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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Naine Terena

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 02.06.2023
1980 Brasil / Mato Grosso / Cuiabá
Registro fotográfico Agência Ophelia

Naine Terena, 2017

Naine Terena de Jesus (Cuiabá, Mato Grosso, 1980). Professora, cineasta, artista, curadora, pesquisadora. Integrante da etnia Terena, atua entre a prática educativa e a produção audiovisual, contribuindo para  projetos de valorização e difusão das culturas indígenas em diversos níveis do sistema das artes, seja para a instrumentalização das comu...

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Naine Terena de Jesus (Cuiabá, Mato Grosso, 1980). Professora, cineasta, artista, curadora, pesquisadora. Integrante da etnia Terena, atua entre a prática educativa e a produção audiovisual, contribuindo para  projetos de valorização e difusão das culturas indígenas em diversos níveis do sistema das artes, seja para a instrumentalização das comunidades no uso de dispositivos tecnológicos que permitem a elaboração de narrativas sobre seu cotidiano e história, seja no entendimento dos meandros do sistema de circulação de informações, e sua efetiva inserção no meio artístico.

Forma-se em Comunicação Social pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em 2003 com apoio de uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), com pesquisa sobre mulheres e o consumo de telenovelas. Torna-se mestra em Artes pela Universidade de Brasília (UNB), em 2007, com dissertação intitulada Kohixoti-kipáe, a Dança da Ema – Memória, Resistência e Cotidiano Terena, na qual Naine tece um levantamento histórico e uma genealogia de sua etnia, para depois desenvolver um projeto cinematográfico de registro cotidiano da aldeia Limão Verde em Mato Grosso, tendo aí a Dança da Ema, também conhecida como Dança do Bate-Pau, como ponto de partida, justamente pela natureza comunitária que o evento desencadeia para sua realização. Entendendo que o gesto de tomada da câmera pelo agente indígena subverte a condição de exotização e desumanização perpetrada pelo eurocentrismo ao longo de séculos, Naine alinha-se com uma já consolidada vertente do audiovisual, encabeçada pelos pesquisadores e professores Arlindo Machado (1949) e Ivana Bentes (1964), que é a fomentação de projetos onde os indígenas deixam de ser a imagem a ser capturada, para serem criadores de imagens, portanto, agentes de sua cultura.  

Gradua-se doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 2014, com o trabalho Audiovisual na Escola Terena Lutuma Dias: Educação indígena diferenciada e as mídias, em que propôs em seu aldeamento natal, Limão Verde, um projeto educativo de ensino das culturas indígenas a partir dos meios audiovisuais. 

Ainda em sua trajetória como pesquisadora, realiza dois estágios pós-doutorais, ambos com fomento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), sendo o primeiro na área de Educação pela Universidade do Estado do Mato Grosso em 2015, e o segundo na UFMT em 2017. Atua também como professora substituta da mesma instituição entre 2008 e 2009. É docente na Faculdade Católica de Mato Grosso e integrante da produtora cultural Oráculo Comunicação, Educação e Cultura desde 2012.

Em 2020, Naine Terena é curadora da exposição Véxoa: nós sabemos, na Pinacoteca de São Paulo (Pina_), que conta com a participação de 23 artistas e coletivos de origem indígena, sendo alguns aldeados e outros desaldeados, e visava evidenciar um panorama das produções artísticas das diversas comunidades originárias, para além de uma estereotipação cultural ou paternalismo institucional. Para além da exibição de pinturas, esculturas, vídeos, objetos e desenhos, Naine desenvolveu ações de ativação da exposição, ora com discussões com lideranças indígenas e a equipe do museu, ora elaborando uma programação de radiodifusão, tendo como foco constante o protagonismo da fala e do pensamento indígena.

Tanto em suas pesquisas acadêmicas quanto em suas atuações no sistema das artes, Naine advoga em prol de eventos e ações onde haja uma centralidade do pensamento epistemológico e cosmogônico indígena, principalmente em espaços tradicionalmente reticentes a perspectivas de mundos e práticas decolonial.

Exposições 5

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Fontes de pesquisa 6

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  • CAMPOS, Safira. Quando uma mulher indígena chega à elite do conhecimento no Brasil. PNB Online. Disponível em: pnbonline.com.br/geral/quando-uma-mulher-inda-gena-chega-a-elite-do-conhecimento-no-brasil/59733. Acesso em: 21 ago. 2021
  • FONSECA, Raphael. < Véxoa: nós sabemos > the first exhibition of Indigenous-only contemporary art in Pinacoteca do Estado de São Paulo. Terremoto. Disponível em: https://terremoto.mx/en/online/nos-sabemos-nos-aprendemos/. Acesso em: 18 ago. 2021.
  • JESUS, Naine Terena. Currículo do sistema currículo Lattes. [Brasília], 30 set. 2020. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/9166774663920965. Acesso: 14 set. 2021.
  • JESUS, Naine Terena. Kohixoti-Kipáe, A dança da ema – Memória, Resistência e Cotidiano Terena. Dissertação (Mestrado em Artes) - Instituto de Artes da Universidade de Brasília. 2007. Acesso em: 21 ago. 2021.
  • JESUS, Naine Terena. “Eu estava aqui o tempo todo, só você não viu [?]” – a arte brasileira feita por indígenas. Itaú Cultural. Disponível em: itaucultural.org.br/manuais-escolares-e-arte-brasileira-feita-por-indigenas. Acesso em: 21 ago. 2021.
  • RIBEIRO, Luciara; TUPINANBÁ, Moara. Véxoa: nós sabemos (ou o que não sabemos). Select, ano 10, n. 49, jan/fev/mar. 2021. Disponível em: https://select.art.br/vexoa-nos-sabemos-ou-o-que-nao-sabemos/. Acesso em: 18 ago. 2021.

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