Antônio Maria
Texto
Antônio Maria Araújo de Morais (Recife, Pernambuco, 1921 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1964). Cronista, locutor, produtor de rádio, caricaturista, compositor e repórter. Transita entre diferentes áreas artísticas, tendo a escrita como pano de fundo de suas obras, que vão de composições musicais à produção literária de crônicas.
Inicia sua carreira como radialista na Rádio Clube de Pernambuco, no Recife, em 1938. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1940 e trabalha na Rádio Ipanema. Um ano depois, volta para o Recife, e, em 1944, trabalha em Fortaleza por um curto período, na Rádio Clube do Ceará. Posteriormente, passa a residir em Salvador e dirige as Emissoras Associadas.
Retorna ao Rio de Janeiro em 1947, onde assume a direção artística da Rádio Tupi e inicia sua colaboração no periódico O Jornal, em que assina a coluna Jornal de Antônio Maria. Também trabalha na composição de jingles comerciais até 1951, quando compõe um frevo, intitulado “Frevo nº 1 do Recife”. No mesmo período, em parceria com Fernando Lobo (1915-1996), compõe o samba “Querer Bem”, gravada por Aracy de Almeida (1914-1988), e as canções “Menino Grande” e “Ninguém Me Ama”, ambas de 1952 e gravadas pela cantora Nora Ney (1922-2003).
É nomeado diretor de programação da recém-fundada TV Tupi, em 1951. Ao lado de Chico Anysio (1931-2012), Sérgio Porto (1923-1968) e Haroldo Barbosa (1915-1979), produz, a partir de 1952, programas humorísticos na Rádio Mayrink Veiga. Durante o ano de 1955, colabora no jornal O Globo, com a coluna Mesa na Pista, em que comenta a vida noturna das boates de Copacabana. A boemia do Rio de Janeiro, presente em sua coluna jornalística, torna-se protagonista de sua produção literária, e o autor escreve crônicas sobre personagens, amigos e acontecimentos da noite carioca.
Em 1957, na TV Rio, exerce a função de apresentador dos programas Encontro com Antônio Maria e Rio, Eu Gosto de Você, este ao lado do compositor Ary Barroso (1903-1964). Convidado pelo empresário Samuel Wainer (1912-1980), em 1959, integra a equipe do jornal Última Hora, e divulga suas crônicas na coluna Romance Policial de Copacabana. Trabalha no jornal Diário da Noite, em 1961 e, no ano seguinte, lança suas crônicas em O Jornal e apresenta, com os jornalistas Otto Lara Resende (1922-1992) e David Nasser (1917-1980), o programa de entrevistas Cadeira Giratória, na TV Tupi, até 1963.
Como letrista, seu maior sucesso é “Manhã de Carnaval” (1959), composto com o violonista Luiz Bonfá (1922-2001) para a trilha sonora do filme Orfeu do Carnaval, dirigido pelo francês Marcel Camus (1912-1982). Interpretada no filme pelo cantor Agostinho dos Santos (1932-1973), recebe dezenas de gravações no Brasil e no exterior, além de se tornar popular entre instrumentistas de jazz.
Passando por jornais, pela literatura e pela televisão, e sempre mesclando o fazer artístico com a comunicação, Antônio Maria tem ampla produção, em sua maioria reconhecida postumamente. Com trabalhos de cunho popular, dá protagonismo ao frevo e ao samba, além de figuras e espaços da cena boêmia do Rio de Janeiro.
Obras 1
Espetáculos 2
Fontes de pesquisa 2
- FUNDAÇÃO Joaquim Nabuco. Antônio Maria. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=353. Acesso em: 11 mar. 2021.
- SANTOS, Joaquim Ferreira dos. Antônio Maria: Noites de Copacabana. Coleção Perfis do Rio. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1996.
Como citar
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ANTÔNIO Maria.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa7522/antonio-maria. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7