Regina Casé
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Biografia
Regina Maria Barreto Casé (Rio de Janeiro RJ 1954). Atriz. Surge e destaca-se no Asdrúbal Trouxe o Trombone, grupo carioca que marca o teatro da década de 1970. Seu estilo irreverente de interpretar - o improviso, a naturalidade que confunde personagem e atriz, a caricatura, o humor e o deboche - define o próprio temperamento do Asdrúbal.
Filha do ator e diretor Geraldo Casé e neta do radialista Ademar Casé, estuda no colégio de freiras Sacre-Couer de Marie, no Rio de Janeiro, onde tem suas primeiras incursões em teatro. Faz curso com Sergio Britto de 1970 a 1971. Em 1972, conhece Hamilton Vaz Pereira e fundam o Asdrúbal Trouxe o Trombone, do qual Hamilton é o diretor de todas as realizações. Destacam-se, em seu repertório, o espetáculo de estréia do grupo, adaptação de O Inspetor Geral, de Nikolai Gogol, 1974, em que Regina ganha o Prêmio Governador do Estado como atriz revelação, e a primeira peça de criação coletiva, Trate-me Leão, 1977, que lhe vale o Prêmio Molière de melhor atriz.
Atua ainda no Asdrúbal em Aquela Coisa Toda, texto final de Hamilton Vaz Pereira, 1980, e em A Farra da Terra, de Hamilton, 1983. No ano seguinte, o grupo encerra suas atividades.
Em carreira individual, volta aos palcos do Rio de Janeiro e São Paulo em 1988, no monólogo Nardja Zulpério, escrito e dirigido pelo parceiro Hamilton. Gradativamente, vai ganhando espaço na mídia, com participação em filmes, como Eu Te Amo, de Arnaldo Jabor, 1980; Corações a Mil, de Tom Job Azulay, 1982; Cinema Falado, de Caetano Veloso, 1986; e Eu, Tu, Eles, de Andrucha Waddington, 2000, primeiro trabalho no cinema como protagonista. Desenvolve carreira na televisão, atuando em novelas e, posteriormente, encabeçando os programas TV Pirata, 1988, Brasil Legal, 1997, e Muvuca, 1999.
Dona de um histrionismo particular, Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães, seu colega do Asdrúbal Trouxe o Trombone, representam uma safra especial de atores, que não são exclusivamente comediantes, mas têm no gênero suas maiores atuações. Sintetizando um estilo de interpretação baseado no improviso e em não temer a exposição ao ridículo, fazem da "espontaneidade" o grande recurso para atingir seu público.
Espetáculos 13
Fontes de pesquisa 7
- 20 PERGUNTAS para Regina Casé. Play Boy, Rio de Janeiro, n. 90, jan. 1983.
- CALDEIRA, Dulce. O retrato impossível da camaleoa. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 7 maio 1988.
- CASÉ, Regina. Rio de Janeiro: CEDOC / Funarte. Dossiê Personalidades Artes Cênicas.
- LACERDA, Marco Antônio de. Regina Casé, premiada intérprete de si mesma. O Globo, Rio de Janeiro, 10 out. 1978.
- MAFRA, Antônio. Regina Casé: uma atriz pirata. Visão, São Paulo, 2 nov. 1988.
- MARINHO, Flávio. Regina Casé, atriz de Trate-me leão: não sou nem quero ser uma estrela. O Globo, Rio de Janeiro, 20 jun. 1977.
- PACCE, Lilian. Regina Casé: sou uma camaleoa, não tenho personalidade. Desfile, São Paulo, n. 166, jul. 1983.
Como citar
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REGINA Casé.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa243002/regina-case. Acesso em: 02 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7