Biografia

Orã Figueiredo Salomão (Rio de Janeiro RJ 1965). Ator. Um dos comediantes mais solicitados do teatro experimental carioca, atua em A Mulher Carioca aos 22 Anos, de João de Minas, 1989, e em Bugiaria - O Processo de João Cointa, de Moacir Chaves (1965), 1999.

Forma-se em 1987 no curso técnico da CAL - Casa das Artes de Laranjeiras, mas estreia no teatro profissional no ano anterior com Os Melhores Anos de Nossas Vidas, de Domingos Oliveira (1936). Faz espetáculos infantis e atua, em 1989, em A Geração Trianon, de Anamaria Nunes, dirigido por Eduardo Wotzik (1959), do Grupo TAPA. No mesmo ano, integra o elenco de O Pássaro Azul, de Maurice Maeterlinck, e em A Mulher Carioca aos 22 Anos, de João de Minas, sob a direção de Aderbal Freire-Filho (1941), com quem volta a atuar no espetáculo sobre a biografia de Getúlio Vargas em O Tiro Que Mudou a História, 1991, Tiradentes, Inconfidência no Rio, 1992, ambos de Carlos Eduardo Novaes (1940) e Aderbal Freire-Filho, Instruções de Uso, 1994, e No Verão de 1996..., 1996, também de Aderbal Freire-Filho.

Em 1994, faz Minha Alma É Imortal, criação da Companhia Teatro Autônomo, com direção de Jefferson Miranda; Othelo, de William Shakespeare, dirigido por Marcos Voguel, e As Guerreiras do Amor, de Domingos Oliveira. Em 1995, atua em A Torre de Babel, de Fernando Arrabal (1932), direção de Gabriel Villela (1958), e em Doente Imaginário, de Molière, direção de Moacyr Góes (1959), 1996, em que interpreta o parvo Tomás com humor popular. Em 1997, atua em Divinas Palavras, de Ramón Del Valle-Inclán (1866-1936), e em O Cavalo do Cão, de Clara Góes, ambos dirigidos por Moacyr Góes, neste último interpretando um travesti com uma ambigüidade que evita a caracterização estereotipada e, ainda nesse ano, atua em Uiva e Vocifera, de Hamilton Vaz Pereira (1951). Sua interpretação em Omelete, de José Roberto Torero (1963), 1998, novamente direção de Hamilton Vaz Pereira, merece do crítico Macksen Luiz (1945) o comentário: "Omelete oferece ao elenco a possibilidade de levar o espírito da brincadeira às suas interpretações. Quem melhor explora esta linha é Orã Figueiredo que mostra, despudoradamente, o alcance de uma interpretação chanchadística"¹.

Em 1999, atua com o diretor Moacir Chaves em As Desgraças de Uma Criança, de Martins Pena (1815-1848), e Bispo Jesus do Rosário - A Via Sacra dos Contrários, de Clara Góes, com o encenador Moacyr Góes. Ainda em 1999, sobe à cena em Bugiaria, de Moacir Chaves, que recebe do crítico do Jornal do Brasil a seguinte observação: "O tom que o diretor adota para Bugiaria encontrou tradução no elenco, que mergulha nos vários modos de desconstruir as cenas. As habilidades que demonstram em transitar da mais explícita 'palhaçada' ao refinamento do humor crítico, revelam técnica e carga interpretativa. [...] Orã Figueiredo tem as pausas mais marcantes, sendo capaz de extrair do silêncio a melhor comicidade"².

Em 2000, atua em A Megera Domada, de Shakespeare, direção de Mauro Mendonça Filho e, em 2001, está em Todo Mundo Tem Problemas Sexuais, de Domingos Oliveira e Alberto Goldin. No ano seguinte, faz Por Mares Nunca Dantes, de Geraldo Carneiro (1952), novamente em parceria com o diretor Moacir Chaves, e Eu e Meu Guarda-Chuva, de Hugo Possolo (1962) e Branco Mello.

Notas

1 LUIZ, Macksen. Shakespeare desmontado com irreverência. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 25 set. 1998.

2 LUIZ, Macksen. Relatório irreverente e empolado. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 17 dez. 1999.