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Enciclopédia Itaú Cultural
Cinema

Zelito Viana

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 09.04.2024
05.05.1938 Brasil / Ceará / Fortaleza
Reprodução fotográfica autoria desconhecida / Cinemateca Brasileira

Cartaz do filme Os Condenados, de Zelito Viana, 1973
Fotografia
90,00 cm x 60,00 cm

José Viana de Oliveira Paula (Fortaleza, Ceará, 1938). Produtor, diretor de cinema. Destaca-se no audiovisual brasileiro por produzir material carregado de um olhar crítico singular.

Texto

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José Viana de Oliveira Paula (Fortaleza, Ceará, 1938). Produtor, diretor de cinema. Destaca-se no audiovisual brasileiro por produzir material carregado de um olhar crítico singular.

Muda-se para o Rio de Janeiro aos quatro anos de idade. Estuda na Escola Nacional de Engenharia, forma-se em 1960 e, com bolsa de estudo, parte para França e Alemanha.

Em 1964, volta ao Brasil e se aproxima do cinema por incentivo do amigo Leon Hirszman (1937-1987). É convidado por Glauber Rocha (1939-1981) para fundar a Mapa Filmes e se tornar produtor de seus projetos. A atividade cinematográfica de Zelito Viana reflete a estrutura do cinema nacional a partir de 1965. Torna-se produtor-executivo dos diretores do cinema novo e investe na direção de longas-metragens com olhar crítico. A produção de programas de televisão e telefilmes também é relevante, pois lhe permite compreender as potencialidades profissionais, econômicas e culturais do cinema e da televisão no Brasil.

Entre 1969 e 1973, produz e dirige curtas-metragens, como A máquina invisível (1970) e Rodovia Belém-Brasília (1973). Estreia como diretor de longas-metragens em Minha namorada (1971), uma comédia de costumes sobre os dilemas da juventude.

Em 1971, dirige a comédia erótica em episódios O doce esporte do sexo em que utiliza a combinação original de humor e sexo. Nas produções seguintes, afirma-se como diretor cinematográfico e adapta duas obras literárias para o cinema. Em 1973, colabora com a criação da Associação Brasileira de Documentaristas, cujo objetivo é articular políticas para o cinema documental no Brasil.

Em 1973, filma Os condenados, primeira adaptação cinematográfica da obra homônima de Oswald de Andrade (1890-1954). O filme é um drama urbano que recebe prêmios no Brasil e no exterior, apesar das críticas quanto à qualidade artística.

Entre 1969 e 1990, trabalha na Embrafilme como assessor de Roberto Farias (1932-2018). Em 1977, realiza Morte e vida severina, baseada na obra homônima de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), mesclando linguagem documental e ficcional para mostrar as dificuldades da população do nordeste brasileiro. A censura proíbe a exibição do filme no exterior pelas cenas de pobreza.

Em 1979, lança o longa Terra dos índios, um piloto de Brasil: 480 anos (ca.1980), série idealizada para televisão, por Zelito Viana e Leon Hirszman. O programa, entretanto, não chega às telas. Para o crítico José Carlos Avellar (1936-2016), nesse filme a câmera se coloca diante do entrevistado e espera; o corpo do filme é o som. Os depoimentos de indígenas buscam mostrar suas misérias em diferentes áreas do país. A temática é atualizada em Avaeté: semente de vingança (1985). Dirige o programa de televisão Chico Total e se torna diretor da Globo Vídeos.

Nos anos 1990, dedica-se à sua produtora e realiza comerciais, programas institucionais e televisivos. Em 2000, finaliza a cinebiografia Villa-Lobos: uma vida de paixão. A obra é resultado de um trabalho de mais de vinte anos de trabalho. Pela história e complexidade da personalidade retratada, é recebido com pessimismo e generosidade. Para o diretor Carlos Reichenbach (1945-2012), o filme é uma obra íntegra, que cumpre aquilo que é cobrado do cinema nacional: engenho, arte, informação e respeito ao público. Esses quatro elementos condensam a trajetória de Zelito Viana.

Retoma o documentário de curta-metragem, com Arte para todos (2004) e Ferreira Gullar: a necessidade da arte (2005). Em 2008, lança o longa-metragem Bela noite para voar, sobre o ex-presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976). Atua na coordenação do curso de cinema da Universidade Estácio de Sá e na criação do Canal Brasil. Em 2010, realiza o documentário Augusto Boal e o teatro do oprimido.

Ao longo das últimas décadas, Zelito Vianna produz e dirige obras audiovisuais de curta e longa duração que são exibidas em diferentes meios e possuem como ponto comum a qualidade técnica e crítica.

Obras 2

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida / Cinemateca Brasileira
Reprodução fotográfica autoria desconhecida / Cinemateca Brasileira

Fontes de pesquisa 25

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