Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Música

Djavan

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 03.04.2021
27.01.1949 Brasil / Alagoas / Maceió
Djavan Caetano Viana (Maceió, Alagoas, 1949). Cantor, compositor, violonista e produtor musical. Suas canções são emblemas de trilhas sonoras de novelas, cujas letras remetem a imagens da natureza e a cores, aliadas a uma diversidade de ritmos.

Texto

Abrir módulo

Djavan Caetano Viana (Maceió, Alagoas, 1949). Cantor, compositor, violonista e produtor musical. Suas canções são emblemas de trilhas sonoras de novelas, cujas letras remetem a imagens da natureza e a cores, aliadas a uma diversidade de ritmos.

O despertar para a música ocorre por influência da mãe, uma lavadeira que enquanto trabalha entoa canções junto com outras colegas de trabalho. Em casa, a música é embalada por canções de artistas como Ângela Maria (1929-2018) e Dalva de Oliveira (1917-1972), e pelas referências de Jackson do Pandeiro (1919-1982) e Luiz Gonzaga (1912-1989).  

Antes de seguir carreira artística, envereda-se pelo futebol nos anos 1960. Nesse período, se apaixona pela coleção de discos do pai de um amigo. Isso possibilita o contato com diversas musicalidades. Aos 18 anos se apresenta com o primeiro conjunto musical, LSD (Luz, Som, Dimensão), e começa a compor canções próprias. Na tentativa de obter um lugar no mercado fonográfico, chega ao Rio de Janeiro aos 23 anos e atua como crooner em boates como Number One e 706. 

Sua entrada na Rede Globo acontece ao conhecer o produtor musical João Mello (1921-2010). Por meio desse contato, regrava canções para trilhas sonoras de novelas, tornando sua voz reconhecida nacionalmente. É o caso de “Alegre Menina”, composta por Dori Caymmi (1943) e Jorge Amado (1912-2001)

Entre 1972 e 1975 começa a compor inúmeras canções e consegue a segunda colocação no Festival Abertura da TV Globo com o samba “Fato Consumado” (1975). Grava seu primeiro LP, um disco de samba, A Voz, o Violão e a Música de Djavan (1976), produzido por Aloysio de Oliveira (1914-1995), que insere Djavan como revelação de sua época. As canções “Flor de Lis” e “Fato Consumado” se tornam grandes hits do artista. O uso de imagens da natureza na produção musical do artista se apresenta em “Flor de Lis”, como é possível ver com os versos “E o destino não quis/ Me ver como raiz/ De uma flor de lis”. A canção é a primeira de muitos sucessos no mercado musical norte-americano.

Com o sucesso, a gravadora EMI o contrata para o lançamento do segundo LP Djavan (1978), o qual coloca em destaque suas canções românticas, mas também de crítica social. “Cara de Índio”, “Serrado” e “Álibi”, esta última imortalizada na voz de Maria Bethânia (1946), são destaques do disco. Com “Serrado”, Djavan grava um videoclipe para o programa Fantástico. A crítica social é notada em “Cara de Índio”, como nos versos: “Nessa terra tudo dá/ não para o índio”.

Sua peculiaridade artística e o sucesso despontam em 1980, ano em que a canção “Meu bem Querer”, trilha sonora de três novelas da Rede Globo, lhe traz reconhecimento. A virada em sua carreira se dá com o disco Seduzir (1981), momento em que muda seu estilo utilizando as tranças no cabelo, monta a própria banda e passa a excursionar no Brasil e no exterior. 

Com o sucesso no exterior obtido com “Flor de Lis”, viaja a Los Angeles para gravar Luz (1982), com participação do cantor americano Stevie Wonder (1950) na faixa da canção “Samurai”. O disco Lilás (1984), gravado também em Los Angeles, proporciona ao artista uma duradoura turnê pelo Brasil e pelo mundo e marca sua “musicalidade colorida”.

Há sempre cor nas metáforas mobilizadas para a construção de suas narrativas poético-musicais, com uma diversidade de ritmos, sobretudo, populares. Djavan combina gêneros sul-americanos, europeus e africanos. “So Bashiya Ba Hlala Ekhaya” (1986) exemplifica os ritmos africanos, e “Andaluz” (1992) traz a referência da Europa moura. As cores estão presentes em músicas como “Lilás”, “Nem um Dia”, “Dores Gris” e “Açaí”. Em “Açaí”, o verso “Branca é a tez da manhã” confirmam as cores nas metáforas do artista, assim como nos versos de “Nem um Dia”: “O verde faz do azul com o amarelo/ O elo com todas as cores/ Pra enfeitar amores gris”.

Já consagrado tanto no país quanto internacionalmente, em 1989 lança a canção “Oceano”, seguindo na perspectiva de trabalhar imagens da natureza e as cores, numa levada romântica. Como bem sugere a letra, “Vem me fazer feliz porque eu te amo/ Você deságua em mim, e eu, oceano”.

Ao longo da década de 1990, as referências das músicas populares brasileiras e estrangeiras, como o soul norte-americano, são misturadas às influências do flamenco espanhol e da música africana. No mesmo período, passa a ganhar mais autonomia em sua produção, como no álbum Novena (1994), que ele próprio produz e faz os arranjos. 

No começo dos anos 2000, torna-se empresário com a gravadora Luanda Records. Em 2010, no álbum Ária, compõe pela primeira vez um trabalho essencialmente com canções de outros artistas. Sua trajetória musical de mais de 40 anos lhe rende em 2015 o Prêmio à Excelência Musical, uma homenagem pelo Grammy Latino. No mesmo ano, a canção “Vidas Pra Contar” traz ao artista o terceiro Grammy Latino. O álbum Vesúvio (2018), apresenta uma linguagem mais pop, mas as referências à natureza e o tom romântico permanecem.

Djavan é um artista que sempre se reinventa, mas sem perder a identidade. Sua “musicalidade colorida”, mesmo quando entoa a dor de uma paixão perdida, nunca está oculta. A presença na trilha sonora de diversas novelas do país deixa seu nome registrado como um dos ícones da MPB.

Obras 1

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 5

Abrir módulo

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: