Martinho de Haro
![Casarão, s.d. [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/001817015013.jpg)
Casarão
Martinho de Haro
Óleo sobre tela, c.i.e.
43,50 cm x 61,00 cm
Texto
Martinho de Haro (São Joaquim, Santa Catarina, 1907 – Florianópolis, Santa Catarina, 1985). Pintor, desenhista e muralista. Inicia-se na pintura em Lages, Santa Catarina, em 1920. Em 1926, expõe individualmente pela primeira vez no Conselho Municipal de Florianópolis. Entre 1927 a 1937, estuda como bolsista do governo catarinense na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Na instituição, tem aulas com os pintores Henrique Cavalleiro (1892-1975) e Rodolfo Chambelland (1879-1967). Em 1930, trabalha como auxiliar do pintor João Timótheo da Costa (1879-1932), na decoração da Igreja de Nossa Senhora da Pompéia. Entre 1930 e 1935, trabalha com o artista Eliseu Visconti (1866-1944) na execução do panô do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 1931, participa do Salão Nacional de Belas Artes, organizado pelo arquiteto Lucio Costa (1902-1998). Em 1938, embarca para França, onde estuda com Othon Friesz (1879-1949) na Académie de La Grande Chaumière, em Paris. Em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, Martinho de Haro retorna à São Joaquim. Permanece na cidade natal até 1944, ano em que se muda para Florianópolis, cidade onde mora até o falecimento, em 1985.
Análise
Martinho de Haro dedica-se à pintura. Na década de 1930, vive no Rio de Janeiro e participa de exposições na capital carioca. Do ponto de vista temático, sua obra na época registra cenas cotidianas de cidades do interior, com sanfoneiros, peões e camponeses. Em 1937, recebe o prêmio de viagem ao exterior pela tela Rodeio. Sobre esse período, o crítico de arte Walmir Ayala (1933-1991) observa que, se tematicamente Martinho de Haro ainda se prende às lembranças da comunidade natal, na forma e na concepção do desenho coloca-se em sintonia com os cânones do modernismo. Haro busca liberdade formal equilibrada com conhecimento técnico aproximando-se da linguagem ingênua, em confronto com intenções academizantes.
O artista também trabalha com outros gêneros: paisagem, natureza-morta, retrato, autorretrato e motivos religiosos, preservando linguagem plástica própria e reconhecível. Nos anos de 1940, a produção de retratos ganha força: Retrato de Rodrigo (1944), Menina (1944) e Retrato de Maria (1948) são alguns exemplos do período. Na década de 1950, começam a se impor as paisagens, parte mais rica da produção de Martinho de Haro. Inspirando-se em vistas de Santa Catarina, produz telas como Paisagem de São José (1954) e Panorama de Florianópolis (1975). Segundo Ayala, nas naturezas-mortas executadas pelo artista, como Vaso com Flores (1976), há um sentimento de aceitação do rito doméstico, cujo repertório registra a fragilidade e a origem primitiva do núcleo familiar.
Obras 17
Alfândega e Barcos
Aquedutos de São Miguel
Boi de Mamão
Casarão
Casario
Exposições 22
Fontes de pesquisa 1
- AYALA, Walmir. Martinho de Haro. Rio de Janeiro: L. Christiano, 1986.
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
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MARTINHO de Haro.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa9945/martinho-de-haro. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7