Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Ulysses Cruz

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 25.10.2023
22.09.1952 Brasil / São Paulo / São Paulo
Ulysses Cruz (São Paulo, São Paulo, 1952). Diretor. Encenador que desponta nos anos 80, marcado pela forte visualidade que imprime às realizações, partindo, preponderantemente, de adaptações de obras literárias para a cena.

Texto

Abrir módulo

Ulysses Cruz (São Paulo, São Paulo, 1952). Diretor. Encenador que desponta nos anos 80, marcado pela forte visualidade que imprime às realizações, partindo, preponderantemente, de adaptações de obras literárias para a cena.

Suas primeiras montagens são na Fundação das Artes de São Caetano do Sul, onde monta O Coronel dos Coronéis, de Maurício Segall, em 1981, e o musical Lola Moreno, de Bráulio Pedroso, Geraldo Carneiro e John Neschling, em 1982.

Em 1983 torna-se diretor assistente de Antunes Filho no Centro de Pesquisa Teatral (CPT), colaborando numa remontagem de Macunaíma e nas criações de Nelson 2 Rodrigues e Romeu e Julieta, aprendizado que lhe permite alçar novos vôos criativos. Ali mesmo cria, em 1985, com o grupo Boi Voador, uma primorosa encenação de Velhos Marinheiros, inspirado em Jorge Amado. Desligado do CPT, o grupo inicia vida própria, elaborando em 1986 uma ousada versão para O Despertar da Primavera, de Frank Wedekind. Ligado à Escola de Samba Vai-Vai, Ulysses cria enredos e desfiles nos anos de 1986 e 1987. Sobre seu trabalho nesse período declara o crítico Yan Michalski: "Um estilo próprio, no qual bem assimiladas influências das descobertas cênicas de Antunes fundem-se com uma empostação épica, e que alcançou em Os Velhos Marinheiros, adaptação de um romance de Jorge Amado, e O Despertar da Primavera, de Frank Wedekind, um resultado interessante".1

Além de Fragmentos de um Discurso Amoroso, livre adaptação para a obra de Roland Barthes, em 1988; Ulysses desdobra-se em mais quatro encenações: com o grupo Boi Voador põe em cena Corpo de Baile, espetáculo que se apropria de arquétipos e figuras inspiradas em Guimarães Rosa; com renovado sopro poético cria, em São Paulo, A Cerimônia do Adeus, de Mauro Rasi, destacando Marcos Frota, Antônio Abujamra e Cleyde Yáconis nos desempenhos centrais; em Portugal elabora uma ousada versão para Henrique IV, de Luigi Pirandello; e, com o grupo Delta de Londrina, cria Erêndira, baseado em Gabriel García Márquez.

Em 1989 encena, destacando a atriz Renata Sorrah, Encontrarse, novamente de Luigi Pirandello, em controvertida montagem. No ano seguinte, encena A Secreta Obscenidade de Cada Dia, de Marco Antônio de la Parra, afirmando Antônio Abujamra em sua carreira de ator. Em comemoração ao vigésimo aniversário do Teatro Municipal de Santo André monta História do Soldado, de C. F. Ramuz e Igor Stravinsky, com a participação do Corpo de Baile Especial, Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal, e dos atores Antonio Fagundes, Antônio Petrim, Cacá Carvalho, entre outros. Novamente com o Boi Voador, encena Pantaleão e as Visitadoras, adaptação do original de Mario Vargas Llosa, 1990, e El Señor Presidente, baseado em Miguel Angel Asturias, 1992. No mesmo ano realiza mais uma parceria com Antonio Fagundes: Macbeth, de William Shakespeare. Envereda, em 1994, numa personalíssima versão para Anjo Negro, de Nelson Rodrigues. Em 1995, para o Teatro Popular do Sesi (TPS), monta Péricles, Príncipe de Tiro, outro Shakespeare, com uma exuberante cenografia de Helio Eichbauer. Rei Lear, em 1996, e Hamlet, destacando Marco Ricca em 1997, representam novas incursões sobre a obra shakespeariana. Nesse ano, é convidado a integrar o grupo de diretores da TV Globo.

Yan Michalski reafirma Ulysses Cruz como um dos artistas hegemônicos no teatro de encenação, próprio desse período: "Entre os diretores revelados na década de 1980, Ulysses Cruz distingue-se pelo seu espírito experimental, preferindo trabalhar com elencos jovens e em cima de uma matéria-prima literária extraída de obras originalmente não teatrais; o que não o impediu de mostrar, por exemplo, em Cerimônia do Adeus, onde dirigia atores consagrados num texto escrito para o palco, um ofício sólido e um generoso sopro de inspiração. Com uma carreira profissional sólida, é um dos encenadores mais solicitados e respeitados de sua geração, conforme atestam os prêmios concedidos às suas montagens".2

Notas
1. MICHALSKI, Yan. Perfil Analítico dos anos 80. Rio de Janeiro: s.e., s.d. Material datilografado.

2. MICHALSKI, Yan. "Ulysses Cruz". In PEQUENA Enciclopédia do Teatro Brasileiro Contemporâneo. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq. Rio de Janeiro, 1989.

Espetáculos 51

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 8

Abrir módulo
  • ALBUQUERQUE, Johana. Ulysses Cruz (ficha curricular) In: _________. ENCICLOPÉDIA do Teatro Brasileiro Contemporâneo. Material elaborado em projeto de pesquisa para a Fundação VITAE. São Paulo, 2000.
  • ANUÁRIO de teatro 1994. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 1996. R792.0981 A636t 1994
  • CENTRO CULTURAL SÃO PAULO. Divisão de Pesquisas. Cronologia das artes em São Paulo 1975-1995: Artes cênicas - Teatro. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 1996. (Cronologia das artes em São Paulo, 3).
  • EICHBAUER, Hélio. [Currículo]. Enviado pelo artista em: 24 abr. 2011. Não catalogado
  • GUERINI, Elaine. Nicette Bruno & Paulo Goulart: tudo em família. São Paulo: Cultura - Fundação Padre Anchieta: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. 256 p. (Aplauso Perfil). 792.092 G932n
  • MICHALSKI, Yan. "Ulysses Cruz", in PEQUENA Enciclopédia do Teatro Brasileiro Contemporâneo. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq. Rio de Janeiro, 1989.
  • Programa do Espetáculo - Hamlet - 1997. Não catalogado
  • SÁ, Nelson de. Diversidade: um guia para o teatro nos anos 90. São Paulo: Hucitec, 1998.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: