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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Marques Júnior

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 31.01.2024
27.05.1887 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
13.12.1960 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Retrato de Mário Pederneiras
Marques Júnior

Augusto José Marques Júnior (Rio de Janeiro RJ 1887 - idem 1960). Pintor e professor. Estuda na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), a partir de 1905, como aluno de Baptista da Costa (1865-1926), Eliseu Visconti (1866-1944), Zeferino da Costa (1840-1915) e Bérard (1846-1910). Recebe o Prêmio Viagem ao Exterior em 1916, com a tela Harmonia em V...

Texto

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Biografia
Augusto José Marques Júnior (Rio de Janeiro RJ 1887 - idem 1960). Pintor e professor. Estuda na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), a partir de 1905, como aluno de Baptista da Costa (1865-1926), Eliseu Visconti (1866-1944), Zeferino da Costa (1840-1915) e Bérard (1846-1910). Recebe o Prêmio Viagem ao Exterior em 1916, com a tela Harmonia em Verde, viajando para Paris em 1917, onde permanece até meados de 1922. Frequenta na Académie Julian, o ateliê de Jean-Paul Laurens (1838-1921) e o de Adolphe Dechaenaud (1868-1929) na Académie de la Grande Chaumière, onde estuda os impressionistas, sobretudo Pierre-Auguste Renoir (1841-1919). Perde quase todos os seus trabalhos num incêndio em seu ateliê, em 1921. De volta ao Brasil em 1922, é nomeado docente de pintura da Enba. Rege as cadeiras de desenho figurado (de 1934 a 1937) e de pintura (de 1938 a 1948). Em 1948 torna-se livre-docente da II cadeira de desenho artístico e, em 1950, catedrático de desenho de modelo vivo. Em 1952, é escolhido vice-diretor da Enba. Faz sua primeira exposição individual em 1922, na Galeria Jorge, no Rio de Janeiro. Expõe em São Paulo em 1923, com Hélios Seelinger (1878-1965) e em 1935, com Henrique Cavalleiro (1892-1975). É presidente da Sociedade Brasileira de Belas Artes e membro efetivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan). É responsável pela decoração do restaurante da antiga Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro, e pelas ilustrações do livro O Rio de Janeiro no tempo dos vice-reis, de Luiz Edmundo, publicado em 1951.

Comentário Crítico
A bibliografia sobre pintura no Brasil afirma a pouca influência que teve o impressionismo e o divisionismo sobre os artistas brasileiros. Além de Eliseu Visconti (1866-1944), são raros os artistas brasileiros que tenham se interessado e aprofundado o contato com essas vertentes artísticas de fins do século XIX. Ao que parece, apenas nas gerações que dão continuidade à sua formação artística (através das bolsas e prêmios de viagem ao exterior) nos anos 1920 na Europa é que desperta um interesse pela produção impressionista, quando a mesma vive um momento de assimilação pelo gosto dominante e pelo mercado de arte internacional. Marques Júnior é um exemplo de artista que volta seu olhar para essa produção. Estuda sobretudo Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), e dele assimila estratégias como a pintura ao ar livre, a representação da luz atmosférica e da cor relativa (o contrário da cor local). Tais recursos demorarão a ser apreciados pelo público brasileiro, que fará notar seu estranhamento diante de cabelos azuis e maçãs do rosto verdes, como os que vemos em seu Auto-Retrato, hoje na Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp). Nesse trabalho, a clássica pose do artista que se auto-retrata é composta através de pinceladas curtas e vibráteis, que conseguem, sobretudo na representação da pele, obter aquela variedade de tons característica da percepção atenta da incidência da luz sobre as superfícies. Embora de envergadura modesta, a obra de Marques Júnior é um exemplo a ser melhor estudado para a compreensão do meio artístico brasileiro da primeira metade do século XX, de seus descompassos e caminhos abortados.

Obras 6

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida

No Espelho

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini/Itaú Cultural

Sem Título

Óleo sobre tela sobre madeira

Exposições 26

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Fontes de pesquisa 20

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. R703.0981 P818d
  • ACQUARONE, Francisco; VIEIRA, Adão de Queiroz. Primores da pintura no Brasil. 2.ed. [Rio de Janeiro]: [s.n.], 1942. v. 1. LIV-G 759.981 A186p 2.ed. v.1
  • ARTE BRASILEIRA século XX: Galeria Eliseu Visconti: pinturas e esculturas. Rio de Janeiro: MNBA, 1984.
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997. R750.81 A973d 2.ed.
  • BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo Editora, 1942.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988. R759.981 L533d
  • MARQUES JÚNIOR, A. J. Plástica das expressões fisionômicas, Seção Textos de Artistas. 19&20 - A revista eletrônica de DezenoveVinte, v. I, p. 3, 2006. Disponível em: http://www.dezenovevinte.net/. Acesso em: jun. 2008.
  • MARQUES JÚNIOR, A. J.: Do desenho de "modelo-vivo" e seus problemas (tese de concurso), Seção Textos de Artistas. 19&20 - A revista eletrônica de DezenoveVinte, v. I, p. 3, 2006. Disponível em: http://www.dezenovevinte.net/. Acesso em: jun. 2008.
  • MUGNAINI, Túlio. Marques Júnior em Paris. A Gazeta, 28 dez. 1963.
  • PEDROSA, Mario. Visconti e as novas gerações. In: ______. Acadêmicos e modernos: textos escolhidos III. Organização Otília Beatriz Fiori Arantes. São Paulo : Edusp, 1998.
  • PERFIL da Coleção Itaú. Curadoria Stella Teixeira de Barros. São Paulo: Itaú Cultural, 1998. IC 708 P438
  • PINACOTECA do Estado de São Paulo. A arte e seus processos: o papel como suporte. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1978.
  • REFLEXOS do impressionismo no Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro: Museu Nacional de Belas Artes, 1974.
  • REIS JÚNIOR, José Maria dos. História da pintura no Brasil. Prefácio Oswaldo Teixeira. São Paulo: Leia, 1944.
  • RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1941. (Brasiliana. Série 5ª: biblioteca pedagógica brasileira, 198).
  • VALLE, Arthur . Pensionistas da Escola Nacional de Belas Artes na Academia Julian (Paris) durante a 1ª República (1890-1930). 19&20 - A revista eletrônica de DezenoveVinte, v. I, p. 3, 2006. Disponível em: http://www.dezenovevinte.net/. Acesso em: jun. 2008.
  • Valiosa coleção doada á Pinacoteca do Estado. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 6 jul. 1956.

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