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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Cacilda!

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 18.03.2024
29.10.1998 Brasil / São Paulo / São Paulo – Teatro Oficina
Tomando a vida pessoal e artística da atriz Cacilda Becker (1921-1969), José Celso Martinez Corrêa (1937) idealiza este espetáculo que é a própria história do teatro brasileiro pelo ângulo dionisíaco e delirante do encenador.

Texto

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Tomando a vida pessoal e artística da atriz Cacilda Becker (1921-1969), José Celso Martinez Corrêa (1937) idealiza este espetáculo que é a própria história do teatro brasileiro pelo ângulo dionisíaco e delirante do encenador.

De origem humilde, lutando contra sérias dificuldades de sobrevivência, Cacilda torna-se a primeira atriz do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) ao longo dos anos 1950, encarnando um mito ainda em vida. Em 1969, vivendo a personagem Estragon, de Esperando Godot, de Samuel Beckett, é acometida por um aneurisma cerebral em cena, e vem a falecer, ainda no auge de sua carreira.

Na realização do Teatro Oficina, Cacilda é tomada por ópticas diversas, através do entrecruzamento de episódios de sua vida pessoal, das personagens que representou, dos mitos que encarnou ou ajudou a criar na mente do público. Seu perfil humano é largamente explorado, assim como os momentos históricos que exigiram sua tomada de posição.

Iniciando com uma cena profética passada no Hades, onde Perséfone profetiza a permanente renovação sobre a Terra, a vida da artista é tomada como um desdobramento desse augúrio. A escritura cênica desdobra fatos, pessoas, personagens, situações, entrelaçando, num fluxo de discurso, os momentos de júbilo do mito; levando o espectador a experimentá-lo e a desejá-lo. Bete Coelho (1962) encarna a personagem com garra e verdadeira entrega emocional, depois substituída com igual dedicação por Leona Cavalli (1970), contagiando um grande elenco que destaca Ligia Cortez, Giulia Gam, Iara Jamra, Mika Lins, Ariel Borghi, Fransérgio Araújo. A encenação de José Celso Martinez Corrêa é grandiosa, ocupando todo o espaço cênico.

Sobre a montagem, destaca a crítica Mariangela Alves de Lima (1947): "A personagem, em contraste com artistas menores, resiste a tentações. Há a tentação do casamento, da vaidade, da prosperidade e do repouso. Todas indicadas com muita sutileza, às vezes por imagens sugeridas fora do texto, para que se configure a espessura do mundo do qual é preciso desprender-se. Não há lições de moral, mas uma empatia tão grande com esse espírito exaltado e livre da protagonista, que somos conduzidos, por meio dela, a um desprendimento e a uma aventura maior do que as que poderiam proporcionar as tentações vencidas. Mesclando à biografia da atriz Cacilda Becker as suas reflexões sobre a arte e as falas das personagens que representou, a peça não se restringe ao ânimo singular de uma intérprete desmedidamente talentosa. Torna essa figura o emblema de uma força coletiva cujo ponto de partida remoto é o mito". [1]

 

Notas

1. LIMA, Mariangela Alves de. Oficina invoca Cacilda em tempo de desesperança. O Estado de S. PauloSão Paulo, 21 nov. 1998. Caderno 2, p. 3.

Ficha Técnica

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Autoria
José Celso Martinez Corrêa (Prêmio Shell e APCA - Melhor Autor)

Direção
José Celso Martinez Corrêa (Prêmio Shell e APCA - Melhor Diretor)

Direção artística
Laura Vinci

Direção de cena
Elisete Jeremias

Cenografia
Laura Vinci

Cenografia (assistente)
Flavia Yue
Juliana Rosso
Laura Andreato
Moira Dias de Guerra
Sofia Geyzymki

Cenotécnica
Franklin Araújo

Adereço
Domingos Varella
João Carvalho
Rosana Martinelli

Mídia em cena
Fábio Itapura
Gisela Domschke
Gustavo Abreu
Luciana Domschke
Maurício Medeiros Shirakawa
Pedro Delyra
Tommy Ferrari

Figurino
Andréa Canton
Bete Coelho
Caio da Rocha
Lino Villaventura
Sandra Bodick
Sérgio Figueiredo

Figurino (assistente)
Fernanda Martins Vaz
Yuli Feisthauer

Iluminação
Alessandra Souto
Cibele Forjaz (Prêmio APCA - Melhor Iluminação)

Maquiagem
Aldeir Campos
Ana Thomaz

Direção musical
Marcelo Pellegrini
Ricardo Cutz

Sonoplastia
Fioravante Almeida
Ricardo Cutz

Música
Ana Simões
André Boll
Azeitona
Bruno Bontempi
Duda Martins
Fernando de Barros
Marcelo Boffa
Naomy Schölling
Rogério Pedroso
Samuel Pompeu
Selma Boragian

Preparação corporal
Cris Cibilis
Renée Gumiel

Preparação de atores
Ron Daniels

Preparação vocal
Teco

Elenco
Ariel Borghi / Coro, Bombeiro O'Hara, Jornalista, Linha de Tiro, Flávio de Carvalho, Cecil Filho dos "6 Personagens"
Bete Coelho / Cacilda!, Múmia-Persefone, Cacilda Estragon, Cacildinha, Cacilda Pega-Fogo, Cacilda Bailarina, Cacilda TCB, Cacilda Polly, Cacilda Margarida, Cacilda Maria Stuart (Prêmios Shell, APCA e APETESP - Melhor Atriz)
Camila Mota / Coro, Voz Guia, Jornalista, Cantora do Templo Protestante, Linha de Tiro, Ronaldinho, Billie Holliday, Clara, Daniela Thomaz, Jack - O Estripador, Motoboy, Mídia Off AI-5
Fernando Coimbra / Coro, Flávio Rangel, O Anjo, Médico, Seu Lincoln, Bóris Kaufman, Estivador, Gerald Thomaz, Lulu - Luís Antonio Martinez Corrêa
Flávio Rocha / Coro, Cuca Menino de Godot, Porteiro Cuca, Avô Pedro, Menino Rizzo, Diretor Bixiguento, Rizzo Cuca Treplev, Treplev
Fransérgio Araújo / Deus da Morte, Coro, O Diabo, Médico, Pastor Bochers, O Touro Zebu, Soldado da Linha de Tiro, Venâncio, Chet Baker, Raul Roulien, Robespierre
Giulia Gam / Cacilda NY, Cacilda Mary Tirone, Cacilda Arkadina, Cacilda Maria Stuart, Cacilda Margarida, Godot
Iara Jamra / Dirce, Dirce Menina, Dirce Antigone Existencialista, Dirce Floripes (Prêmio APETESP - Melhor Atriz Coadjuvante)
José Celso Martinez Corrêa / Robespierre, Zimba Tyrone
Ligia Cortez / Múmia-Demeterra, Cacilda Brízida Vaz, Dona Alzira, Cacilda Ketty Duval, Lélia Mãe Coragem, Tônia Lucy, Madame Morineau, Dona Alzira, Ana Kennedy (Prêmio Mambembe - Melhor Atriz Coadjuvante)
Marcelo Drummond / Deus das Contacenações, Walmor Wladimir, Seu Iáconis, Tio João, Miroel da Silveira, Walmor Edmund, Walmor Armando
Mika Lins / Cleyde, Cleyde Menina, Cleyde Caroba, Cleyde Rainha Elizabeth
Odara Carvalho / Coro, Cacilda Menina da Amarelinha, Linha de Tiro, Ronaldinho, Mar de Santos, Cacilda Cabrita Bebê
Patrícia Winceski / Coro, Cacilda Bi-atriz Dama das Camélias, Atriz Monja, Tia Noemi, Mar de Santos, Professora Oraida, Repórter Nicanor, Nina Jovem Atriz Silvinha
Renée Gumiel / Dona Ofélia, Cacilda em Coma
Rosana Martinelli / Coro, Linha de Tiro, Mar de Santos
Sylvia Prado / Coro, Cacilda Lúcia, Jornalista, Irmã de Criação, Avó Maria, Mar de Santos, Namorada do Venâncio, Repórter Romântica, Janis Joplin, Solange, Dulcina
Theo Solnik / Piano, Maestro Erothides de Campos, Professor Lóssio

Direção de produção
Bete Coelho
Marcelo Drummond

Produção
Lígia Feliciano
Xicão Alves

Produção executiva
Betty Antunes
Cláudia Odorissio
Lilian Santiago

Produção (assistente)
Aline Soares
Camila Groch
Fábio Zavala
Fernanda Diamant
Fernando Augusto
Fernando Jorge
Henrique Mariano
Moira Dias de Guerra
Roberta Koyama

Fotografia
Lenise Pinheiro

Contrarregra
Rodrigo Dornelas

Técnico de palco
Yves Cristian

Camareira
Cláudia Odorissio
Divina Elisete
Silvana Funchal

Pesquisa
Pedro Delyra

Música original
Bira Marques
Celso Sim
José Celso Martinez Corrêa
José Miguel Wisnik
Marcelo Pellegrini
Pepê da Mata Machado
Ricardo Cutz

Design gráfico
Gabriel Zellmeister
Lenise Pinheiro
Luiz Fernando Ramos

Produção musical
Marcelo Pellegrini
Ricardo Cutz

Fontes de pesquisa 4

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  • CACILDA!. São Paulo: Teatro Oficina Uzyna Uzona, [1998]. 1 programa do espetáculo realizado no Teatro Oficina.
  • GONÇALVES FILHO, Antônio. 'Cacilda!' propõe um novo teatro, o da liberdade total. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 21 nov. 1998. Caderno 2, p. 3.
  • LIMA, Mariângela Alves de. Oficina invoca Cacilda em tempo de desesperança. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 21 nov. 1998. Caderno 2, p. 3.
  • NÉSPOLI, Beth. Zé Celso incorpora todos os teatros em 'Cacilda!'. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 21 nov. 1998. Caderno 2, p. 3.

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