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Enciclopédia Itaú Cultural
Cinema

Erik Rocha

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 22.03.2024
19.01.1978 Brasil / Distrito Federal / Brasília
Eryk Aruac Gaitán Rocha (Brasília, Distrito Federal, 1978). DIretor de cinema, documentarista, roteirista, montador, produtor. É um dos nomes que surgem na chamada retomada do cinema brasileiro, a partir de 19951. Transita entre a ficção e o documentário com interesses diversos, a exemplo do contexto social de personagens urbanos e rurais e da m...

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Eryk Aruac Gaitán Rocha (Brasília, Distrito Federal, 1978). DIretor de cinema, documentarista, roteirista, montador, produtor. É um dos nomes que surgem na chamada retomada do cinema brasileiro, a partir de 19951. Transita entre a ficção e o documentário com interesses diversos, a exemplo do contexto social de personagens urbanos e rurais e da memória histórica, política e afetiva do Brasil e da América Latina.

Na adolescência, vive em Bogotá com a mãe de origem francesa, radicada na Colômbia. Colabora em documentários realizados por ela para televisão local e toma contato com um grupo experimental de vídeo. Em 1998, ingressa na Escuela Internacional de Cine y TV (EICTV), na cidade de San Antonio de Los Baños, em Cuba. Nos três anos de curso, participa de projetos em distintas funções. Faz a montagem de Idea (1998), curta-metragem documental de Miguel Coyula (1977). No ano seguinte, renova a parceria com Coyula como assistente de direção do curta Bailar sobre agujas.

Em 2002, dirige o primeiro longa-metragem, Rocha que voa, documentário realizado a partir de material encontrado pelo diretor no arquivo do Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos (Icaic). Trata-se de entrevistas sobre cinema e cultura na América Latina gravadas em 1971 por seu pai, Glauber Rocha (1939-1981), em Havana. Dois anos depois, dirige o curta de ficção Quimera. Realizado em parceria com o artista plástico Tunga (1952-2016), trabalha em chave onírica a imagem de um homem que se barbeia mesclada à de um gato. Em 2005, assina a montagem do curta documental De Glauber para Jirges, dirigido por André Ristum (1971), registro epistolar entre Glauber e seu colaborador e amigo na Itália Jirges Ristum (1942-1984), pai do diretor.

Na direção do longa documental Intervalo clandestino (2006), busca captar o estado de espírito do brasileiro diante da realidade social e política do país. Em 2008, a região andina e amazônica com seus povos indígenas são objeto de investigação em dois projetos coligados do diretor. Na minissérie para TV Da selva à cordilheira, Rocha acompanha com sua câmera um grupo de cientistas políticos e historiadores em viagem de um mês, do Rio de Janeiro à Bolívia e ao Peru. Esses vizinhos de fronteira também rendem material para Pachamama, longa documental sobre os novos rumos da política na região e o delicado processo de integração dos povos sul-americanos, entre outros temas. Assina a direção de fotografia do curta ficcional Olhos de ressaca (2009), de Petra Costa (1983).

Em 2010, dirige o primeiro longa de ficção, Transeunte. Na trama, um aposentado solitário e desencantado deambula pelas ruas centrais do Rio de Janeiro, onde encontra personagens e desafios que renovam sua vida. O conceito de movimento se impõe em sua obra, seja pela narrativa, seja pela montagem estabelecida. Em 2012, Rocha retorna ao documentário com o curta La rueda, um registro de caráter sensorial de uma noite comum em cidade da Amazônia peruana, e o longa Jards, sobre o músico Jards Macalé (1943).

Em Campo de jogo (2014), o diretor documenta a disputa de campeonato de futebol entre catorze times das comunidades do Rio de Janeiro, em local ao lado do estádio do Maracanã. No mesmo ano, volta a trabalhar com um universo que lhe é muito próximo afetivamente. O documentário Cinema novo (2016) faz uma colagem de cenas clássicas dos filmes da turma integrada por Glauber Rocha e colegas como Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988) e Nelson Pereira dos Santos (1928-2018)2. Volta a trabalhar com a mãe e produz o videoclip por ela dirigido, Elza Soares – mulher do fim do mundo (2017).

Em 2019, dirige novo longa ficcional. Breve miragem do sol narra a rotina extenuante de um motorista de táxi recém-separado que trabalha à noite para pagar a pensão alimentícia e encontra apoio no namoro com uma enfermeira. O ano de 2021 marca retorno duplo ao documentário. Produz Ostinato, de Paula Gaitán (1952), sobre o cantor e compositor Arrigo Barnabé (1951), e dirige Edna, registro da vida de uma moradora do Araguaia e suas memórias familiares e do movimento guerrilheiro na região nos anos 1960 e 1970, em razão do conflito pela posse de terras.

Com domínio técnico amplo alcançado em sua formação, Eryk Rocha constrói uma obra de caráter pessoal, a partir de dramas e realidades individuais tornadas universais. A herança familiar de educação transnacional comparece nas preocupações de um cinema que representa ao mesmo tempo questões locais e aquelas da geografia sul-americana com as quais o Brasil pouco dialoga.   

Notas

1. Cinema da retomada é a expressão usada para designar o cinema produzido no Brasil entre 1995 e 2002. Após um período de quase estagnação com o fechamento da Empresa Brasileira de Filmes S.A., a Embrafilme, em 1990, principal responsável pelo financiamento, coprodução e distribuição de filmes no país, o surgimento de um sistema de incentivos fiscais favorece uma nova fase de fomento à produção cinematográfica nacional.

2. O título do documentário faz referência ao movimento homônimo dos anos de 1960 e 1970 de renovação da linguagem cinematográfica brasileira, marcado pelo realismo e pela crítica social do país. Os filmes do Cinema Novo se caracterizam pela concepção de cinema autoral e pelo baixo orçamento de produção, coerente com as condições do Brasil da época.

Exposições 4

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