Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Eva Todor

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 08.08.2024
09.11.1919 Hungria / a definir / Budapeste
10.12.2017 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica Correio da Manhã/Acervo Arquivo Nacional

Eva Todor, 1959

Eva Fódor Nolding (Budapeste, Hungria 1919 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017). Atriz. Atuando desde os 14 anos, Eva Todor marca a cena com um estilo de interpretação baseado na meninice e na leveza cultivadas nas comédias de costumes brasileiras, que representam a quase totalidade de seu repertório.

Texto

Abrir módulo

Eva Fódor Nolding (Budapeste, Hungria 1919 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017). Atriz. Atuando desde os 14 anos, Eva Todor marca a cena com um estilo de interpretação baseado na meninice e na leveza cultivadas nas comédias de costumes brasileiras, que representam a quase totalidade de seu repertório.

Chega ao Brasil aos nove anos e aos 12 estuda balé com Maria Olenewa (1896-1965), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Aos 14 anos faz teste para o Teatro Recreio e estreia em Quanto Vale uma Mulher, 1934, de Luís Iglesias (1904-1963). Permanece na companhia de Luís Iglesias, com quem se casa, até 1939, tornando-se a primeira atriz, o que move o autor a escrever as peças com personagens concebidas especialmente para sua idade. Desenvolve, nesta época, um estilo pessoal em comédias, que torna-se sua marca e que acaba por limitar seu campo de atuação: aos 30 anos ainda interpretava meninas de 18 anos de idade.

Em 1940, funda a companhia Eva e seus Artistas, que estreia com Feia, de Paulo de Magalhães, sob a direção de Esther Leão (1892-1971). Seu primeiro papel dramático é em Cândida, 1946, de Bernard Shaw (1856-1950), sucesso que fica 4 meses em cartaz, seguido de Carta, 1947, de Somerset Maugham (1874-1965). A companhia, pela qual passaram André Villon (1914-1985), Jardel Jércolis (1894-1944), Elza Gomes (1910-1984) e Henriette Morineau (1908-1990), funciona até o final dos anos 1950 montando quase sempre comédias de costumes.

O estilo criado nos primeiros anos de carreira só é deixado de lado em 1966, com a peça Senhora da Boca do Lixo, de Jorge Andrade (1922-1984), sob a direção de Dulcina de Moraes (1908-1996). O gênero cômico continua sendo seu favorito, mas a atriz abre o leque de sua interpretação em peças como De Olho na Amélia, 1969, de Georges Feydeau (1862-1921), que lhe vale o Prêmio Molière de melhor atriz, Em Família, 1970, de Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974), com direção de Sergio Britto (1923-2011); e Quarta-Feira Lá em Casa, Sem Falta, 1977, de Mario Brasini (1921-1997).

Em 1981, atua em Essa Gente Incrível, de Neil Simon (1927). O crítico Sábato Magaldi  (1927-2016) observa a mudança no desempenho da atriz: "Ela perdeu a audácia da colegial sapeca, típica de seus primeiros namoros com a platéia. Uma inflexão e uma prosódia especiais, dando-lhe um ar brejeiro, de comunicabilidade simpática. A essas características, verdadeira marca pessoal, Eva acrescentou maturidade, no domínio dos recursos cênicos, e um toque de fantasia, que retira a comédia do terreno pedestre, para sugerir nela um mergulho mais profundo".1

Ao completar 50 anos de carreira, Eva Todor recebe homenagens e um artigo de Artur da Távola em que ele enumera os componentes de seu estilo de ser e trabalhar:

"O estar em cena sempre com a certeza de que é tudo uma representação e por isso tem que ser levado a sério. A vitalidade do corpo. A leveza do ser. O gosto de viver. A juventude eterna. A face brilhante. Caras e bocas. Um susto subjacente a cada expressão. Interjeições e trejeitos deliciosos. Afetação natural. Um ar de ponto de exclamação. [...] O melhor e mais renitente da arte de saber ser e permanecer faceira, catita, garrida e airosa".2

Notas

1. MAGALDI, Sábato. O conciliador Simon, em boa montagem. Jornal da Tarde, São Paulo, 4 jul. 1981.

2. TÁVOLA, Artur. Os cinqüenta de vida artística de Eva. O Globo, Rio de Janeiro, 26 ago. 1986.

Espetáculos 60

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 7

Abrir módulo
  • EICHBAUER, Hélio. [Currículo]. Enviado pelo artista em: 24 abr. 2011.
  • Eva Todor. Memória Globo, 2013. Disponível em: < http://memoriaglobo.globo.com/perfis/talentos/eva-todor.htm >. Acesso em: 10 dez. 2017.
  • GUERINI, Elaine. Nicette Bruno & Paulo Goulart: tudo em família. São Paulo: Cultura - Fundação Padre Anchieta: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. 256 p. (Aplauso Perfil).
  • MAGALDI, Sábato. O conciliador Simon, em boa montagem. Jornal da Tarde, São Paulo, 4 jul. 1981.
  • PAIVA, Salvyano Cavalcanti de. Viva o Rebolado: vida e morte do teatro de revista brasileiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991. 693 p.
  • SZPACENKOPF, Marta. Morre a atriz Eva Todor, aos 98 anos. O Globo, Rio de Janeiro, 10 dez. 2017. Disponível em: < https://oglobo.globo.com/cultura/revista-da-tv/morre-atriz-eva-todor-aos-98-anos-22173227 >. Acesso em: 10 dez. 2017.
  • TODOR, Eva. Rio de Janeiro: Funarte / Cedoc. Dossiê Personalidades Artes Cênicas.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: