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Enciclopédia Itaú Cultural
Música

Guilherme Arantes

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 20.09.2024
28.07.1953 Brasil / São Paulo / São Paulo
Guilherme Arantes (São Paulo, São Paulo, 1953). Cantor, compositor, pianista, tecladista, arranjador. Cresce no bairro paulistano da Bela Vista e, aos 4 anos de idade, aprende a tocar cavaquinho com o pai. Ao perceber o interesse do filho por instrumentos musicais, presenteia-o com um bandolim e, depois, um piano.

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Guilherme Arantes (São Paulo, São Paulo, 1953). Cantor, compositor, pianista, tecladista, arranjador. Cresce no bairro paulistano da Bela Vista e, aos 4 anos de idade, aprende a tocar cavaquinho com o pai. Ao perceber o interesse do filho por instrumentos musicais, presenteia-o com um bandolim e, depois, um piano.

Na adolescência, forma o grupo O Polissonante com o ator Kadu Moliterno (1952). Ingressa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), mas abandona o curso para dedicar-se à música. Em 1969, inicia a carreira profissional no grupo de rock progressivo Moto Perpétuo, com o qual grava um LP em 1974, assinando a composição de nove músicas do álbum. 

Dois anos depois, grava seu primeiro disco solo pela Som Livre, Guilherme Arantes (1976). Uma das faixas do álbum, “Meu Mundo e Nada Mais”, é incluída na trilha sonora da novela Anjo Mau (1976), da Rede Globo. Seu segundo trabalho, Ronda Noturna (1977), alcança sucesso com a canção “Amanhã”, tema da personagem de Sonia Braga (1950) na novela Dancin’ Days (1978). Com o reconhecimento público, passa a ter diversas canções incluídas em trilhas sonoras de novelas.

O artista participa do projeto alternativo Coração Paulista (1980), em parceria com Arnaldo Baptista (1948) e Lucinha Turnbull (1953). O álbum abre caminho para que Elis Regina (1945-1982) peça-lhe composições para gravar. Alguns dias depois, Guilherme envia à cantora a música “Aprendendo a Jogar”. Elis inclui a canção no LP Elis (1980), no qual também registra outra composição do compositor, “Só Deus É Quem Sabe”.

Em 1981, participa do Festival MPB-Shell com “Planeta Água”, canção com temática ecológica, que se classifica em segundo lugar. A música é bastante executada nas rádios.

Em 2000, muda-se para a Barra do Jacuípe, no município de Camaçari, Bahia, onde monta o estúdio e a pousada Coaxo do Sapo. Em 2013, grava o 26º disco de sua carreira, Condição Humana (Sobre o Tempo), que conta, na faixa “Onde Estava Você”, com um coro de vozes formado por artistas da nova geração, como Curumin (1976), Tulipa Ruiz (1978), Mariana Aydar (1980), Thiago Pethit (1987) e Tiê (1980).

Análise

Desde o primeiro disco solo, Guilherme Arantes consagra-se como compositor de sucessos, graças às músicas incluídas em trilhas sonoras de novelas. As canções influenciam a formação de hits nos anos 1970 e 1980, período de expansão da televisão em rede nacional. Ao todo, o artista tem 25 canções incluídas em trilhas de telenovelas e especiais infantis, como “Lindo Balão Azul”, em Pirlimpimpim (1982), e “Xixi nas Estrelas”, parceria com Paulo Leminski (1944-1989), em Pirlimpimpim II (1984).

Influenciado por cantores como Roberto Carlos (1941), Guilherme Arantes divide espaço no cenário pop brasileiro com outros artistas românticos, como Fábio Júnior (1953). O diferencial é o fato de ser pianista. Frequentemente comparado ao inglês Elton John (1947) e influenciado pela canção “My Life”, do americano Billy Joel (1949), o brasileiro entra em sintonia com a música pop internacional e faz dessa referência sua marca registrada.

Concentra-se em criar canções de amor ao som bem marcado do piano e compõe músicas como “Deixa Chover”, sucesso como tema da personagem de Betty Faria (1941) em Baila Comigo (1981). A música segue a fórmula das composições de Guilherme Arantes: o uso excessivo do piano, característico da época, acompanha a voz curta, mas bem colocada, que profere versos como:

As pessoas sempre têm
Chance de jogar
De novo e errar
Ver o que convém
Receber alguém
No seu coração
Ou não
Infelizmente nem tudo é
Exatamente como a gente quer

Frequentador assíduo de programas de auditório, Guilherme Arantes chega ao reconhecimento de artistas como Elis Regina, que grava dele as músicas “Aprendendo a Jogar” e “Só Deus é Quem Sabe”. A cantora interessa-se pelas letras do compositor por expressarem uma visão feminina de mundo. Essa particularidade deve-se, segundo o músico, ao fato de ser criado por mulheres e à influência que recebe de Chico Buarque (1944), Vinicius de Moraes (1913-1980), Tom Jobim (1927-1994) e Roberto Carlos, compositores que se dedicam às temáticas do feminino. 

O músico é também um dos primeiros integrantes do cenário pop brasileiro a falar sobre ecologia, quando o assunto não é tão popular. A canção “Planeta Água”, apresentada no Festival MPB-Shell, em 1981, obtém grande repercussão, executada em rádios e programas de TV.

A partir dos anos 2000, Guilherme Arantes é saudado como ídolo cult pela nova geração de artistas. Ele é apontado, por exemplo, como uma das principais influências do cantor, sanfoneiro e pianista paulistano Marcelo Jeneci (1982). Sua obra também tem sido revisitada por jovens cantoras, como Bruna Caram (1986), que grava “Cuide-se Bem” em 2009, e Céu (1980), que interpreta “Planeta Água” em 2011.

Fontes de pesquisa 4

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  • DICIONÁRIO CRAVO Albin da Música Popular Brasileira. Guilherme Arantes. Disponível em: www.dicionariompb.com.br. Acesso em: 12 jul. 2013
  • GUILHERME ARANTES. Site do artista. Disponível em: www.guilhermearantes.com. Acesso em: 15 ago. 2013
  • NOGUEIRA, Lígia. De brega a cult. Revista Status, São Paulo, 8 jun. 2013. Disponível em: http://www.revistastatus.com.br/2013/06/08/de-brega-a-cult/. Acesso em: 21 set. 2013.
  • SEVERIANO, Jairo; MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo: 85 anos de músicas brasileiras (vol. 2: 1958-1985). São Paulo: Editora 34, 1998. (Coleção Ouvido Musical).

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