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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Chacal

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 01.08.2024
24.05.1951 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Ricardo de Carvalho Duarte (Rio de Janeiro, RJ, 1951). Poeta, cronista e letrista. Um dos precursores da poesia marginal, lança em 1971, numa edição mimeografada de cem exemplares, seu primeiro livro, Muito Prazer, Ricardo, reeditado em 1997 como Muito Prazer. Em 1972, passa a colaborar para a revista Navilouca, junto aos poetas Waly Salomão (19...

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Biografia
Ricardo de Carvalho Duarte (Rio de Janeiro, RJ, 1951). Poeta, cronista e letrista. Um dos precursores da poesia marginal, lança em 1971, numa edição mimeografada de cem exemplares, seu primeiro livro, Muito Prazer, Ricardo, reeditado em 1997 como Muito Prazer. Em 1972, passa a colaborar para a revista Navilouca, junto aos poetas Waly Salomão (1943-2003) e Torquato Neto (1944-1972) e publica, também mimeografado, o livro-envelope Preço da Passagem, com tiragem de mil exemplares. Com o dinheiro da venda, passa uma temporada em Londres entre 1972 e 1973, ocasião em que assiste à apresentação do poeta americano Allen Ginsberg (1926-1997) no Festival Internacional de Poesia.

A experiência é aproveitada na volta ao Brasil, quando, integrante do grupo Nuvem Cigana, reinventa, com Bernardo Vilhena (1949), Charles Peixoto (1948) e Ronaldo Bastos (1948), os recitais de poesia, introduzindo bases sonoras, fundos musicais e apresentações de dança e audiovisual. Nos anos 1980 escreve crônicas para os jornais Correio Braziliense, Folha de S.Paulo e Jornal do Brasil e estabelece parcerias, como letrista, com artistas como Lulu Santos (1953), Jards Macalé (1943) e Moraes Moreira (1947). Desde 1990, dirige o projeto CEP 20.000 - Centro de Experimentação Poética, que realiza mensalmente eventos multimídia no Rio de Janeiro. Sua poesia é reunida no volume Belvedere (2007), e em 2010 é publicado Uma História à Margem, romance autobiográfico.

Comentário crítico
Identificado à poesia marginal, surgida na cena literária brasileira na década de 1970, Chacal inicia sua obra com uma provocação: “As palavras/ Novo lançamento Estrela” são os versos que abrem Muito Prazer (1971), o livro de estreia. Ao parodiar o anúncio de uma fábrica de brinquedos para referir-se ao trabalho poético, o autor afirma um dos pressupostos geracionais – apropriar-se de dados da cultura de massa como matéria-prima de uma poesia que se quer antiliterária (algo recorrente na produção artística pós-moderna como um todo); questionar as práticas excludentes do mercado editorial; e problematizar a relação entre a poesia e as questões mais ordinárias da vida comum.

No poema Prezado Cidadão, do mesmo livro, nota-se também o gosto do poeta por jogos de palavra e o desejo de estabelecer comunicação direta com o leitor: “colabore com a lei/ colabore com a Light/ mantenha luz própria”. O tratamento lúdico da linguagem começa a revelar, nos livros seguintes, a predileção pela construção fônica do poema, muitas vezes transformada em razão de ser das composições: “era uma vez oxo/ o bicho chocho/ o cara frouxo/ o moço mocho [...]”, lê-se em Oxo, de Letra Elétrika (1994).

Constrói-se assim a proposta de uma poesia falada, mais que escrita (“uma/ palavra/ escrita é uma/ palavra não dita [...]” – Uma Palavra, de América, 1975), cujas referências culturais, provindas dos mais distintos repertórios, patenteiam a necessidade de comunicação com uma gama diversificada de leitores: “new york, fratura exposta, flor obscena de henry miller,/ gothan city, babilonest de hélio oiticica, musa de/ woody allen, campos de centeio forever” (New York, da obra Belvedere, de 2007).

Também os temas revelam o desejo de diálogo com o que lhe é próximo, inclusive no que se refere ao seu tempo – seja pelo aspecto geracional, caso das “viagens” provocadas pelas drogas ou do culto ao rock and roll; seja individualmente, caso das viagens físicas e dos relacionamentos amorosos. Tudo parece convergir para que se cumpra a tarefa do artista: “um poeta se faz do sabor/ [...] de se achar de real utilidade pública/ no cumprimento de sua missão pela terra” (Um Poeta Não se Faz com Versos, do livro Nariz Anis, de 1979).

Espetáculos 5

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Exposições 9

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