). Faz mestrado e doutorado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) em comunicação e semiótica.

Como artista, participa de exposições no Brasil e no exterior. Dentre suas exposições individuais destacam-se Sacadas, fotomontagens (1982), no Museu da Imagem e do Som em São Paulo (MIS/SP); HorizontownHorizontao (1986), instalação realizada no Centro Cultural São Paulo (CCSP); e Instalações Elétricas (1988), também no MIS/SP. A partir de 1988, é professor do Instituto de Artes, no Departamento de Multimeios da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Entre 1988 e 1990, participa com trabalhos em fac-símile de eventos internacionais como Intercities, City Portraits e Impromptu. Em 1988, participa do evento No Time (1990), realizado na Unicamp; Diversões Eletrônicas e A Trama do Gosto, trabalhos em SSTV (Slow Scan Television) na Fundação Bienal em São Paulo.  No ano seguinte integra a mostra Fax Arte realizada da Faculdade Santa Marcelina (FASM/SP) que reuniu parte dos trabalhos do projeto “Laboratório de Arte e Telecomunicação” do Instituto de Arte da Unicamp. A exposição apresenta trabalhos artísticos em fac-símile produzidos para ou durante os eventos Fax Arte I e II, Ars Eletrônica, City Portrait, L’oeuvre du Louvre. Entre os participantes da mostra estão artistas como Regina Silveira (1939), Gilbertto Prado (1954), Artur Matuck (1949), Milton Sogabe (1953), entre outros.

Participa da 21a Bienal de São Paulo em 1991 com o grupo Asterisco ponto Asterisco (*.*), mesmo ano em que publica sua tese de doutorado, A Holarquia do Pensamento Artístico.

A utilização de meios como o slow-scan (modem que transforma imagem em som e vice-versa), fax, xerox e recursos não digitais estabelecem comunicação entre os integrantes de várias propostas artísticas.

Comentário Crítico
De modo geral, o campo da arte e tecnologia é permeado por colocações sobre a interação do público com a obra e seus encaminhamentos. É um desafio falar sobre esta vertente, pois suas demandas vão além da interação público-obra, e desenvolvem-se em vários pontos de atuação. A obra de Paulo Laurentiz encontra-se no centro desta questão. O artista é um articulador de acontecimentos na área de arte e tecnologia e um dos primeiros a teorizar sobre esse assunto no Brasil. Tem grande parte de seus trabalhos realizados na  década de 1980, marcada por manifestações tecnológicas em eventos universitários.

Laurentiz coloca-se em campo para investigar o tempo-espaço da chamada arte-comunicação. Este termo pertence a área de pesquisa em arte e tecnologia, como possibilidade de apresentar um processo dinâmico ao vivo. A tese de doutorado de Paulo Laurentiz, A Holarquia do Pensamento Artístico, publicada em 1991, mostra os caminhos seguidos pelo artista em sua trajetória. Além de apontar questões à Teoria da Arte, Laurentiz faz de sua tese uma possibilidade para esclarecer questões no campo da comunicação social. O elo arte-tecnologia-comunicação é importante para os estudos sobre arte e tecnologia e acompanha todos os trabalhos do artista. Com isso, Laurentiz possibilita uma visão ampla sobre o processo criativo e de interação. A relação entre homem e obra é exposta por meio de aprofundamentos em questões de estética e fenomenologia.

O artista e professor Paulo Laurentiz discute a comunicação à distância e propõe, em suas obras e dissertações, que se evidencie o caráter estético e ultrapasse as noções de tecnologia somente como o meio virtual.

Nas décadas de 1960 e 1970, inicia-se um movimento que privilegia a obra de arte como produto de comunicação em vez de mercadoria. Esse movimento prioriza a coautoria de obras em constante modificação e é o precursor da interação. Neste sentido, pode-se dizer que a arte postal, por exemplo, já trabalha conceitos de difusão, intercâmbio e produção em processo. A década de 1980 traz consigo uma releitura da arte postal com novos questionamentos. Paulo Laurentiz explora e cria seu trabalho como herdeiro dessa arte e insere-se num contexto de comunicação para além de fronteiras e censuras.

Pode-se apontar duas exposições como grandes influências e marcos conceituais à experimentação de novas dinâmicas da arte postal à arte comunicação ou arte em rede. Tais marcos são as bienais internacionais de São Paulo dos anos 1981 e 1983, ambas com curadoria de Walter Zanini (1925-2013). Na 16a Bienal Internacional de São Paulo (1981), Zanini divide a curadoria com Julio Plaza (1938-2003), importante artista multimídia. O evento propõe os questionamentos: Por que exibir arte postal? Por que reativar ou reposicionar uma poética iniciada duas décadas antes? A resposta é o fio condutor da mostra que procura elucidar novos fluxos da arte postal, como a mobilização de energias no meio artístico e a abertura para sistemas estratégicos de ação informativa e de comunicação social. Walter Zanini e Julio Plaza anunciam o período efervescente do início da década 1980, que une e transforma a arte postal em conglomerado anárquico de mensagens vindas de novos artistas e meios como fax e etc.

Na bienal seguinte, consolidam-se os objetivos traçados em 1981. Com núcleos estruturados por diferentes linguagens, Zanini, além de mostrar aspectos relevantes da produção artística do momento, une alas nacionais e internacionais e abre a exposição para uma leitura comparativa. O marco desta edição da Bienal de São Paulo é a inserção de Novas Mídias, mais uma vez organizado por Julio Plaza e sob curadoria de Berta Sichel. O setor abarca video-texto, computadores, cabodifusão, entre outros. Ambas as edições da Bienal resultam como preparação as discussões sobre novas mídias.

O artista Paulo Laurentiz insere-se neste contexto e, em 1991, participa da 21a Bienal Internacional de São Paulo com o grupo Asterisco Ponto Asterisco (*.*). Apresenta a obra São Paulo em Revista: Uma Viagem ao Umbigo da Cidade, instalação cenográfica com um sistema de 27 telões equipados com slides.

A década 1980 é marcada por questionamentos em vários estratos da sociedade, não só no campo das artes. Paulo Laurentiz é criador de novos vocabulários para as perguntas emergentes.  Inaugura, juntamente com outros artistas como Gilbertto Prado, teorias que ultrapassam a arte e tecnologia, atingindo a criação de novas culturas com base nesses trabalhos artísticos.

Exposições 9

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