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Enciclopédia Itaú Cultural
Literatura

Carlos Ávila

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.10.2024
01.06.1955 Brasil / Minas Gerais / Belo Horizonte
Carlos Ávila (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1955). Poeta, crítico literário, jornalista. Filho dos poetas Affonso Ávila (1928-2012) e Laís Correa de Araújo (1928-2006), trava contato com as vanguardas poéticas brasileiras da segunda metade do século XX. Durante a década de 1970, contribui com revistas literárias como Poesia em Greve, Muda, Qorpo...

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Carlos Ávila (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1955). Poeta, crítico literário, jornalista. Filho dos poetas Affonso Ávila (1928-2012) e Laís Correa de Araújo (1928-2006), trava contato com as vanguardas poéticas brasileiras da segunda metade do século XX. Durante a década de 1970, contribui com revistas literárias como Poesia em Greve, Muda, Qorpo Estranho e Código e torna-se amigo de poetas como Paulo Leminski (1944-1989). Em 1977, edita a revista I em Belo Horizonte. Publica seu primeiro livro, Aqui & Agora, em 1981. Participa de eventos culturais como a comemoração de 30 anos da Semana Nacional de Vanguarda (1963 a 1993), organizado, entre outros, por seu pai. Escreve peças publicitárias, roteiros para televisão e projetos culturais, sendo consultor da Rede Minas de TV. Entre 1995 e 1998, torna-se editor do Suplemento Literário de Minas Gerais. Participa com outros 19 poetas brasileiros da antologia Nothing the Sun Could Not Explain, lançada em 1997 nos Estados Unidos. Em 1999, reúne sua obra poética no volume Bissexto Sentido, publicado na coleção Signos, organizada pelo poeta Haroldo de Campos (1929- 2003)

Carlos Ávila elabora uma poesia com versos curtos, atenta aos aspectos visuais da diagramação das palavras na página. Essas características são uma releitura pessoal de algumas propostas das vanguardas poéticas das décadas de 1950 e 1960, sobretudo a Poesia Concreta. Seguindo a linha de poetas construtivistas, como Augusto de Campos (1931) e Ronaldo Azeredo (1937-2006), Carlos Ávila opta por publicar pouco, selecionando com rigor sua produção. Isso está evidente no título do segundo livro, Sinal de Menos (1989), expressão retirada de um poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Durante as quatro últimas décadas do século passado, publica apenas três livros de poesia, embora mantenha intensa atividade cultural.

O rigor de construção do trabalho poético não anula o sentimento lírico, por isso, sua poesia é chamada de “biotextual” pela crítica Maria Esther Maciel (1963), particularmente no “Sinal de Menos”: 

perdido entre signos 

decifro devoro  

persigo persigno 

redecifro redevoro 

entre signos perdido 

devoro decifro  

sigo poesigno 

redevoro redecifro 

entreperdido paraíso 

voraz cifro 

desenho & desígnio.

 

Tendência semelhante observa-se no trabalho como crítico literário. Entre artigos de jornal e trabalhos para congressos, desde a década de 1980, Ávila reúne apenas dez textos para a publicação do livro Poesia Pensada (2004). Neles discorre sobre a situação da poesia no presente – em relação à mídia, ao mercado etc. e contribui para o estudo das obras de poetas como Torquato Neto (1944-1972) e Sebastião Uchoa Leite (1935-2003).

Fontes de pesquisa 3

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  • MACIEL, Maria Esther. Uma voz sobre a pedra: a trajetória poética de Carlos Ávila. In: ÁVILA, Carlos. Bissexto sentido. São Paulo: Perspectiva, 1999.
  • MACIEL, Pedro. Poeta no tumulto do mundo. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 14 de agosto de 1999. Ideias.
  • PALMER, Michael; BONVICINO, Régis; ASCHER, Nelson (Orgs.). Nothing the Sun could not explain: 20 contemporary Brazilian poets. Los Angeles: Sun & Moon Press, 1997.

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