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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Hansen Bahia

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 28.08.2024
19.04.1915 Alemanha / Hamburgo / Hamburgo
14.06.1978 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica João L. Musa/Itaú Cultural

Tecendo a Rede, 1954
Hansen Bahia
Xilogravura

Karl Heinz Hansen (Hamburgo, Alemanha, 1915 – São Paulo, São Paulo, 1978). Gravador, escultor, pintor, ilustrador, poeta, escritor, cineasta, professor. Destaca-se como ilustrador e impressiona o público pelas xilogravuras que tematizam a vida urbana no centro histórico de Salvador.

Texto

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Karl Heinz Hansen (Hamburgo, Alemanha, 1915 – São Paulo, São Paulo, 1978). Gravador, escultor, pintor, ilustrador, poeta, escritor, cineasta, professor. Destaca-se como ilustrador e impressiona o público pelas xilogravuras que tematizam a vida urbana no centro histórico de Salvador.

Entre 1936 e 1945, serve como soldado na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e atua como ilustrador de histórias infantis. Realiza suas primeiras xilogravuras entre 1946 e 1948. Emigra para o Brasil em 1950, instalando-se em São Paulo, e trabalha para a Companhia Melhoramentos até 1955, ano em que se muda para Salvador. Em 1957, ilustra a publicação Flor de São Miguel, com textos de Jorge Amado (1912-2001), de Vinicius de Moraes (1913-1980) e também de sua autoria. Nessas xilogravuras, o artista alemão, radicado na Bahia, explora o tema da prostituição, com base em observação no centro histórico de Salvador. Em várias dessas estampas, Hansen trabalha com mais uma cor além do preto e do branco (azul, marrom ou vermelho), ressaltando o aspecto dramático das cenas e figuras de um universo ao mesmo tempo lúdico e precário.

Essas cenas são ambientadas no interior dos prostíbulos ou próximas a suas fachadas, revelando o quarto azul da mãe-meretriz, a moça negra já nua esperando o cliente na janela, a calçada movimentada com o vaivém dos frequentadores. O talho tosco e o traço irregular, quando passados à estampa, conferem-lhe um aspecto desgastado, construindo um mundo de superfícies carcomidas habitado por criaturas cujos corpos arredondados exibem em sua pele as ranhuras da madeira. O talho, aliás, serve tanto para delinear o contorno dos corpos quanto para formar a superfície estriada de uma coxa ou uma face, amalgamando-os ao chão de velhas tábuas, às camas de cabeceiras arranhadas, às paredes sulcadas, dotando a imagem de um aspecto visualmente homogêneo, como se as pessoas e coisas ali vistas não fossem muito diferentes umas das outras, uma vez que partilham a mesma origem, a mesma lida e o mesmo destino.

Em 1958, o artista realiza ilustrações para Navio negreiro, de Castro Alves (1847-1871). Retorna à Alemanha em 1959, lá permanecendo até 1963, enquanto trabalha no ateliê de gravura fundado por ele no castelo Tittmoning. Vive na Etiópia entre 1963 e 1966, onde ajuda a estabelecer a Escola de Belas Artes da cidade de Addis Abeba. Retorna a Salvador e se naturaliza, adotando o nome artístico de Hansen Bahia. Torna-se professor de artes gráficas da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 1967. Muda-se para São Félix, Bahia, em 1970, e lá reside até seu falecimento, em 1978. Dois anos antes de sua morte, doa em testamento sua produção artística para a cidade de Cachoeira, Bahia, onde é criada a Fundação Hansen Bahia, que recebe seu acervo artístico de xilogravuras, matrizes, livros, pinturas, prensas e ferramentas de trabalho.

Hansen Bahia se consagra como um importante artista visual e deixa um legado singular, especialmente no campo da ilustração brasileira.

Obras 2

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Reprodução fotográfica João L. Musa/Itaú Cultural

Tecendo a Rede

Xilogravura
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

[Dor]

Xilogravura

Exposições 59

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Fontes de pesquisa 16

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  • BAHIA, Hansen. A ópera dos três vinténs. Salvador: Museu de Arte Moderna da Bahia, 2000. [28] p. , il. p&b.
  • BAHIA, Hansen. Hansen Bahia. Salvador: Instituto Cultural Brasil-Alemanha, 1999. 1 folha dobrada, il. color.
  • BAHIA, Hansen. Hansen viver Bahia. Texto Augusto Leciague Régis Neto, Maria Adriana Almeida Couto de Castro, Sônia Bastos; fotografia Elias Mascarenhas. Cachoeira: Fundação Hansen Bahia, 2000. folha dobrada.
  • BAHIA, Hansen. Mulheres: catálogo. Apresentação Paulo Gaudenzi; texto Augusto Leciague Régis Neto, Maria Adriana Almeida Couto de Castro; comentário Jorge Amado et al.; projeto gráfico Heraldo Alvim, Carlos Casal; produção Augusto Leciague Régis Neto; fotografia Heraldo Alvim, Elias Mascarenhas; Cachoeira: Fundação Hansen Bahia, 1997. [60].
  • GRAVURA paulista. Curadoria Evandro Carlos Jardim. São Paulo: Galeria de Arte São Paulo, 1995.
  • GRAVURA: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 2000.
  • HANSEN BAHIA: retrospectiva. São Paulo: Conjunto Cultural da Caixa, 2000.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. A gravura brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Rio, 1965.
  • LUKIAN: o diálogo das héteras. Salvador: Fundação Hansen Bahia, 1999. 1 folha dobrada, il. color.
  • MOSTRA DE GRAVURA CIDADE DE CURITIBA, 6., 1984. VI Mostra de Gravura Cidade de Curitiba: 1984 - Pan-Americana. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1984.
  • PANORAMA DE ARTE ATUAL BRASILEIRA, 1969, São Paulo, SP. Panorama de Arte Atual Brasileira 1969. São Paulo: MAM, 1969.
  • PFEIFFER, Wolfgang. Artistas alemães e o Brasil. São Paulo: Empresa das Artes, 1996.
  • ROCHA, Carlos Eduardo da. Amador das artes: 50 anos de crítica das artes. Salvador: Prova do Artista, 1992.
  • SALÃO PAULISTA DE ARTE MODERNA, 3., 1954, São Paulo. 3º Salão Paulista de Arte Moderna. São Paulo: Galeria Prestes Maia, 1954.
  • SALÃO PAULISTA DE ARTE MODERNA, 4., 1955, São Paulo. 4º Salão Paulista de Arte Moderna. São Paulo: Galeria Prestes Maia, 1955.
  • XILOGRAVURA: do cordel à galeria. São Paulo: Metrô, 1994.

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