Romulo Fernando Fialdini (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1947). Fotógrafo. Autodidata, inicia a carreira profissional em 1970, como assistente do fotógrafo Luiz S. Hossaka (1928-2009), no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Permanece na instituição até 1974, onde produz imagens para catálogos, livros de Pietro Maria Bardi (1900-1999) e para o arquivo de documentos de Lina Bo Bardi (1914-1992). A partir dessa data, trabalha como freelancer nas áreas editorial e de publicidade, tornando-se especialista no campo de reproduções de obras de arte. Publica fotos nas principais revistas do Brasil e em livros de artistas como Sérgio Camargo (1930-1990) e Iberê Camargo (1914-1994). Paralelamente, desenvolve ensaios em preto-e-branco enfocando a arquitetura e a paisagem urbana de metrópoles como São Paulo, Nova York, Chicago e Montevidéu. Participa das exposições coletivas Fotografia nos Anos 70, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), em 1985, e Retratos do Brasil, dez anos depois, no Mês Internacional de Fotografia de São Paulo. Entre as mostras individuais, destaca-se Chicago, realizada em 1995, na Galeria Fotoptica, na capital paulista. É autor do livro Um Olhar sobre São Paulo, 1996, e de publicações sobre culinária como Homens na Cozinha, 1994, e O Restaurante Fasano e a Cozinha Italiana de Luciano Boseggia, ambas de 1993, esta última ganhadora do Prêmio de Excelência Gráfica da Associação Brasileira da Indústria Gráfica - Abigraf.

Análise

Em seus ensaios fotográficos sobre grandes cidades, Romulo Fialdini registra aspectos emblemáticos dos lugares. Numa das séries sobre São Paulo, retrata executivos na Bolsa de Valores e na avenida Paulista, onde se concentram sedes de grandes corporações financeiras nacionais e internacionais. A metrópole é caracterizada como um centro de poder que, a princípio, poderia ser confundida com cidades de países desenvolvidos, como Nova York. No entanto, é repleta de contradições. Fialdini mostra, que ao mesmo tempo que homens engravatados caminham nas calçadas do maior centro financeiro do Brasil, em frente da fachada de um banco há um vendedor ambulante de produtos contrabandeados.

O fotógrafo trabalha com negativos de formato quadrado em preto-e-branco. Busca horários em que a luz do sol é suave e lateral, como no início da manhã e no fim da tarde, o que lhe permite captar uma gama maior de texturas e extensas áreas de sombra. Fialdini compõe suas fotos com base em linhas perpendiculares provenientes de estruturas arquitetônicas, criando formas geométricas que se equilibram com espaços vazios. Utiliza também recursos como a baixa velocidade de exposição que, ao registrar movimentos borrados, confere a sensação de agitação às imagens.