Elza Gomes
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Elza Gomes (Lisboa, Portugal, 1910 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1984). Atriz. Filha de atores, Elza Gomes acumula quase 70 anos de carreira, iniciada no teatro de revista, na Companhia Ra-ta-plan, vivida a maior parte na comédia de costumes com a companhia de Procópio Ferreira (1898-1979) e na de Margarida Max. Nos anos 60 e 70, realiza vários trabalhos representativos, destacando-se em Tango, de Slawomir Mrozek, 1972.
Nascida em Portugal, viaja aos 12 anos para o Rio de Janeiro, onde sua mãe trabalha na companhia Antônio de Souza, no Teatro Carlos Gomes. Elza estréia ao lado da mãe, em 1923, interpretando Juquinha, de A Capital Federal, de Artur Azevedo (1855-1908), para pagar sua passagem e estadia durante as turnês. Começa profissionalmente em 1926, na companhia de Jaime Costa (1897-1967), fazendo comédias, mas não se adapta ao gênero. Em seguida, participa do elenco que inaugura a companhia Ra-ta-plan, no Cassino Beira-Mar. Ali, reencontra o ambiente em que gosta de trabalhar, com música e elenco numeroso, e permanece no conjunto até a extinção da companhia, em 1929, quando ingressa, na seqüência, na companhia de Procópio Ferreira.
Não chega a completar um ano com Procópio: aceita o convite do Teatro Recreio para atuar em O Carnaval Português, de Marques Porto (1870-1910) e Luiz Peixoto (1889-1973). Ingressa em nova companhia de musicais, a da atriz Margarida Max.
Em 1930, retorna à empresa de Procópio Ferreira, onde permanece até 1936 como uma das atrizes principais, assumindo o papel de protagonista fregüentemente. Monta uma companhia com Cazarré e Delorges Caminha, em que pela primeira vez desempenha papéis dramáticos. Em 1940, ingressa na companhia de Eva Todor (1920) e Luís Iglesias, onde permanece até 1952. No mesmo ano, entra para a Rádio Nacional.
Nos anos 60, atua em Minha Querida Lady, de Bernard Shaw, 1962, Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues (1912-1980), com direção de Ziembinski (1908-1978), 1965, e Um Pouco de Loucura Não Faz Mal a Ninguém, de Sergio Viotti (1927-2009), com direção de Maurice Vaneau (1926-2007), 1966.
Em 1972, sua interpretação em Tango, de Slawomir Mrozek (1930-2013), com direção de Amir Haddad (1937), pela companhia de Tereza Raquel (1935-2016), lhe vale o Prêmio Governador do Estado de melhor atriz, pela destreza com que vai do cômico ao dramático. Integra o elenco de Festa de Aniversário, de Harold Pinter (1930), mais uma direção de Amir Haddad, com produção de Sergio Britto (1923-2011), em 1973. No ano seguinte, está em Mais Quero Asno que Me Carregue que Cavalo que Me Derrube, texto e direção de Carlos Alberto Soffredini (1939-2001). Em 1980, é dirigida por Aderbal Freire Filho (1941), num texto de Camilla Amado (1939), Don Quixote de la Pança.
Espetáculos 51
Fontes de pesquisa 3
- GOMES, Elza. (Dossiê Personalidade Artes Cênicas) Rio de Janeiro: CEDOC/Funarte.
- NUNES, Mário. 40 Anos de Teatro. Rio de Janeiro: SNT, 1956.
- PAIVA, Salvyano Cavalcanti de. Viva o Rebolado. Vida e morte do teatro de revista brasileiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.
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ELZA Gomes.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa349449/elza-gomes. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7