Oswaldo Teixeira

Retrato de Oswaldo Teixeira, ca.1925
Texto
Biografia
Oswaldo Teixeira do Amaral (Rio de Janeiro RJ 1905 - idem 1974). Pintor, professor, crítico e historiador de arte. Estuda no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro com Argemiro Cunha e Eurico Moreira Alves e na Escola Nacional de Belas Artes - Enba com Rodolfo Chambelland e Baptista da Costa. Em 1924, com a tela Pescador Brasileiro, recebe o prêmio de viagem ao exterior, concedido pela 31ª Exposição Geral de Belas Artes, viaja no ano seguinte para a Europa, e conhece Portugal, Espanha, França e Itália. Leciona desenho na Enba e no Instituto Nacional de Educação entre 1932 e 1937. Neste ano, assume o cargo de diretor do Museu Nacional de Belas Artes - MNBA no Rio de Janeiro, onde permanece até 1961. Publica o livro Getúlio Vargas e a Arte no Brasil em 1940 e escreve o prefácio do livro História da Pintura no Brasil de Reis Júnior em 1944. Seu trabalho é exposto em importantes mostras do MNBA, como Exposição de Pintura Religiosa, em 1943, Um Século de Pintura Brasileira, em 1952, e O Trabalho na Arte, em 1958.Ganha uma retrospectiva na Galeria Grupo B, no Rio de Janeiro, em 1973, organizada pelo crítico Roberto Pontual. Até o final da vida, exerce a atividade de professor de pintura e desenho em várias instituições, inclusive no Instituto de Belas Artes.
Comentário Crítico
Oswaldo Teixeira é uma figura polêmica. Está sempre no centro de debates acirrados, em que é atacado por suas posições artísticas e políticas. Difama o modernismo com veemência e defende o academicismo, fazendo com que se oponham a ele artistas como Quirino Campofiorito e Flávio de Carvalho e críticos como José Roberto Leite Teixeira.
Seu antimodernismo é declarado. Acha a arte moderna hermética e anárquica; um mero expediente para esconder a deficiência técnica; refúgio daqueles que não sabem desenhar e pintar e dos críticos que não sabem ver e escrever. Aceita apenas Candido Portinari, o Picasso do início e Paul Cézanne, por sua integridade. Ainda assim, alguns artistas modernos expõem no Museu Nacional de Belas Artes - MNBA e participam do Salão Nacional de Belas Artes - SNBA durante sua gestão, embora o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ seja muito mais receptivo.
Sua opinião a respeito do academicismo também é explícita. Acha que o ensino acadêmico é o único que pode dotar o pintor da técnica necessária para seu ofício. O Renascimento é seu período preferido. Quadros como Vênus Loura, Pescador Brasileiro e Velha Beata são tradicionalistas em seus temas e na sua realização. Procuram figurar a natureza, com seus relevos, cores e texturas, sem realismo. Para ele, a boa pintura é feita de técnica, emoção e verdade. Esta última é idealizada, como ele próprio exemplifica: "No retrato do Juíz Martins de Oliveira, por exemplo, não pude ser inteiramente fiel. A cara está igualzinha. Mas o corpo não condizia com a função. Era baixo, atarracado, do tipo nordestino. Eu o pintei imponente. É que não estava pintando só o homem. Precisava retratar também o magistrado".1 Ele pinta retratos, naturezas-mortas, paisagens, temas religiosos e, sobretudo, nus femininos. Sua produção é abundante - fala-se de 4.000 desenhos e 2.000 telas - e vende bem.
Nota
1 SILVA, H. Pereira da. Oswaldo Teixeira em 3a. dimensão: vida, obra e época. Apresentação Oswaldo Teixeira. Rio de Janeiro: Museu de Armas Ferreira da Cunha, 1975, p. 128.
Obras 4
Figura
Mascarada
Pescador
Roupa Estendida
Espetáculos 1
Exposições 64
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8/1918 - 9/1918
-
8/1919 - 9/1919
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-
21/11/1922 - 2/12/1922
-
Fontes de pesquisa 24
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- ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.
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OSWALDO Teixeira.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa706/oswaldo-teixeira. Acesso em: 03 de maio de 2025.
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