Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Simplício de Sá

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 09.05.2017
1785 Cabo Verde / Barlavento / São Nicolau
09.03.1839 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

Retrato de Dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, 5o. Bispo de São Paulo, 1828
Simplício de Sá
Óleo sobre tela, c.i.d.
97,70 cm x 72,70 cm

Simplício Rodrigues de Sá (São Nicolau, Cabo Verde, 1785 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1839). Pintor. Antes de vir para o Brasil, mora em Lisboa, onde se inicia no ofício de artista. Em 1809 transfere-se para o Rio de Janeiro. Na colônia, é um dos poucos que se aproximam da Missão Artística Francesa, que chega ao Brasil em 1816. Procura Debr...

Texto

Abrir módulo

Biografia

Simplício Rodrigues de Sá (São Nicolau, Cabo Verde, 1785 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1839). Pintor. Antes de vir para o Brasil, mora em Lisboa, onde se inicia no ofício de artista. Em 1809 transfere-se para o Rio de Janeiro. Na colônia, é um dos poucos que se aproximam da Missão Artística Francesa, que chega ao Brasil em 1816. Procura Debret (1768-1848) e torna-se seu discípulo. Desta forma, integra o primeiro grupo de alunos do pintor francês, antes do funcionamento oficial da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba, a partir de 1826. Em 23 de novembro de 1820, torna-se professor substituto da Aiba, graças a seu prestígio junto a Debret. Como reconhecimento por seu trabalho, a Casa Imperial o nomeia "Pintor da Real Câmara". Ao mesmo tempo, o artista desempenha o papel de mestre de artes da princesa Dona Maria da Glória. Por seus serviços prestados à coroa, o imperador dom Pedro I (1798 - 1834) lhe confere o Hábito da Ordem de Cristo, em 1826, e a mercê de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro. Em 1831 Debret retorna à França. Simplício de Sá ocupa sua cadeira na Aiba, lecionando pintura histórica. Continua a trabalhar na Casa Imperial. Em 1833, torna-se mestre de dom Pedro II (1825 - 1891) e de todas as suas irmãs. Com a morte de Henrique José da Silva (1772-1834), o artista passa a ocupar a cadeira de desenho na Aiba. O posto parece se adequar mais a sua produção como pintor. Em sua atuação como professor e artista, Simplício de Sá é um dos responsáveis pela afirmação do ensino artístico no país.

Análise

Ao que tudo indica, o pintor Simplício de Sá nasce em Cabo Verde,1 em 1785. Antes de vir para o Brasil, mora em Lisboa, onde se inicia no ofício de artista. Em 1809, transfere-se para o Rio de Janeiro. Na colônia, é um dos poucos que se aproximam da Missão Artística Francesa, que chega ao Brasil em 1816. Ao contrário de alguns pintores locais, Simplício de Sá interessa-se pela relação mais laica com a pintura proposta pelos artistas estrangeiros. Procura Debret (1768 - 1848) e torna-se seu discípulo. Desta forma, integra o primeiro grupo de alunos do pintor francês, antes do funcionamento oficial da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba, a partir de 1826. Entre seus colegas se encontram Francisco Pedro do Amaral (1790-1831), Francisco Souza Lobo (ca.1800-ca.1855), Cristo Moreira (s.d.-1830) e José da Silva Arruda (ca.1805 - 1833). A estes se somam, posteriormente, Porto Alegre (1806 - 1879), August Müller (1815-ca.1883), Guilherme Müller, Reis Carvalho (1800-18--), Alphonse Falcoz (1813-s.d.) e Correia de Lima (1814-1857).

Em 23 de novembro de 1820, torna-se professor substituto da Academia, graças a seu prestígio com Debret. Progride a olhos vistos, o que leva ao reconhecimento da Casa Imperial e a sua subseqüente nomeação como Pintor da Real Câmara. Ao mesmo tempo, o artista desempenha o papel de mestre de artes da princesa Dona Maria da Glória (1819 - 1853), futura Dona Maria II, rainha de Portugal. Pelos serviços prestados à coroa, o imperador lhe confere o Hábito da Ordem de Cristo, em 1826, e a mercê de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro.

Em 1831, Debret retorna para a França. Simplício de Sá ocupa sua cadeira na Academia, lecionando pintura histórica. Continua a trabalhar na Casa Imperial. Em 1833, torna-se mestre de dom Pedro II (1825 - 1891) e de todas as suas irmãs. Com a morte de Henrique José da Silva (1772 - 1834), o artista passa a ocupar a cadeira de desenho na Academia. O posto parece se adequar mais à sua produção como pintor. O artista não se dedica às cenas de história. Sua produção mais conhecida é a de retratos oficiais. Realiza diversas telas da figura do primeiro imperador. Muito presente na vida palaciana, pode pintar toda a família real. Pinta, entre outros, a imperatriz Dona Maria Leopoldina (1797 - 1826) e de sua filha Dona Maria II. Outras figuras públicas importantes são retratadas pelo pintor, como o Marquês de Inhambupe e o bispo Dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade.

As cenas religiosas e de costume são outra faceta importante de sua produção. É conhecida uma Santa Ceia pintada para a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência e dos Costumes, além de uma tela de Nossa Senhora da Conceição. Entre as cenas de costume, a mais conhecida é o pequeno quadro Irmão Pedinte, hoje no acervo do Museu Nacional de Belas Artes - MNBA.

Pelo que se sabe, o artista não teve nenhuma de suas exposições registrada. A informação de que expôs nos Salões da Academia em 1829 e 1830 é contestada no livro 150 Anos de Pintura.2 Menciona-se que seu nome não aparece no catálogo de nenhuma das duas mostras. Desta forma, sua primeira exposição documentada é póstuma: A Retrospectiva de Pintura no Brasil, em 1848, no MNBA. Como professor e artista, Simplício de Sá é um dos responsáveis pela afirmação do ensino artístico no país. O artista falece cego no dia 8 de março de 1839, no Rio de Janeiro.

Notas

1. 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. p. 50.

2. Idem.

Obras 6

Abrir módulo
Reprodução fotográfica Pedro Lôbo

D. Maria II

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica Marcel Gautherot

Irmão Pedinte

Óleo sobre tela

Exposições 13

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 16

Abrir módulo
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. R703.0981 P818d
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997. R750.81 A973d 2.ed.
  • BOLETIM do Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro: MNBA, 1985.
  • BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo Editora, 1942.
  • CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983.
  • DUQUE, Gonzaga. A Arte brasileira: pintura e esculptura. Rio de Janeiro: H. Lombaerts & C., 1888. 254 p.
  • FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988. R759.981 L533d
  • LOUZADA, Júlio. Artes plásticas Brasil 1985: seu mercado, seus leilões. São Paulo: J. Louzada, 1984. v. 1. R702.9 L895a v.1
  • MARTINS, Carlos (org.). Revelando um acervo: coleção brasiliana. São Paulo: BEI Comunicação, 2000. (Brasiliana). 759.981 R449
  • REIS JÚNIOR, José Maria dos. História da pintura no Brasil. Prefácio Oswaldo Teixeira. São Paulo: Leia, 1944.
  • RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1941. (Brasiliana. Série 5ª: biblioteca pedagógica brasileira, 198).
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: