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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Laura Vinci

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 06.08.2024
1962 Brasil / São Paulo / São Paulo
Registro fotográfico Nelson Kon

Mona Lisa, 2001
Laura Vinci
Água e resistência elétrica

Maria Laura Vinci de Moraes (São Paulo, São Paulo, 1962). Escultora, artista intermídia, pintora, desenhista e gravadora. Forma-se em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, em 1987. No início, dedica-se à pintura, em seguida desenvolve obras tridimensionais de metal e pedra. Começa a criar instalações, como ...

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Maria Laura Vinci de Moraes (São Paulo, São Paulo, 1962). Escultora, artista intermídia, pintora, desenhista e gravadora. Forma-se em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, em 1987. No início, dedica-se à pintura, em seguida desenvolve obras tridimensionais de metal e pedra. Começa a criar instalações, como o trabalho apresentado no evento Arte Cidade: A Cidade e Suas Histórias, em 1997. Realiza a cenografia da peça Cacilda!, dirigida por José Celso Martinez Corrêa (1937), no Teatro Oficina, em São Paulo, em 1998. Desde 2000, ministra cursos livres de pintura e escultura e participa de workshops em várias instituições culturais de São Paulo, como o Instituto Tomie Ohtake. Conclui, em 2000, o mestrado em artes plásticas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Participa do Projeto Residência Externa-Sertões/Teatro Oficina, com direção de José Celso Martinez Corrêa, coordenando as oficinas de cenário, figurino e direção de arte, entre 2000 e 2001. Em 2003, é publicado o livro Laura Vinci, pela Edusp. Com o The South Project, faz residência na Escola de Belas Artes da Universidade RMIT, em Melbourne, Austrália, em 2005.

Análise

Laura Vinci dedica-se inicialmente à pintura. Em 1987, faz pinturas espessas, sem molduras ou chassis. Nessas telas cria sulcos irregulares, verticais e um pouco inclinados em relação às bordas. Como aponta o crítico Alberto Tassinari, com base nesses trabalhos Laura Vinci desenvolve as esculturas. O primeiro conjunto delas é formado por hastes de ferro e de outros materiais. Crispadas e ásperas, com formato irregular, cortam o espaço verticalmente e aproximam-se da visualidade presente em suas pinturas. Já nas esculturas pretas, realizadas em 1994, o chão torna-se o espaço principal para as obras. As peças são lisas, com ondulação suave. O conjunto tende a um aspecto gráfico e as esculturas aproximam-se de riscos ou traços no solo.

Em 1997, Laura Vinci produz uma instalação no evento Arte/Cidade 3, na qual dispõe, em um edifício abandonado em São Paulo, um monte de areia finíssima. Por meio de um orifício na laje, a areia escorre para o pavimento inferior. Trata-se de um trabalho que alude à passagem do tempo, à idéia de ampulheta e à erosão das coisas, associada também à percepção de um fluxo regido pelas condições naturais, como a umidade e o vento, e leva a refletir sobre o tempo regido pelos ciclos da natureza.

Como aponta o historiador da arte Rodrigo Naves, em instalação feita pela artista, em 2000, no Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma), a proximidade entre os elementos parece estreitar-se ainda mais. Em meio a colunas de uma grande sala, ela coloca uma espessa camada de pó de mármore e deposita peças também de mármore, esculpidas em formas orgânicas. Cria-se entre os volumes e o pó uma aproximação pela cor e pelo material. A obra apresenta um jogo entre o sólido e o arenoso, entre o formalizado e o informe, que remete às obras de Constanti Brancusi (1876-1957) e de Michelangelo Buonarroti (1475-1564).

Em Estados, 2003, apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo, Laura Vinci ocupa os pavimentos do edifício com instalações. No subsolo, serpentinas de refrigeração formam palavras congeladas, que compõem um poema escrito pela artista. No vão central do prédio, são colocadas bacias de vidro transparente, algumas vazias e outras contendo água. Resistências elétricas envoltas por tubos de cobres ligam entre si as bacias com água e ascendem por todo o espaço do edifício. Ao mesmo tempo, a água aquecida pelas resistências evapora e refaz o trajeto dos tubos de cobre. Para Rodrigo Naves, as passagens, mudanças de estado, metamorfoses dos elementos e transições tornaram-se a marca distintiva dos últimos trabalhos da artista.

Obras 10

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Registro fotográfico Nelson Kon

Bacias

Vidro, água e mercúrio
Registro fotográfico Nelson Kon

Bacias

Vidro, água e mercúrio
Registro fotográfico Nelson Kon

Címbalos

Latão, água, mercúrio e vidro
Registro fotográfico Nelson Kon

Címbalos

Ferro prateado, vidro, imã e água
Registro fotográfico Nelson Kon

Estados

Água e resistência elétrica

Espetáculos 5

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Exposições 156

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Exposições virtuais 1

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Mídias (1)

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Laura Vinci - Enciclopédia Itaú Cultural
A passagem e a transitoriedade do tempo e as mudanças de estado da matéria são características presentes nas esculturas e instalações da paulistana Laura Vinci desde 1998. “São temas constantes, embora eu use materiais diferentes e tente pensar essas questões de maneira diversa”, afirma a artista. Essa recorrência, acredita, está ligada a um desejo de refletir sobre a existência e, de certa maneira, também sobre a arte contemporânea. Com essa intenção, Laura ocupa espaços de grandes dimensões com instalações que emulam, por exemplo, uma ampulheta gigante, compostas de areia, vidro e pedra –matérias-primas que se conectam por sua natureza. “[Depois da areia] utilizei muito vidro, que na verdade é pura areia. Em seguida, veio a pedra, que um dia será areia…”. As criações de Laura também se relacionam com a história da arte, em referências à tradição da escultura e a mestres como Paul Cézanne e Leonardo da Vinci.

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Carolina Fomin (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 11

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  • AFINIDADES II - Elas! Curitiba: Museu Oscar Niemeyer, 2022. Disponível em: https://www.museuoscarniemeyer.org.br/exposicoes/afinidades2. Exposição realizada no período de 26 out. 2022 a 28 mai. 2023. Acesso em: 19 mai. 2023.
  • ALVES Jr., Dirceu. O Jardim. Veja São Paulo, 2011. Disponível em: < http://vejasp.abril.com.br/teatro/o-jardim>. Acesso em :18 ago. 2011.
  • CACILDA!. São Paulo: Teatro Oficina Uzyna Uzona, [1998]. 1 programa do espetáculo realizado no Teatro Oficina.
  • O BAILADO do Deus Morto. São Paulo: Teatro Oficina Uzyna Uzona, [2020]. 1 programa do espetáculo realizado no Teatro Oficina Uzyna Uzona.
  • SALÃO PAULISTA DE ARTE CONTEMPORÂNEA, 5., 1987, São Paulo, SP. 5º Salão Paulista de Arte Contemporânea. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1987.
  • SALÃO PAULISTA DE ARTE CONTEMPORÂNEA, 6. , 1988, São Paulo. 6º Salão Paulista de Arte Contemporânea. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1988.
  • SEIS agosto. Sao Paulo: MAC/USP, 1987.
  • VINCI, Laura. Estados. Curadoria Marcello Dantas; versão em inglês Anthony Doyle. São Paulo: Centro Cultural Banco do Brasil, 2002. 1 folha dobrada.
  • VINCI, Laura. Laura Vinci. São Paulo: Edusp. 2003.
  • VINCI, Laura. Laura Vinci. Tradução Mary Elisabeth Wynn Jonef. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1995.
  • VINCI, Laura. Laura Vinci. Tradução Stephen Berg. São Paulo: Galeria Camargo Vilaça, 1994.

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