Vera Holtz
Texto
Biografia
Vera Lúcia Holtz (Tatuí SP 1952). Atriz. Intérprete versátil, com trânsito tanto em montagens convencionais quanto nas experiências de vanguarda, nas quais imprime sua vigorosa presença.
Após cursar a Escola de Arte Dramática (EAD), e a Escola de Teatro da Uni-Rio, além de outros cursos, Vera estreia profissionalmente em Rasga Coração, de Oduvaldo Vianna Filho, com direção de José Renato, em 1979. Dois anos após, integra o Grupo TAPA, ainda na fase carioca, com o qual realiza diversos espetáculos: O Anel e a Rosa, de Thakaray, 1981; Tempo Quente na Floresta Azul, de Orígenes Lessa, em 1983, e Caiu o Ministério, de França Jr., em 1985, encenações de Eduardo Tolentino de Araújo.
Em 1981, está em Na Terra do Pau Brasil, Nem Tudo Caminha, Viu?, ao lado de Ary Fontoura, exercitando sua face de comediante. No ano seguinte, apresenta-se no vaudeville E Agora, Hermínia, de Maugnier, direção de Bibi Ferreira. Nova oportunidade de comédia surge em 1983, com O Dia em Que Alfredo Virou a Mão, de João Bethencourt. Mesmo ano em que integra a produção Motivo Simples, de Celina Sodré. Diretora com quem volta aos palcos, em 1984, em Sem Sutiã, Uma Revista Feminina, também de Celina Sodré, em parceria com Fátima Valença.
Com muito destaque aparece, em 1985, em Theatro Musical Brazileiro - Partes I (1860/1914) e II (1914/1945), um roteiro de Luís Antônio Martinez Corrêa e Marshal Netherland sobre cenas e canções de peças do século passado. Em 1986, volta a trabalhar com o mesmo diretor em Mahagonny, de Bertolt Brecht, e integra um dos trabalhos mais radicais do encenador Gerald Thomas, Eletra Com Creta. Ópera Joyce, texto de Alcides Nogueira enfocando a vida e a obra do escritor irlandês a tem como estrela, sob a direção de Marcio Aurelio, em 1988, mesmo ano em que integra a equipe de Qualquer Nota, roteiro de Stella Miranda e Flávio Marinho, direção de Flávio Marinho. De volta ao formato musical, integra o elenco de Lamartine para Inglês Ver, roteiro e direção de Antônio de Bonis, em 1989. Atua em Amor Com Amor Se Paga, de França Jr., direção de Amir Haddad, em 1990. No ano seguinte, com Os Fodidos Privilegiados, sob a direção de Antônio Abujamra, destaca-se, mais uma vez, em Um Certo Hamlet, ganhando Prêmio Shell de melhor atriz. No mesmo ano, protagoniza uma controvertida versão de Phaedra, de Jean Racine, novo espetáculo da companhia de Antônio Abujamra, assim como a realização seguinte do diretor, O Retrato de Gertrude Stein Quando Homem, de Alcides Nogueira, em 1992. Na seqüência, participa da montagem de A Volta ao Lar, de Harold Pinter, direção de Luiz Arthur Nunes. Com o Bando de Teatro Olodum, numa montagem baiana, capitaneia a produção de Medeamaterial, encenação de Márcio Meirelles para o texto de Heiner Müller, em 1994. Com Pérola, texto e direção de Mauro Rasi, montado em 1995, arrebata os principais prêmios do Rio de Janeiro e São Paulo, num trabalho consagratório, que fica cinco anos em cartaz. Em 2001 volta aos palcos na montagem de Dias Felizes (Felizes Para Sempre), de Samuel Beckett, direção conjunta da dupla Adriano e Fernando Guimarães, com quem volta a trabalhar em 2002, em Não Ficamos Muito Tempo...Juntos, outra pesquisa sobre o universo de Beckett.
Vera Holtz atua assiduamente em novelas na TV Globo, tais como Que Rei Sou Eu, 1989; Vamp, 1991; Fera Ferida, 1993; O Fim do Mundo, 1996; A Muralha, 2000; Desejos de Mulher, 2002, e Mulheres Apaixonadas, 2003.
Numa análise do espetáculo Medeamaterial, o crítico Jefferson Del Rios observa: [...] Mas há o desempenho de Vera Holtz e a magia aparece. Inteiramente tomada pela personagem, criando com a voz e os gestos um clima de grandeza, ela instaura a força da tragédia grega. O que antes poderia ser mero efeito ou equívoco, atinge, finalmente, dimensões de cerimonial transcendente. Vera Holtz e os meninos atores e percussionistas do Olodum fazem a poesia do espetáculo".1
Notas
1. RIOS, Jefferson del. Vera Holtz revela a magia de Medea. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 05 nov. 1993. Caderno 2, p. 19.
Espetáculos 36
Fontes de pesquisa 6
- ESPETÁCULOS Teatrais. [Pesquisa realizada por Edélcio Mostaço]. Itaú Cultural, São Paulo, [20--]. 1 planilha de fichas técnicas de espetáculos. Não Catalogado
- GUZIK, Alberto. Uma Medéia que rouba a cena. Jornal da Tarde, São Paulo, s.d.
- HOLTZ, Vera. Acervo.
- PÉROLA. Direção Mauro Rasi. Rio de Janeiro, 1995. 1 folder. Programa do espetáculo, apresentado no Teatro Leblon em março de 1995.
- RIOS, Jefferson del. Vera Holtz revela a magia de Medea. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 05 nov. 1993. Caderno 2, p. 19.
- VERGUEIRO, Maria Alice. Maria Alice Vergueiro. São Paulo: [s.n.], s.d. Entrevista concedida a Rosy Farias, pesquisadora da Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. Não Catalogado
Como citar
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VERA Holtz.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa14183/vera-holtz. Acesso em: 05 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7