Augusto Rodrigues
![Samba, 1942 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/005644001013.jpg)
Samba, 1942
Augusto Rodrigues
Óleo sobre cartão, c.i.d.
48,00 cm x 66,00 cm
Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM RJ
Texto
Biografia
Augusto Borges Rodrigues (Recife, Pernambuco, 1913 - Resende, Rio de Janeiro, 1993). Educador, pintor, desenhista, gravador, ilustrador, caricaturista, fotógrafo, poeta. Trabalha no ateliê de Percy Lau (1903-1972) e, em 1933, realiza sua primeira exposição individual, no Recife. Nesse ano, inicia sua atividade como ilustrador e caricaturista no Diário de Pernambuco. Ao lado de Guignard (1896-1962), Candido Portinari (1903-1962), e outros, expõe, em 1934, na Associação dos Artistas Brasileiros, no Rio de Janeiro. Em 1935, transfere-se para essa cidade e logo se torna colaborador de jornais e de revistas como O Estado de S. Paulo e O Cruzeiro. Participa da fundação e do planejamento dos jornais Folha Carioca, Diretrizes e Última Hora. Em 1942, realiza exposição individual, com cerca de 100 desenhos, no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA). Com a colaboração de Lúcia Alencastro (1921-1996), Oswaldo Goeldi (1895-1961), Vera Tormenta (1930), Fernando Pamplona e Humberto Branco, funda a Escolinha de Arte do Brasil, em 1948. Em 1953, participa da 2ª Bienal Internacional de São Paulo e, com Geza Heller (1902-1992) e Marcelo Grassmann (1925), expõe na Petite Galerie e, no 2º Salão Nacional de Arte Moderna, em que obtém o prêmio de viagem ao exterior, na categoria desenho. Em 1971, integra a mostra Panorama do Desenho Brasileiro, organizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e edita seu primeiro livro de poesia, 27 Poemas. O segundo, A Fé entre os Desencantos, é publicado em 1980. Em 1989, lança Largo do Boticário - Em Preto e Branco, com 80 fotografias tiradas no decorrer dos anos.
Análise
Nas diversas atividades artísticas de Augusto Rodrigues, pode-se apontar como característica comum a permanente preocupação com a função da arte. Defende ser esta a forma pela qual a cultura se manifesta mais significativamente, daí a importância de difundi-la.
A criação da Escolinha de Arte do Brasil - primeira do gênero no país - é um exemplo do empenho de Rodrigues em renovar os métodos da educação artística para crianças e adultos. Com base nas idéias do historiador e crítico de arte Herbert Read (1893 - 1968), procura incluir, no processo de ensino, pesquisas poéticas que estimulem a criança a desenvolver sua própria singularidade. Essa iniciativa torna-se importante referência para o desenvolvimento da arte-educação no Brasil.
Rodrigues traz para seus trabalhos a liberdade dos traços que buscam integrar pintura e desenho, evitando o virtuosismo da linha ou das questões cromáticas. Entre seus temas, a mulher é personagem constante. É significativa também a presença de elementos ligados à cultura popular pernambucana, como o frevo e a dança de roda. Suas pinceladas são determinadas pelo próprio movimento, e não apenas pela forma e pela composição, de modo a criar as diversas direções e intensidades rítmicas.
A influência do cinema está em algumas pinturas, como mostra o tratamento dado a Carlitos, personagem de Charles Chaplin (1889 - 1977). Rodrigues amplia as possibilidades de sentido de suas obras ao apropriar-se de elementos cotidianos como anúncios, textos de jornais, fotografias de objetos, material impresso em offset, incorporados em seus trabalhos.
Obras 8
Pintura
Samba
Santa Rosa Pintando
Sem Título
Sem Título
Exposições 56
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24/1/1942 - 10/2/1942
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3/5/1944 - 31/5/1944
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1/10/1944 - 31/10/1944
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23/11/1944 - 12/1944
Fontes de pesquisa 13
- 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
- 70 ANOS de Augusto Rodrigues: arte para ser e existir. Apresentação de Geraldo Edson de Andrade. Introdução de Alcídio Mafra de Souza. Rio de Janeiro: MNBA, 1983.
- A PRESENÇA de Augusto Rodrigues em Barra Mansa: 1989: gravuras, desenhos, pinturas. Barra Mansa: SESC, 1989.
- AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997.
- BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 18., 1985, São Paulo, SP. Expressionismo no Brasil: heranças e afinidades. São Paulo: Fundação Bienal, 1985.
- Folha de S. Paulo, 10/04/1993.
- HISTÓRIA de uma coleção: arte brasileira entre os anos 1960 e 1980 no acervo do Banco JPMorganChase. Curadoria Luiz Camillo Osorio; versão em inglês Carolyn Brisset. Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio, 2003.
- KLINTOWITZ, Jacob. Augusto Rodrigues 50 anos de arte: a arte como uma anotação do cotidiano. São Paulo, Raízes, 1980.
- LAGO, Pedro Corrêa do. Caricaturistas brasileiros: 1836-1999. Rio de Janeiro: Sextante Artes, 1999. p. 136-139.
- LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
- LOUZADA, Maria Alice do Amaral. Artes plásticas Brasil 1999. São Paulo: Júlio Louzada, 1999. v. 11.
- PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
- VEL EL ZOLADZ, Rosza Wigdorowicz. Augusto Rodrigues: o artista e a arte, poeticamente. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1990, 134 p, il., 23cm.
Como citar
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AUGUSTO Rodrigues.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa2466/augusto-rodrigues. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7