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Enciclopédia Itaú Cultural
Cinema

Sandra Kogut

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 09.10.2024
1965 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Registro fotográfico Eva Kogut Levin

Sandra Kogut, 2020

Sandra Kogut (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1965). Diretora de cinema, documentarista e professora. Inicia a formação acadêmica em 1981, no curso de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, transferindo-se, no segundo ano, para o curso de Comunicação.

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Sandra Kogut (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1965). Diretora de cinema, documentarista e professora. Inicia a formação acadêmica em 1981, no curso de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, transferindo-se, no segundo ano, para o curso de Comunicação.

Sua carreira inicia-se com a documentação de performances no Rio de Janeiro. O vídeo Intervenção Urbana (1984) registra a apresentação de um grupo de artistas, coordenada pelo artista plástico Cleber Machado (1937), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Em seguida, produz um conjunto de vídeos experimentais: Egoclip (1985), em parceira com o poeta Chacal (1951); 7 Horas de Sono (1986), em parceira com o artista plástico e escultor Barrão (1959); e O Gigante da Malásia (1986).

Em 1988, no 6o Festival Fotoptica Videobrasil, Kogut é premiada pelo videoclipe da música Juliette, feito que repete nas edições de 1990, por What do You Think Brazil Is?, e de 1992, por Parabolic People.  Juliette, videoclipe da canção de Fausto Fawcett (1957) e Carlos Laufer (1960)  inaugura a atuação de Kogut na TV. O trabalho também é premiado no 31st International Film and TV Festival of New York (Estados Unidos) e no Clio Award, ambos em 1989.

Com Vídeo Cabine Número 1 (1988), apresentado no Museu da Imagem e do Som de São Paulo, Kogut inicia uma fase experimental, com exibição e gravação de vídeos em espaços públicos. Em 1989, é convidada para residência artística no Centre International de Création Vidéo Pierre Schaeffer, na França, e inicia as gravações de Parabolic People. Lançado em 1991, o projeto rende-lhe reconhecimento internacional e recebe prêmios, como o Locarno New Images Festival, na Suíça, e exibições no National Gallery of Art, em Washington. Em 1992, Kogut participa da direção artística da Globograph, setor da TV Globo dedicado às pesquisas em novas mídias, e, em 1995, dirige o programa Brasil Legal, apresentado por Regina Casé (1954).

Nos anos 1990, realiza uma série de curtas-metragens em Super 8, 16 mm e 35 mm: En Français (1993), Lá e Cá (1995), Adieu Monde ou L’Histoire de Pierre et Claire (1998) e Lecy e Humberto nos Campos Neutrais – Chuí – Chuy (1999). Em 2001, lança seu primeiro longa-metragem, o documentário Um Passaporte Húngaro, seguido por Mutum (2007), seu primeiro filme em 35 mm, e Campo Grande (2015).

Com participações em seminários e workshops, em 1999, é convidada a ministrar curso na École Supérieure des Arts Decoratifs, em Strasbourg, França. Também leciona nas universidades norte-americanas de Princeton, Califórnia, New York e Columbia.

As principais retrospectivas de sua obra acontecem no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (1996); no Musée d’Art Moderne et Contemporain de Strasbourg (2001); e no Harvard Film Archive ( 2003), em Cambridge, Estados Unidos.

Análise

As fronteiras, os idiomas, as definições de nacionalidade e as noções de pertencimento estão entre as questões mais caras à Sandra Kogut. Em seus trabalhos, o tema da identidade nacional e cultural é investigado e desconstruído na busca por elementos que conectem os sujeitos para além dos limites socialmente construídos.

Inicia a carreira explorando possibilidades de gravação, edição, pós-produção e exibição de vídeo, tendo a relação do indivíduo com a câmera como exercício principal. Em seus primeiros projetos, conta com parcerias de diversos artistas em performances, instalações e videoclipes. Nelas, Kogut busca compreeder os potenciais poético e artístico da nova tecnologia, pouco acessível na década de 1980, e cujo conhecimento se concentra nos estúdios de televisão.

Ao compreender que a TV transmite imagens feitas em vídeo para um público que desconhece os processos de produção que as construíram, Kogut realiza Vídeo Cabine Número 1. Nesse trabalho, propõe a participação do homem comum na construção da própria imagem em movimento. Em locais públicos das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, instalam-se cabines de filmagem e exibição de vídeos, dimensionadas para ocupação individual. O participante tem um minuto para atuar como desejar em frente à câmera. Como não há roteiro nem ensaio para a performance, a naturalidade da palavra e do gesto do participante instiga diferentes tipos de identificação e variados graus de empatia de espectadores que frequentam as outras cabines, destinadas à exibição das gravações.

Durante a residência artística na França, Kogut desdobra o projeto das videocabines em Parabolic People, instalando-as em Paris, Moscou, Nova York, Tóquio, Rio de Janeiro e Dacar. Trabalha a pluralidade de línguas, etnias e comportamentos que se encontram em tela com auxílio das tecnologias de edição. Os laboratórios digitais do Centre International de Création Vidéo Pierre Schaeffer permitem que Kogut componha a montagem de 45 minutos em estrutura não linear. Cortes rápidos, efeitos de cor, sobreposições e animações favorecem, segundo a própria autora, uma “vocação universal” do que é retratado. A obra desafia o espectador a presenciar a vitalidade do encontro improvável entre pessoas de diferentes partes do mundo, por meio da imagem e sem tradução do que é dito.

A visão original e o conhecimento técnico de Sandra Kogut levam-na a percorrer diferentes caminhos na produção audiovisual brasileira e internacional. Em 1995, na TV Globo, dirige o projeto de pesquisa Globograph e cria o programa Brasil Legal, que incorpora diversas inovações gráficas e narrativas não lineares. Tem o desafio de integrar a cultura brasileira por meio de imagens e situações, seguindo um tema específico.

Paralelamente à TV, Kogut trilha caminho no cinema na década de 1990, dirigindo curtas-metragens, de 1989 a 1999, e produzindo seu primeiro longa em 2001. Um Passaporte Húngaro, documentário baseado em experiência própria, investiga os processos burocráticos para aquisição desse documento e questiona os temas que desde o início circundam sua obra: identidade, nacionalidade e biografia. Mutum, baseado na obra Manuelzão e Miguilim (1964), de Guimarães Rosa (1908-1967), é um movimento da cineasta em direção ao retrato do indivíduo e sua trajetória.

Exposições 20

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