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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Pedro Xisto

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 11.10.2019
06.08.1901 Brasil / Pernambuco / Limoeiro
17.07.1987 Brasil / São Paulo / São Paulo
Pedro Xisto Pereira de Carvalho (Limoeiro, Pernambuco, 1901– São Paulo, São Paulo, 1987). Poeta e ensaísta. Na infância, muda-se com a família para Recife. Formado em direito em 1922, transfere-se para São Paulo onde trabalha como procurador do Estado. Em 1949, começa a publicar seus primeiros haicais1 no Diário Nippak, veículo impresso da comun...

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Pedro Xisto Pereira de Carvalho (Limoeiro, Pernambuco, 1901– São Paulo, São Paulo, 1987). Poeta e ensaísta. Na infância, muda-se com a família para Recife. Formado em direito em 1922, transfere-se para São Paulo onde trabalha como procurador do Estado. Em 1949, começa a publicar seus primeiros haicais1 no Diário Nippak, veículo impresso da comunidade nipo-brasileira. Na década de 1950, entra em contato com a produção poética do grupo Noigandres, formado por Augusto de Campos (1931), Haroldo de Campos (1929-2003) e Décio Pignatari (1927-2012) e interessa-se pela poesia concreta. Em 1960, publica seu primeiro livro intitulado Haikais e Concretos, ganhador do Prêmio Pen Club, e integra o grupo dos poetas concretos com os quais contribui na página “Invenção”, publicada no Correio Paulistano. Sua obra 8 haikais, publicada no Japão em 1960, é musicada pelo compositor alemão Hans Joachim Koellreutter (1915-2005) para o 3º Festival Música Nova de 1964. Reside nos Estados Unidos e Canadá, onde são produzidos espetáculos multimídias baseados em seus poemas, como “Vogaláxias”, na Universidade de Buffalo, e “(B) ABEL”, na Universidade de Toronto. Publica, em parceria com Augusto e Haroldo de Campos, o estudo Guimarães Rosa em Três Dimensões (1970). No mesmo ano, transfere-se para o Japão onde se torna adido cultural da missão diplomática brasileira. Alguns de seus haicais são apresentados à Imperatriz e ao Imperador do Japão durante o Festival Poético do Ano Novo no Palácio Imperial em 1974. Seus principais poemas estão reunidos nas antologias As Águas Glaucas, concretos, e Lumes, haicais.

Análise

Desde os primeiros poemas, publicados no Diário Nippak em 1949, Pedro Xisto demonstra interesse pela cultura oriental. A dedicação do poeta ao haicai alinha-se às primeiras manifestações desta forma no Brasil, divulgada na década de 1940 por poetas como Guilherme de Almeida (1890-1969). Os haicais de Xisto, embora obedeçam aos preceitos da forma japonesa – com reconhecida perfeição formal –, refletem sentimentos, pontos-de-vista, ou percepções ocidentais, como a relação com a religião ou com o sagrado – “uma flor de ameixa / amei: cheira a beatitude / (nunca o fogo a mexa)”.

Na década de 1950, Pedro Xisto interessa-se também pela poesia concreta de tal modo que, em 1960, passa a integrar o grupo Invenção com os poetas Augusto de Campos, Haroldo de Campos, Décio Pignatari, Cassiano Ricardo (1895-1974), Edgar Braga (1897-1985), José Lino Grunewald (1931-2000), entre outros. No mesmo ano, Xisto publica seu primeiro livro com o sugestivo nome de Haikais e Concretos. Apesar das diferenças entre o haicai e o poema concreto, pode-se perceber ao menos uma característica que norteia os dois lados da obra de Pedro Xisto: a concisão verbal.

Da década de 1960 em diante, além da produção dos haicais, Xisto elabora uma poesia experimental que ultrapassa os preceitos da poesia concreta dos anos anteriores, criando uma forma própria, à qual dá o nome de logograma. O mais conhecido logograma chama-se “Zen”. Publicado em 1966, o poema é composto por figuras geométricas que imitam a fachada de um templo oriental e, ao mesmo tempo, formam as letras da palavra “zen” – aproximando harmonicamente os dois grandes interesses do poeta, a cultura japonesa e a experimentação visual.

 

Notas

1. O haicai é um tipo de poema de origem japonesa. Suas características são: versos de 5, 7 e 5 sílabas, temas relacionados à natureza no tempo presente.

Obras 1

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Exposições 7

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Fontes de pesquisa 4

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