Pedro Paulo Bogossian
Texto
Biografia
Pedro Paulo Bogossian (Araguari, Minas Gerais, 1959). Compositor, diretor musical, preparador vocal, músico e pianista. Um dos fundadores e principais integrantes do grupo paulistano Circo Grafitti e colaborador constante do Grupo do TUSP.
Formado em música, Bogossian estréia em teatro no musical Você Vai Ver o Que Você Vai Ver, de Raymond Queneau e direção de Gabriel Villela (1958), realização que marca o surgimento do grupo Circo Graffiti, do qual é um dos integrantes, em 1989. O crítico Alberto Guzik (1944-2010) fala sobre seu trabalho: "A direção musical de Pedro Paulo Bogossian, que executa a trilha ao vivo, mostra-se exata, e é de crucial importância para a captação do clima de circo/cabaré que Você Vai Ver empreende".1
Em 1991, ganha Prêmio Apetesp de composição por Enq, o Gnomo, de Marcos Abreu, com direção de Marco Antônio Rodrigues (1955).
Está na produção seguinte do Circo Graffiti, o musical Almanaque Brasil, de Noemi Marinho, preparando vocalmente o elenco e cuidando das partituras e tocando piano ao vivo nas apresentações. A crítica Maria Lúcia Pereira (1949-2001) é enfática: "O espetáculo não seria o que é, contudo, sem a brilhante contribuição de Pedro Paulo Bogossian. Este eficiente diretor musical, coadjuvado pela percussão de Betinho Sodré, é co-responsável pelo ritmo perfeito de Almanaque Brasil, um espetáculo sedutor que reconcilia o público com o teatro".2 Ganha, por esse trabalho, o Prêmio Apetesp, de composição e de trilha sonora, e o Prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte, APCA, de direção musical em 1993. No mesmo ano, é premiado novamente pela composição de Ifigônia, de Mário Vianna, direção Roney Facchini, outra produção do Circo Grafitti.
Em 1994 concebe a trilha e atua em O Rei de Copas, de Rubens Ewald, direção de Cristiane Paoli-Quito (1960). Em 1998 está em Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (1839 - 1908), encenação de Regina Galdino.
Dirige as composições e preparações vocais do grupo do TUSP, dirigido por Abílio Tavares, nos espetáculos: Horizonte, 2000, e A Arrombada, 2001, ambos de Antônio Rogério Toscano; e ainda em 2001, A Farsa de Inês Pereira e do Escudeiro, de Gil Vicente; e Interior, de Abílio Tavares, 2002. No mesmo ano, volta, com o Circo Grafitti, aos cabarés europeus, para a realização de O Gato Preto.
Analisando a atuação do artista nesse último espetáculo, anota o crítico Valmir Santos: "São quadros isolados que ganham ligação. No início, soam clássicos, depois caem no humor escrachado, patético e, por vezes, cínico, até uma alegria total, resvalando num tom mais trágico e fechando com uma canção de esperança. As 14 canções e os diálogos trazem referências à realidade das ruas, aos contextos sociopolíticos da época. Já no primeiro número, os versos tratam de uma família na qual o pai rouba, a mãe furta e até o cachorrinho faz das suas. Satiriza-se também a ascensão dos governos fascistas, a corrida industrial e o moralismo que cerca a manifestação sexual, tudo embalado por canções românticas, poemas humorísticos e paródias de célebres personagens trágicas, como Joana d'Arc. Em O Gato Preto, as canções atingem cores brechtianas, ou seja, acentuam a ação épica, em detrimento das funções líricas, o que amplia a consciência crítica. Na perspectiva do Grafitti, preza-se para que nada se descole do riso".3
Notas
1 GUZIK, Alberto. Técnicas circenses, numa peça contagiante. Jornal da Tarde, São Paulo, 18 maio 1989, p. 14.
2 PEREIRA, Maria Lúcia. No palco, um delicioso fenômeno de comunicação. O Estado de S. Paulo, São Paulo. Caderno 2, s/ data.
3 SANTOS, Valmir. Circo Grafitti recria clima de cabaré em quarta peça. Folha de S.Paulo, São Paulo, 3 jan. 2002. Ilustrada, p. E2.
Espetáculos 39
Fontes de pesquisa 12
- ABREU, Kil. Espetáculo é o cabaré globalizado e variado do Circo Graffiti. Folha de S.Paulo, São Paulo, 19 jan. 2002. Ilustrada, p. E6.
- ALBUQUERQUE, Johana. Pedro Paulo Bogossian (ficha curricular) In: ___________. ENCICLOPÉDIA do Teatro Brasileiro Contemporâneo. Material elaborado em projeto de pesquisa para a Fundação VITAE. São Paulo, 2000.
- ANUÁRIO de teatro 1994. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 1996. R792.0981 A636t 1994
- Catálogo do Espaço Os Fofos Encenam - 2008. Não Catalogado
- ESPETÁCULOS Teatrais. [Pesquisa realizada por Edélcio Mostaço]. Itaú Cultural, São Paulo, [20--]. 1 planilha de fichas técnicas de espetáculos. Não Catalogado
- GUZIK, Alberto. Gato Preto revive charme dos cabarés. O Estado de S. Paulo, São Paulo. Caderno 2, 11 de janeiro de 2002.
- GUZIK, Alberto. Técnicas circenses, numa peça contagiante. Jornal da Tarde, São Paulo, 18 maio 1989.
- Intinerário de Passárgada. 1999. 1 programa do espetáculo. Não catalogado
- PEREIRA, Maria Lúcia. No palco, um delicioso fenômeno de comunicação. O Estado de S. Paulo, São Paulo. Caderno 2, s/ data.
- Programa do Espetáculo - Alô, Alô, Terezinha - 2004. Não Catalogado
- SANTOS, Valmir. Circo Grafitti recria clima de cabaré em quarta peça. Folha de S.Paulo, São Paulo, 3 jan. 2002. Ilustrada, p. E2.
- TEATRO do Ornitorrinco. São Paulo: Imprensa Oficial, 2009. 792.0981 To253
Como citar
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PEDRO Paulo Bogossian.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa350879/pedro-paulo-bogossian. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7