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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Arlindo Machado

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 07.06.2023
17.07.1949 Brasil / São Paulo / Pompéia
19.07.2020 Brasil / São Paulo / São Paulo
Arlindo Ribeiro Machado Neto (Pompéia, São Paulo, 1949 - São Paulo, São Paulo, 2020). Pesquisador, professor, curador, crítico. Um dos pioneiros nos estudos de arte e tecnologia no Brasil. Tem vasta pesquisa em imagens técnicas1, passando pela fotografia, vídeo, cinema e arte computacional. De escrita clara e objetiva, ainda que bastante profund...

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Arlindo Ribeiro Machado Neto (Pompéia, São Paulo, 1949 - São Paulo, São Paulo, 2020). Pesquisador, professor, curador, crítico. Um dos pioneiros nos estudos de arte e tecnologia no Brasil. Tem vasta pesquisa em imagens técnicas1, passando pela fotografia, vídeo, cinema e arte computacional. De escrita clara e objetiva, ainda que bastante profunda, constrói sua teoria muito próxima à prática por meio da articulação com artistas e suas obras.

Termina o ensino básico em Pompéia em 1968. Ingressa no bacharelado em letras, com habilitação em português e russo, na Universidade Estadual Paulista (Unesp), no período de 1969 a 1971. Transfere-se para a mesma graduação na Universidade de São Paulo (USP) e cola grau em 1977.

Durante o curso superior, começa a escrever para periódicos. Em 1974, publica o texto “Estética e metalinguagem” (1974) em duas partes no suplemento literário Minas Gerais. Nele, aborda a poesia, o cinema, a música e as artes plásticas, o que já aponta para sua vasta cultura e seu interesse por explorar atravessamentos entre linguagens até então majoritariamente estudadas de forma isolada.

Funda o Grupo Alegria, coletivo de estudantes para a produção e debate sobre audiovisual, junto ao pesquisador e professor Rubens Machado Júnior (1952) e outros integrantes. Em 1977, o coletivo produz O apito da panela de pressão, feito em 16mm e abordando o movimento estudantil. Até 1981, Arlindo Machado ainda roteiriza e dirige mais cinco filmes em 16mm e 35mm e, posteriormente, desenvolve ensaios fotográficos e trabalhos multimídia em CD-ROM.

É convidado a escrever para a revista Cine olho em 1978. Por sua aproximação com a língua russa, se volta para os filmes do cineasta russo Sergei Eisenstein (1898-1948), iniciando pesquisa que resulta na publicação de seu primeiro livro, Eisenstein: geometria do êxtase (1982).

Em 1979, começa o mestrado em comunicação e semiótica na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), que conclui em 1983 com a dissertação A ilusão especular: uma teoria da fotografia (1983), publicada em livro no ano seguinte. Passa a dar aulas nas graduações de jornalismo e letras da PUC-SP a partir de 1980. Segue no doutorado na mesma instituição e, antes de concluí-lo, é convidado a assumir a disciplina de teoria da comunicação no programa de pós-graduação em comunicação e semiótica da PUC-SP, até então ministrada pelo poeta e professor Décio Pignatari (1927-2012).

A partir de 1983, acompanha a realização de eventos de imagem eletrônica, como o Festival Sesc_VideoBrasil (São Paulo) e o Fórum BHZ Vídeo (Belo Horizonte), compondo o júri dessas mostras e, cada vez mais, expandindo seus contatos com realizadores. Constitui um vasto acervo de obras audiovisuais de diversas nacionalidades e em múltiplos suportes, afirmando os objetos de pesquisa como importantes norteadores das construções teóricas.

De 1984 a 1986, escreve como crítico de fotografia e meios eletrônicos para a Folha de São Paulo, onde continua suas análises das mídias. Junto ao artista e pesquisador espanhol Julio Plaza (1938-2003), realiza a curadoria da mostra Artecnologia (1985) no Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP). Defende a tese intitulada A arte do vídeo (1987), editada em livro em 1988 pela Brasiliense. Após o doutoramento, inicia o trabalho curatorial em eventos internacionais, como Getxoko III (Bilbao, Espanha, 1990) e ARCO Madrid (Madri, Espanha, 1991).

Ingressa no quadro docente da Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA-USP) em 1991, permanecendo também na PUC-SP. Em ambas as universidades, atua no sentido de estar próximo das experimentações práticas, desenvolvendo núcleos de pesquisa e projetos que têm entre os objetivos a produção de imagens sintetizadas por computador.

Em 1993, publica Máquina e imaginário: o desafio das poéticas tecnológicas (1993) pela Editora da Universidade de São Paulo (Edusp) e, em 1995, tem reconhecimento pelo livro ao ganhar o prêmio nacional de fotografia da Fundação Nacional de Artes (Funarte).

Continua a realização de curadorias para exposições de imagem técnica no Brasil a partir de Cinevídeo: o diálogo cinema e vídeo (1992), no Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS-SP). São eventos basilares, que reconhecem e analisam a trajetória e o cenário nacional e internacional de arte e tecnologia – principalmente quanto ao vídeo e às imagens digitais – e que buscam perceber o estado das imagens técnicas no calor do momento de seu tempo. Dentre as exposições se destacam Made in Brasil: três décadas do vídeo brasileiro (2003), Visionários: audiovisual na América Latina (2008) e Emoção art.ficial II (2004), todas no Itaú Cultural.

Na 7ª edição do Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia (2007), recebe o Prêmio Líber em reconhecimento à sua atuação. Em 2013, deixa a PUC-SP, concentrando seus trabalhos na ECA-USP. Em 2014, Waldemar Cordeiro: fantasia exata, no Itaú Cultural, em curadoria conjunta com o crítico Fernando Cocchiarale (1951), é premiada como a melhor exposição do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

A tarefa de desbravar as imagens técnicas em sua multiplicidade é essencial à trajetória de Arlindo Machado. Para tanto, ele adota uma metodologia tão plural quanto seu campo de estudos: experimenta práticas, aproxima-se dos artistas, constitui amplo acervo e, por meio da curadoria, monta e remonta relações – tudo para que das imagens surjam a crítica e a teoria vivas que o tempo atual de transições demanda.

Notas
1. Imagens técnicas são feitas por meio da mediação de máquinas, como câmeras e computadores.

Exposições 14

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Fontes de pesquisa 7

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