Aldir Mendes de Souza
![Cafezais, 1970 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/000080007019.jpg)
Cafezais, 1970
Aldir Mendes de Souza
Óleo sobre tela
150,00 cm x 200,00 cm
Texto
Biografia
Aldir Mendes de Souza (São Paulo, São Paulo, 1941 - idem, 2007). Pintor, desenhista, escultor e gravador. Forma-se pela Escola Paulista de Medicina (EPM) em 1964, especializando-se em cirurgia plástica. Autodidata em pintura, começa a expor no início da década de 1960, desenvolvendo paralelamente as carreiras de médico e de artista. Defende sua tese de doutorado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP), em 1966. A partir de 1969, o cafeeiro e o cafezal tornam-se assuntos constantes em sua produção. Nos anos 1970, realiza pinturas que fazem referências à cidade se expandindo em direção ao campo. Nessa mesma década, atua como roteirista e diretor de cinema, realizando curtas, médias e longa-metragens.
Em 1992, Souza comemora 30 anos de pintura com exposição no Paço das Artes, em São Paulo. No mesmo ano, na Itália, publica Geometrie Parlanti [Geometrias Falantes], livro sobre sua obra que conta com textos de críticos italianos e com um poema de Haroldo de Campos (1929-2003), escrito com base na obra de Souza especialmente para essa publicação. Desde o início da década de 1980 são lançados vários livros que analisam sua trajetória artística, como Aldir - Obsessão pela Cor, da autoria dos críticos Frederico Morais e Olívio Tavares de Araújo.
Análise
Aldir Mendes de Souza inicia sua carreira artística nos anos 1960. Realiza performances e obras em técnica mista próximas do universo da ficção científica, como Tragédia Espacial (1966). Na década de 1970, faz trabalhos com chapas e filmes para raio-X e em termografia, como Mulher em Termografia (1973), nos quais se nota a influência de sua atuação como médico. Ao mesmo tempo, os temas do cafezal e da relação entre campo e cidade aparecem em sua produção. Essas pinturas apresentam, num primeiro momento, uma vocação descritiva, como na tela Cafezal (1962). Aos poucos, porém, o tema do cafezal passa a ser tratado de um modo cada vez mais abstrato, como em Cidade Campo (1982).
Ao comentar a obra de Aldir Mendes de Souza, o crítico Frederico Morais nota que, a partir dos anos 1970, a geometria toma o lugar do tema. E também pondera que, apesar da diferença de tratamento formal, a pintura de Souza sugere aproximações com as obras de Arcangelo Ianelli (1922-2009) e Alfredo Volpi (1896-1988) no que tange à preocupação com a cor num contexto geométrico. Como nota o historiador da arte Renato Brolezzi, a produção do artista ao longo do tempo procura a resposta para uma questão básica - a de como compreender e traduzir plasticamente o espaço. A geometria, principalmente com o uso de retângulos em perspectiva, torna-se predominante em sua obra. A partir do fim da década de 1980, Souza produz trabalhos de pintura em concreto e propõe telas exibidas na horizontal, dispostas no chão, que possibilitam um diferente ângulo de visão ao espectador.
Obras 13
Cafezais
Cafezal Vento
Geometria da Terra nº 11
Geometria nº 56
Pintura para Pisar nº 1
Exposições 171
Links relacionados 1
Fontes de pesquisa 23
- 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
- 18 Contemporâneos. São Paulo: Dan Galeria, 1987.
- ARTE APLICADA. Críticos x artistas: catálogo. São Paulo, 1983.
- BEUTTENMÜLLER, Alberto. Volpi, Ianelli e Aldir: 3 coloristas. São Paulo: IOB, 1989.
- CAMPOS, Haroldo; TRUFELLI, Mario. Geometrie parlanti. Salerno: La Seggiola, 1991.
- DAN GALERIA. Aldir: perspectivas: catálogo. São Paulo, 1986.
- DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
- GALERIA FUNARTE. Aldir Mendes de Souza: pinturas: catálogo. Rio de Janeiro, 1979.
- GALERIA SETA. Aldir Mendes de Souza: apreciações críticas 1966-1976. São Paulo, 1976.
- LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
- MOSTRA do acervo. São Paulo: Sudameris Galleria, 1996. SPsuda 1996/m
- PAÇO DAS ARTES. Aldir: 30 anos de pintura: catálogo. São Paulo, 1992.
- POETAS do espaço e da cor. Curadoria Sabina de Libman; texto Edla van Steen; tradução K. C. S. Sotelino. São Paulo: Galeria Arte Aplicada, 1997. 124 p.
- POETAS do espaço e da cor. Curadoria Sabina de Libman; texto Edla van Steen; tradução K. C. S. Sotelino. São Paulo: Galeria Arte Aplicada, 1997. 124 p.
- R700.981 A636 Anuário Brasileiro de Artes Plásticas : 2003/04 consulte 2003/04. -- São Paulo : Roma v. 2 Internacional, 2003. 196 p. : il. p&b color. ISBN 85-87729-02-0. Anuário Brasileiro de Artes Plásticas: 2003/04 v.2
- SOUZA, Aldir Mendes de. Aldir - Obsessão pela cor. Texto Renato Brolezzi. São Paulo, Cultural Blue Life, 2003 (folheto).
- SOUZA, Aldir Mendes de. Aldir. São Paulo Galeria Paulo Prado, 1981.
- SOUZA, Aldir Mendes de. Aldir: 40 anos de pintura (1962-2002). São Paulo : Museu de Arte de São Paulo, 2002.
- SOUZA, Aldir Mendes de. Aldir: obsessão pela cor. Texto de Frederico Morais, Olívio Tavares de Araújo; prefácio de Edla Van Steen. São Paulo: D&Z, 2003. 100 p., il. color.
- SOUZA, Aldir Mendes de. Disponível em: http://www.aldir.com.br.
- SOUZA, Aldir Mendes de. Geo/metria. São Paulo: Galeria Alberto Bonfiglioli, 1985.
- SOUZA, Aldir Mendes de. Pinturas para pisar. Apresentação Aldir Mendes de Souza. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2001. 12 p., il., color.
- VOLPI: permanência e matriz, 7 artistas de Sao Paulo. São Paulo: Montesanti Galleria, 1986.
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
-
ALDIR Mendes de Souza.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa7476/aldir-mendes-de-souza. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7