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Enciclopédia Itaú Cultural
Música

Negra Li

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 24.06.2020
1979 Brasil / São Paulo / São Paulo
Liliane de Carvalho (São Paulo, São Paulo, 1979). Cantora, compositora e atriz. Filha de pais evangélicos, nascida e criada na Vila Brasilândia, na periferia da zona norte de São Paulo, inicia a carreira musical cantando hinos em uma igreja do bairro.

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Liliane de Carvalho (São Paulo, São Paulo, 1979). Cantora, compositora e atriz. Filha de pais evangélicos, nascida e criada na Vila Brasilândia, na periferia da zona norte de São Paulo, inicia a carreira musical cantando hinos em uma igreja do bairro.

O talento percebido na adolescência faz com que ela se dedique aos cursos de teatro, cinema e televisão até que, aos 16 anos, na década de 90, recebe um convite para integrar o grupo RZO ao lado de Helião, Sandrão e DJ Cia, tornando-se uma das principais cantoras de rap do país.

Participa como autora e no vocal da canção “Não é Sério”, do grupo pop Charlie Brown Jr., em 2000, e, a partir de então, firma parcerias com artistas de outros gêneros musicais, como Caetano Veloso, Skank, Nando Reis e Pitty.

Em 2004 conhece a diretora Tata Amaral (1960), que vai à Vila Brasilândia em busca de cantoras para atuar no filme Antônia (2006). Depois de alguns testes, é chamada para integrar o elenco do longa, que se torna uma minissérie exibida pela Rede Globo.

Ainda em 2004 a cantora lança o disco “Guerreiro, Guerreira”, ao lado do rapper Helião, com participação de Mano Brown (1970) e Marcelo D2 (1967), e sai em carreira solo dois anos depois, com “Negra Livre”, que tem participações de Caetano Veloso e Nando Reis, autor da faixa título..

Em 2012 lança seu segundo disco de estúdio, “Tudo de Novo”, e passa a atuar em espetáculos musicais. Entre seus principais trabalhos nos palcos estão no teatrro “O Chapeleiro Maluco” e “Jesus Cristo Superstar”. Dois anos mais tarde, lança Você Vai Estar Na Minha – Duetos (2014).

Considerada a primeira cantora brasileira de rap a assinar um contrato com uma grande gravadora (a Universal Music), Negra Li passa a fazer parte da cena hip hop paulistana graças à atuação no grupo RZO, ao mesmo tempo em que outros nomes ganham destaque – a exemplo de Thaíde (1967), DJ Hum, Racionais MC’s, Pavilhão 9 e Planet Hemp.

No papel de uma das personagens centrais do filme e da série de TV Antônia, que narra o cotidiano de quatro amigas que formam um grupo de rap, a artista assume o papel de protagonista em um cenário no qual as mulheres têm pouca atuação e, ainda, como representante de um gênero musical cujo conteúdo, originalmente, tende a promover uma imagem pejorativa do sexo feminino.

A letra de “Flow”, uma das principais faixas da trilha sonora de Antônia, composta por Negra Li em parceria com as outras protagonistas (Leilah Moreno, Quelynah, Cindy Mendes), reforça a imagem da mulher batalhadora e guerreira, antecipando o empoderamento feminino que se tornaria tema de músicas tratadas por cantoras de rap das gerações seguintes, como Lurdez da Luz e Karol Conka: “Liberdade, igualdade/ Minha necessidade/ Estou de volta, Brasilândia/ Minha verdade/ Ganhar a rua/ Minha luta continua/ Faço minha correria/ Se der tempo corro pela sua”.

Mesmo quando atua como integrante do grupo RZO, Negra Li se diferencia do canto falado característico do rap e se aproxima de uma expressão mais ligada à identidade das cantoras de R&B norte-americanas, como Lauryn Hill (1975), Mariah Carey (1970) e Whitney Houston(1963-2012) – resultado da bagagem adquirida ouvindo as músicas das artistas de black music nas rádios FM durante a infância e a adolescência. Tais influências podem ser percebidas em músicas como “Rolê na Vila” e na introdução de “Luta Cansativa”

A versatilidade para transitar entre os diversos estilos musicais se expressa na coletânea Você Vai Estar Na Minha – Duetos (2014), uma reunião de encontros que vão do hip hop ao rock, passando pelo soul e pelo samba. Muitas das faixas do álbum fazem parte de trilhas sonoras de novelas, o que comprova o alcance da cantora em relação ao público.

Fontes de pesquisa 4

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  • BREDA, Lucas. “Exclusivo: após hiato de dez anos, grupo de rap RZO anuncia volta”. Rolling Stone Brasil, abr. 2014.
  • COUTINHO, Lúcia Loner. A Musicalidade Negra na série Antônia. Sessões do Imaginário. Porto Alegre, ano 15, nº 24, 2010/, Famecos/PUC-RS.
  • NEGRA LI. Site oficial da artista. Disponível em: http://www.negrali.com.br. Acesso em: 05 set. 2016
  • ROSSINI, Miriam de Souza. “O Hip Hop e a Representação da Exclusão no Cinema Brasileiro: O Exemplo de ‘Antônia’ (2007), de Tata Amaral”. Cadernos do Tempo Presente. Edição n. 01 – Outubro de 2010.

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