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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

José Spaniol

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 26.09.2018
1960 Brasil / Rio Grande do Sul / São Luiz Gonzaga
Reprodução fotográfica Sérgio Guerini

Sem Título, 1999
José Spaniol
Cerâmica, livros e cabo de aço
Acervo Fundação Itaú

José Paiani Spaniol (São Luiz Gonzaga RS 1960). Pintor, desenhista, gravador, escultor e professor. Entre 1978 e 1983, cursa artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, e tem aulas de gravura com Evandro Carlos Jardim (1935). Paralelamente, freqüenta cursos de modelo-vivo e pintura de paisagem na Pinacoteca do Esta...

Texto

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Biografia

José Paiani Spaniol (São Luiz Gonzaga RS 1960). Pintor, desenhista, gravador, escultor e professor. Entre 1978 e 1983, cursa artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, e tem aulas de gravura com Evandro Carlos Jardim (1935). Paralelamente, freqüenta cursos de modelo-vivo e pintura de paisagem na Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp). Nesta instituição, em 1985 e 1986, orienta oficinas de pintura e gravura. Em 1988 e 1989, é professor de artes plásticas na Faap. Realiza a mostra individual Pinturas e Objetos, em 1989, na Pesp. Vive em Colônia, Alemanha, entre 1990 e 1993, como bolsista do Deutscher Akademischer Austauch Dienst - DAAD [Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico]. Em 2003, com Marco Giannotti (1966), Mário Ramiro (1957) e Osmar Pinheiro (1950-2006), cria o espaço de ensino e pesquisa em arte Oficina Virgílio, em São Paulo. No mesmo ano, faz exposição individual no Museu Alfredo Andersen, em Curitiba.

Análise

No final da década de 1980, José Spaniol realiza uma série de pinturas abstratas em que utiliza tintas bastante diluídas sobre um suporte constituído por ripas de madeira (sarrafos), justapostas vertical ou horizontalmente. Dessa forma, permite que a madeira, com seu padrão de texturas e cor, também passe a ser parte integrante da obra, discutindo questões relacionadas ao suporte e à superfície da pintura.

Como nota o crítico Alberto Tassinari, Spaniol, ainda em sua produção inicial, parte de referências a objetos cotidianos, como portões, balões ou cartazes de rua, e estabelece uma troca entre a função utilitária e a poética, como nos cartazes de rua (Sem Título, 1994), em que, em oposição ao aspecto comercial e público, os textos trazem narrativas líricas ou relatos de caráter pessoal.

Destaca-se também a relação que Spaniol estabelece com a arquitetura e os locais expositivos, como em Mirante (1997), exposto no evento Arte/Cidade 3. O artista apresenta uma construção com quatro paredes de taipa, dispostas em uma planta quadrada, que permite o acesso ao interior através de frestas em cada um de seus cantos. Essa edificação não possui teto e as paredes têm apenas a função de dividir o espaço, o interior do exterior. Segundo Tassinari, vista de fora, a construção apresenta o aspecto de um volume cúbico; já o espaço interior, delimitado pelas paredes, enfatiza a visão do céu aberto e da própria paisagem vista através das frestas. O Mirante de José Spaniol não se situa em um local elevado, mas em uma paisagem plana. O artista cria um espaço geométrico que tem um caráter lírico, mas também irônico.

Em trabalho exposto em 2001, Spaniol produz objetos de cerâmica que remetem a formas conhecidas, mas que não podem ser identificadas. Os volumes, pintados com cores puras, fazem alusão à diversidade de cores da arquitetura brasileira, em especial aquelas dos casarios de cidades interioranas.

Obras 2

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título

Objeto, afresco, estrutura, ferro e arame
Reprodução fotográfica Sérgio Guerini

Sem Título

Cerâmica, livros e cabo de aço

Exposições 113

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Mídias (1)

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José Spaniol - Enciclopédia Itaú Cultural
José Spaniol começa sua carreira nos anos 1980 realizando pintura e gravura. Aos poucos, ele troca a tela por estruturas de madeira que recebem camadas de tinta. “Queria um suporte no qual já pudesse tratar de questões compositivas”, diz ele, que, posteriormente, investe em afrescos, paredes soltas que se movem pelo espaço expositivo. “O suporte foi ganhando importância e volume. Então, quando fui a Alemanha, comecei a trabalhar com escultura porque o plano ganhou cada vez mais volume”, conta. Ao mesmo tempo, suas obras e instalações passam a ser feitas em grandes formatos. “Quando você coloca a peça no lugar é que sente o fôlego que ela tem e o que significa”, completa. Para Spaniol, a relação do público com a peça é também física e sensorial, mas não necessariamente “interativa”. “É necessário um observador em movimento para se realizar uma experiência estética, mas isso não é necessariamente ‘interagir’”.

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Carolina Fomin (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 17

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  • ARTE/CIDADE 3 : a cidade e suas histórias. Textos Lorenzo Mammì, Nelson Brissac Peixoto. São Paulo: Marca D'Água, 1997. 124 p., il. p&b, color.
  • BERNARDES, Maria Helena (coord.). Remetente. Textos Elaine Tedesco; Ana Flávia Baldisserotto, Jailton Moreira. Porto Alegre: s.n., 1998.
  • COSTA, Rogério da (org.). Ana Miguel, Herman Tacasey, José Spaniol, Leila Reinert, Muti Randolph e Sônia Guggisberg. Fotografia Romulo Fialdini. São Paulo: Galeria de Arte São Paulo, 1997.
  • GRAVURA paulista. Curadoria Evandro Carlos Jardim. São Paulo: Galeria de Arte São Paulo, 1995.
  • IMPRESSÕES paulistas. São Paulo: Galeria SESC Paulista, 1987.
  • JOSÉ Spaniol: pinturas e objetos. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1989.
  • LAGNADO, Lisette; DI GIORGI, Beati. Exposição no MAC: na ribeira do pós-moderno. Arte em São Paulo, n. 37, p. 21-23, jul. /ago. 1986.
  • MACUNAÍMA 89. Rio de Janeiro: Funart / Instituto Nacional de Artes Plásticas, 1989. 104 p., il. p&b.
  • O LÁPIS E O PAPEL. Texto Kátia Canton. São Paulo: Galeria Nara Roesler, 2000. 24 p., il. color.
  • PAISAGENS. Tradução Izabel Murat Burbridge. São Paulo: Galeria São Paulo, 1994.
  • PECCININI, Daisy. Pintura no Brasil: um olhar no século XX. São Paulo : Nobel, 2002. 153 p., il. color.
  • REDE de tensão: Bienal 50 anos. Curadoria Vitória Daniela Bousso, Maria Alice Milliet, Marili Brandão; tradução Izabel Murat Burbridge, John Norman. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 2001. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name3041d4/1.
  • SALÃO PAULISTA DE ARTE CONTEMPORÂNEA, 5., 1987, São Paulo, SP. 5º Salão Paulista de Arte Contemporânea. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1987.
  • SEIS agosto. Sao Paulo: MAC/USP, 1987.
  • SEIS agosto. Sao Paulo: MAC/USP, 1987.
  • SPANIOL, José Paiani. Notas de um Processo de Trabalho. 2003. Dissertação (Mestrado em Artes Plásticas) - Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2003.
  • SPANIOL, José. José Spaniol. Texto Alberto Tassinari. São Paulo: Galeria Nara Roesler, 2002. 16 p., il. color.

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